É um país de mar e de flores. É uma terra semeada. São colinas onde se cantam amores. São quilómetros na ponta de uma enxada. São festas e rituais E é um folclore colorido. São feiras e são estendais E é um barco, no mar, perdido. É gente dobrada ao sol De coluna bem erguida. São homens defendendo a prole Na ponta da palavra proferida. São poetas e são canções, É a Amália e é um fado. São ideais e revoluções Imortalizados num trinado. É uma ideia peregrina Germinando na coragem e na vontade. Nasceu e é menina, O povo chama-lhe Liberdade. São reis e tradições, Mesas postas e bom vinho. É o mar, em estrondo, aos repelões, Fustigando um farol sozinho. São miúdos a jogar à bola, Uma conversa, uma anedota, uma graçola. E é um sorriso numa criança, E é um povo em crise de confiança. São conquistas e aventuras memoráveis, O mundo inteiro em histórias inolvidáveis. São naus sulcando o oceano Numa melodia de glória e pranto. É um romance, É um manifesto realista. É a tecnologia de ponta À sombra duma caravela quinhentista. É um golo no último minuto, Um lance cortado em cima da linha, É uma bola nos pés de um puto, Numa jogada que se adivinha… E é uma estrada aberta, Um caminho por percorrer. É uma praia deserta Onde as ondas vêm morrer. Foram glórias E são glórias. Foram histórias E são memórias. É um mês, é Abril, Uma revolução sem morte nem sangue. São canhões e é um fuzil Nas mãos de um povo cansado e exangue. É uma gente triste e feliz, Um paradoxo de morte e de vida. É uma terra, é um país. Foi uma promessa cumprida. Tocam sinos, anunciam perigo. Corre um rumor sinistro e fatal. Acorda! Povo adormecido! Hoje é preciso morrer por Portugal!
jpv [Texto publicado pela primeira vez em 24 de abril de 2012]
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