
Sabemos conversar em silêncio e na escuridão dos corpos
Sabemos conversar
Em silêncio e na escuridão dos corpos.
No terreno dos afetos fundos
Onde as palavras não são precisas.
Onde te procuro com as mãos abertas e ávidas
E por baixo de mim contorces e deslizas.
Onde arqueias um grito,
Onde tudo é simples, suave e…
Bonito!
Onde o suor escorre
E nos banha
Nessa batalha sempre perdida,
Sempre ganha.
Não é uma conversa:
É um colóquio,
Uma conferência,
Uma aula em anfiteatro,
Um congresso,
De forças e excesso.
Sabemos conversar
Em silêncio e na escuridão dos corpos.
E em cada palavra por dizer
Há um gesto que se multiplica
Num verso por escrever.
Nessa coisa intensa e bonita
Que é ter-te sob mim,
Conquistar-te o espaço,
Olhar-te os olhos,
Rasgar-te a carne com doçura
Deixar-me tomar pela tua loucura
E ser feliz.
E infeliz.
Nunca nenhuma conversa se completa.
Habita em nós dois
Um só louco e insano poeta
Da escuridão,
Das palavras desenhadas com ânsia
E apetite voraz.
Ninguém sabe
Nem é capaz
De perceber esta doce
E suave poesia.
Esta tristeza,
Esta alegria…
Sabemos conversar
Em silêncio e na escuridão dos corpos.
jpv
12/01/2013 às 19:29
Muito obrigado pela generosidade das suas palavras. Volte sempre. Será um prazer tê-la por cá! jpv
GostarGostar
12/01/2013 às 16:01
Descubro hoje estes versos graças à divulgação de uma pessoa conhecida e lamento não ter passeado no seu blogue há mais tempo para ler as suas publicações passadas.
Tanta beleza em sensualidade!
GostarGostar
18/05/2012 às 18:39
Obrigado meus amigos leitores. Muito reconfortante e motivador ler estes comentários. Um abraço
GostarGostar
18/05/2012 às 11:22
A BELEZA mora nestes versos.
GostarGostar
18/05/2012 às 10:38
Há muitas palavras que ficam por dizer mas que compreendemos o seu significado e o seu alcance.
GostarGostar
18/05/2012 às 10:13
Quando o poeta escreve em gestos, a vida transforma-se em quadras sensuais, os acordos do Mundo rimam e o amor vira soneto. Muito, muito bonito!
GostarGostar