Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Documento 23

Tenho medo, Rui. Meu homem Rui. Tenho medo e quero. Desejo.

Sim, é amor. É verdadeiro e é nosso. Pronto. Já to disse. E agora, Rui? Assumi. Lutei comigo, contra mim, venci as minhas próprias forças e assumi. E agora, Rui? O que muda? Dizias que as palavras são gestos também… Que gesto foi este? O que mudou com ele?

Há algo que nos aproxima, meu homem Rui, não sabemos fingir, não queremos expurgar o amor que nos invade porque não queremos fingir a vida. Mas há outras pessoas, Rui.

Sim, isto é um tudo, muito mais do que um nada! Mas sabemos nós lidar com este tudo? Como nos vês, Rui? Como nos vês? Não és uma mão cheia de coisa nenhuma, Rui, és uma plenitude. Consigo conversar contigo, perceber-te, perceber-me através de ti, sentir-me compreendida. Mas não me sinto segura, Rui! Nem é este medo por mim. Eu tomo conta de mim. É pelos outros, Rui. Mostras-me o Céu e o Inferno e não lhes resisto, nem a um, nem a outro. Uma mulher é um instrumento do Amor se é de Amor que falamos.

Vem até mim, Rui. Vem até mim e receber-te-ei em mim!

Com Amor,
Verónica.


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"Com Amor," – Documento 22

Minha Querida Verónica,

O sofrimento está em todo o lado, não só junto ao amor. É evidente que o sofrimento é um dos matizes do amor, mas é por isso mesmo que o amor é tão precioso. Se estivesse facilmente ao alcance de qualquer um, sem esforço, sem provação, sem a perspectiva da desilusão, não seria tão extraordinariamente valioso. Não basta amar. Há que superar as exigências que o amor nos faz para conhecermos a sua plenitude e é essa plenitude tem o preço do que é preciso sofrer para alcançá-la.

O que sofrerias tu por mim, Verónica? Pelo nosso amor? Posso admitir que não contes com nada. Que eu seja para ti uma mão cheia de coisa nenhuma, mas há entre nós este inegável tudo, esta força de atracção, este poder magnético que me faz querer tomar-te nos braços e acariciar-te e amar-te e fazer-te sentir o centro do universo do meu amor, desnudar-te o corpo e a alma e possuir-te ambos. E isto, Verónica, seja o que for, não é um nada. Está mais próximo de um tudo absoluto do que de um nada. Se pudesse, minha querida, esvaziava o meu coração e não pensava mais em ti, mas é ao contrário. A mais ténue lembrança de ti, da tua voz, do teu olhar, enche-me de esperança e vida e isto não pode ser nada, Verónica.

Sabes, minha querida, nós podemos expurgar isto de nós, podemos decidir não percorrer este caminho, mas o que não podemos é negá-lo. Não podemos negar esta força e esta corrente. Não podemos fingir que esta atracção, misto de querer o corpo e querer a alma, esta admiração vertida também na química do sexo possível, não existe.

Existe. É verdadeira e é nossa!

Com Amor,
Rui.


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Curtas do Metro – Incógnita

Incógnita

Entre o Cais do Sodré e a Baixa/Chiado pouco depois das 18h.
Um casal em pé, lado a lado, encostado às costas de um banco do Metro. São ambos altos. Ele é um pouco obeso, calças de ganga, pólo encarnado, casaco de ganga, sapatos de vela castanhos. Ar abatido, barba por fazer, óculos redondos daqueles sem aro à volta da lente. Ela é um pouco obesa, chinelos de enfiar no dedo, calças leves, de linho verde, blusa preta colada às curvas cheiinhas da barriga e por cima um casaquinho do mesmo linho verde das calças.

O presente texto foi escrito por via das poucas, mas perturbantes palavras que trocaram um com o outro. Começou ela:
– Vais para casa?
– Não.
– Então?
– Oh, o que é que eu vou fazer para casa? Não está lá ninguém à minha espera! E tu?
– Também não.
– Então?
– A mesma coisa!
Fez-se um silêncio longo até que ela o quebrou:
– Olha lá…
– Sim…
– Porque é que a gente se divorciou?
– Sei lá!

O Metro parou. Tive de sair e não pude ouvir mais. Nem era preciso, a incógnita estava lançada.

jpv


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O Clã do Comboio – O Picas Veio ao Blogue


O Picas Veio ao Blogue
Caros amigos, esta não é uma história do Clã do Comboio. Trata-se de um mero apontamento.

A determinada altura dedicámos uma história ao “Picas”, o senhor revisor.

Foi a história número 24 e chamou-se mesmo “O Picas”.

Acontece que um dia destes, o “Picas” veio ao blogue e deixou um cometário. Como está muito interessante e o post foi há tanto tempo que já não está facilmente visível, resolvi fazer este apontamento para que soubéssemos todos o que o “Picas” pensa do que nós pensamos dele!

Ou seja, os níveis de interacção do Clã do Comboio transbordam para outras e interessantes esferas. Agora também os nossos amigos “Picas” interagem connosco. Há coisas fantásticas não há?

Aqui fica o testemunho:

“E não é que somos tão bem retratados!?!
Bem… Não pertenço ao “especimens preferido” mas é bom saber que reparam em nós.
Pena é não ouvirmos resposta aos nossos “Bom dia!”.
Também nos sabe bem ouvir um cumprimento de vez em quando.
Descobri este blogue hoje e deliciei-me com o que li.
Um bem haja para vós “Clã do comboio”.
Nós, os profissionais do mesmo, agradecemos a vossa boa disposição (mesmo que não pareça).
Não suportamos é pés nos bancos nem música aos berros.
Boas viagens de comboio.
😉 “


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O Clã do Comboio – A Playlist da Rapariga do Riso Fácil

A Playlist da Rapariga do Riso Fácil

Esta é a terceira playlist de elementos do Clã que se publica.

Há, efectivamente, um contraste. Ela é, como já se viu, uma personagem leve, tem um movimentar ligeirinho, uma inegável boa disposição. Ora, o seu gosto para as roupas, por exemplo, acompanha estes traços de carácter. Veste elegante e ágil sem grandes complicações. O mesmo já não se pode dizer do seu gosto para a música! Batidas genuínas, outras pesadas, muitas metálicas e muito poucas ligeiras. Os Dire Straits são o prato mais soft do seu menu musical. Depois, é sempre a pesar. Já se percebeu que não só gosta de música, como gosta de dançar. Altas noitadas em discotecas da região! Eu não sei é como se dançam estas coisas. Algumas nem sei como se pronunciam, Manowar, Sratovarius, Hammerfall…

Normalmente, quando me dão uma playlist para divulgar, eu faço uma selecção, mas com ela não pode ser. Foi muito explícita na ORDEM que me deu:

—–– Põe lá tudo! Não te esqueças de nada! Sobretudo dos Megadeth!

E pronto, sem mais demora, aqui ficam os sons que poluem e divertem a mente da Rapariga do Riso Fácil:

Iron Maiden
Megadeth
Metallica
Manowar
Sratovarius
Hammerfall
Ozzy Osboune
Fait No More
Judas Priest
Led Zeppling
Van Halen
Deep Purple
DAD
Scorpions
Pink Floyd
Dire Straits
Queen
Supertramp
Marillion
Simple Minds
Cure
Cult
Sisters of Mercy
Peter Murphy
Police
Genesis
Pearl Jam
Linkin Park
Smashing Pumpkins
Pat Metheny
Gary Moore
Nightwish

Stratovarius – Black Diamond


Megadeth – Simphony of Destruction


Van Hallen – Jump