Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

Pergunta muito específica que fiz a mim próprio sem obter resposta

3 comentários

Pergunta muito específica que fiz a mim próprio sem obter resposta

Onde está a medida?
Onde jaz a melodia?
Onde vagueia meu ser?
Numa bala perdida?
Numa arma vazia?
Numa profunda ferida
Que não sara?
No sangue que jorra
E não para?
Nas minhas mãos
Abandonadas no teu corpo?
No homem que fui,
Agora morto?

Onde está a medida?
Vale a pergunta
Sem resposta?
Serve a mentira
Pela verdade composta?

Onde está a medida?
No corpo?
Na alma?
Na palma
Da mão?
Dentro ou fora
De meu coração?

Onde está a medida
Da infância perdida?
Da morte?
Da vida?

Onde está a medida?

jpv

Desconhecida's avatar

Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

3 thoughts on “Pergunta muito específica que fiz a mim próprio sem obter resposta

  1. Desconhecida's avatar

    Bonito o poema! Se é que se pode dizer “bonito” a um drama interior.

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  2. Desconhecida's avatar

    Obrigado, caro/a anónimo/a, pela generosidade das suas palavras.

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  3. Desconhecida's avatar

    Pungente, triste, avassalador e muito mais. Não existem palavras suficientes para descrever este belo poema.

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