
Fechaste a porta.
E saíste.
A porta estava ali,
Deserta e inerte.
Não ia fechar-se sozinha.
Tenho cavalos doidos
E selvagens
A correr nas planícies
De meu peito.
E, mesmo assim,
Estranho fenómeno,
Inusitado efeito,
A porta continuava
Só e deserta.
No meio do nada,
Inerte e aberta.
E tu, sem aviso
Nem tolerância,
Cruzaste o limiar
Da porta e saíste.
De razão em riste,
Como se fora uma espada,
Cruzaste o limiar da porta
Aberta e abandonada
E saíste.
E eu vi-te sair,
De braços estendidos
Ao desespero.
Estava aberta, a porta,
E por ela passava
Uma jangada.
Agora,
É só uma porta fechada.
jpv