Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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“A Paixão de Madalena” – Recensão de Marisa Luna

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A bloguer Marisa Luna leu “A Paixão de Madalena” e redigiu uma recensão que podemos ler na íntegra no seu blogue. Aqui fica o endereço:

http://simplesmentemarisa.blogspot.pt/2015/12/a-paixao-de-madalena-de-joao-paulo.html

Só um cheirinho:

“Confesso-vos já que há muito que não devorava um livro em tão pouco tempo. As diversas histórias que vão sendo contadas em torno de Madalena constituem um enredo absolutamente cativante, arrebatador e absorvente, de uma grande riqueza cénica e com personagens diversificadas e  marcantes.”


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De Rerum Natura

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O facto é incontornável. Faz hoje 17 anos que o meu pai foi sepultado. De resto, a sequência 2, 3 e 4 de janeiro é muitíssimo significativa na vida do homem que mais admiro. E, por razões que não interessam mesmo nada, desilusões intrínsecas e saudades avulsas, lembrei-me dele e de quais teriam sido, na minha perspetiva, porque na dele não temos como saber, as datas mais significativas da sua vida.

1934 – 3 de janeiro. Nasceu.

1951 – Embarcou para Angola com 17 anos. Foi sozinho. Era já um homem.

1967 – 21 de janeiro. Casou com a minha mãe que era 13 anos mais nova.

1967 – 4 de outubro. Foi pai pela primeira vez.

1972 – 4 de novembro. Foi pai pela segunda vez.

1975 – Regressou, definitivamente, a Portugal. Era um homem revoltado.

1986 – Teve o primeiro enfarte. Este episódio mudou completamente a sua vida.

1990 – 11 de setembro. Foi avô.

1999 – 2 de janeiro. Faleceu.

1999 – 4 de janeiro. Foi a sepultar.

Pelo meio ficam datas como a conclusão dos cursos dos filhos, o casamento de um deles, as suas conquistas pessoais, o falecimento dos pais e mais um número significativo de eventos importantes na sua vida e na sua perspetiva.

E, contudo, ainda que não saiba, foi depois de morrer que a importância da sua vida se revelou mais amiudadamente. Diariamente. Na vida dos que privaram com ele. Não passa um dia que não lhe sinta a falta. A sabedoria, o bom senso, a integridade, a justiça e o tempo exato do julgamento. A tolerância.

Tenho pena que a maioria de vós o não tenha conhecido. Não sou meio homem do que foi o meu pai. Mas penso nele todos os dias e tento fazer como ele faria. Dizer o que diria, calar o que calaria, decidir o que decidiria… não é fácil. Fica-me sempre tudo pela metade da estatura de meu pai.

João Paulo Videira