Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Nado-Morto

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azul-infinito

Nasceu comigo
Minha morte,
Nem esperou o primeiro brado.
Ainda mal respirava
E era já um morto-nado.
E vim ver ver o mundo
E maravilhar-me com o Universo.
Ter ganas de agarrar e unir
O que é por natureza disperso.
E vim seduzir as mulheres
E ser seduzido por elas.
Vim admirar as paisagens
Como nítidas aguarelas.
E vim saborear o mar
E segurar a terra com as mãos.
Vim sentir a brisa na face
E contemplar o tempo todo da existência.
E nunca cá estive.
Nunca dei um passo.
Nunca respirei mais que o primeiro sopro.
Desde o início,
Inconsciente e morto.

Não vivi.
Nunca vivi.
Nunca soube como.
A vida passou por mim
E quase não se apercebeu
Da minha presença.
Homem vagueando pelo tempo,
Morto à nascença.

jpv

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Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

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