O silêncio não é de ouro.
É uma mordaça.
E o que guarda o verdadeiro tesouro
São as palavras na boca da moça que passa.
Não te cales, grita!
Não cedas, ocupa!
Ergue a voz e o braço,
Dá um passo e luta!
Não cales, nunca, a palavra.
Não recolhas, nunca, o ato.
O texto é um arado que lavra.
Não dês espaço à ignorância,
Zurze e castiga os néscios.
Confina-os ao redil
Da sua própria imbecilidade.
Pisa e esmaga
A palavra assim proferida.
Ganha terreno ao silêncio
E, pelo verbo,
Conquista a vida.
jpv/dezembro 2014
