
Toda a existência
Num átomo de tempo,
Quase imaterial,
Sem palavras,
Antes das palavras.
Toda a Ciência
Num olhar,
Sem teoria
Nem experimentação.
E todo o saber
No teu corpo
Sob a minha mão.
Toda a literatura
Numa palavra muda
Não articulada,
Tudo, tudo,
No universo
De quase nada.
Toda a distância
Suprimida entre dois corpos cingidos
Na militância
Da Liberdade.
Toda a mentira do mundo
Dentro de uma só verdade.
Todo o desespero
E toda a revolta
Numa palavra solitária
De esperança.
No universo deste amor
Todo o impossível
Se alcança.
jpv