
O silêncio.
E era isso, a vida.
Muda.
Iludida.
Ecoou, então,
Em tom sereno
E pausado,
O som de um coração
Batendo apaixonado.
Correu em mim
Um arrepio
E uma urgência veloz
No momento exato
em que escutei
A tua voz.
Eram coisas simples
E era a vida toda.
Numa frase.
A síntese precisa
Do que não dizias
Espelhada
Nas palavras que proferias.
Houve um silêncio.
Sim.
E ruídos.
De fundo.
E houve, depois,
Esse timbre
Que me ensinou
O mundo.
E o amor.
Não calo mais
Meus ouvidos.
Não tenho
Como não escutar.
Ainda que fosse
Surdo profundo
Seria na tua voz
Que me havia
D’embalar.
O silêncio.
De novo.
E a vida que se retoma…
jpv