Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Herança da Beira da Estrada

1 Comentário

Herança da Beira da Estrada

Um Dia Destes
Reclamo outra herança
E inverto a funesta
E repetitiva dança
Do deve e do haver.
Os meninos já não crescem,
A terra seca estéril
E não medra o verde.
A chuva queima a pele
E arde no coração
A fogueira do desespero.
Não sei as armas,
Não conheço outras
Que as palavras
Com que amo e odeio.
A virtude morreu.
A esperança
É um cinza indefinido,
Um braço erguido,
Um grito suspenso,
Um olhar tenso,
Um lápis partido.
Vi-os caminhando
Por entre os povos
Jogando ao ar
Sementes de medo
E conforto.
O homem sentado no sofá,
Mudo como um penedo,
Com o comando na mão,
Afinal, estava morto.
Puta que te pariu,
Semente ruim!
O homem de bem não te viu
E sugaste o tutano da terra
Até ao fim!

jpv

Desconhecida's avatar

Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

One thought on “Herança da Beira da Estrada

  1. Desconhecida's avatar

    E reclamas muito bem porque esta herança é um fardo insuportável.

    Intenso!

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