Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Travessia

Fechaste a porta.
E saíste.
A porta estava ali,
Deserta e inerte.
Não ia fechar-se sozinha.
Tenho cavalos doidos
E selvagens
A correr nas planícies
De meu peito.
E, mesmo assim,
Estranho fenómeno,
Inusitado efeito,
A porta continuava
Só e deserta.
No meio do nada,
Inerte e aberta.
E tu, sem aviso
Nem tolerância,
Cruzaste o limiar
Da porta e saíste.
De razão em riste,
Como se fora uma espada,
Cruzaste o limiar da porta
Aberta e abandonada
E saíste.
E eu vi-te sair,
De braços estendidos
Ao desespero.
Estava aberta, a porta,
E por ela passava
Uma jangada.
Agora,
É só uma porta fechada.

jpv


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Hebreus 11:1

És tu, no caminho.
E eu,
Perdido e sozinho,
Nesta floresta de emoções.
São as mesmas,
As ondas
Que te trazem
E te levam.
Umas não sabem o que fazem
E as outras são como crentes que rezam
Num altar despido
De fé e pudor.
Não. Não é do corpo
Este pecado.
É um violento
E sôfrego amor
De teu peito excomungado.

jpv