Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Travessia

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Fechaste a porta.
E saíste.
A porta estava ali,
Deserta e inerte.
Não ia fechar-se sozinha.
Tenho cavalos doidos
E selvagens
A correr nas planícies
De meu peito.
E, mesmo assim,
Estranho fenómeno,
Inusitado efeito,
A porta continuava
Só e deserta.
No meio do nada,
Inerte e aberta.
E tu, sem aviso
Nem tolerância,
Cruzaste o limiar
Da porta e saíste.
De razão em riste,
Como se fora uma espada,
Cruzaste o limiar da porta
Aberta e abandonada
E saíste.
E eu vi-te sair,
De braços estendidos
Ao desespero.
Estava aberta, a porta,
E por ela passava
Uma jangada.
Agora,
É só uma porta fechada.

jpv

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Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

Este é um blogue de fruição do texto. De partilha. De crítica construtiva. Nessa linha tudo será aceite. A má disposição e a predisposição para destruir, por favor, deixe do lado de fora da porta.