Nesta casa há uma varanda
E de frente para ela,
Além da última janela,
Descansa uma acácia
Africana e secular.
E é nos ramos dela
Que o rouxinol se põe a cantar.
Entoa a suave melodia
Em cristalino trinado,
Mas só canta ao fim-de-semana
Ou sendo dia feriado.
Escolhe os dias a preceito,
Elege para o seu labor
O dia para o meu descanso eleito.
Embala o meu fazer nada,
Em canto jovial
E musical frase certinha,
Desde o nascer da alvorada
Até ao cair da tardinha.
Leva minhas distâncias, passarinho,
Leva minha dor e minha saudade,
Leva minh’ alma para um tempo
Onde não haja bússola nem idade.
Leva meu desespero e minhas amarguras,
Embala no teu canto estas tristes e futuras
Palavras.
Sai dessa acácia,
Leva a minha dor para longe dela.
E volta, depois, leve e puro,
A cantar de frente
Para a minha janela.
jpv

09/09/2014 às 18:06
Reblogged this on O Retiro do Sossego.
GostarGostar
09/09/2014 às 20:01
Grato pela divulgação.
GostarGostar
09/09/2014 às 15:35
Adorei!!! beijinho
GostarGostar
09/09/2014 às 20:01
Obrigado, Mila! Beijinhos.
GostarGostar