Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Documento 9

Olá Verónica,

Antes de me despir a alma, deixa-me acabar de tirar-te a roupa…

É precisamente por causa de tudo o que me contaste que tu precisas de um companheiro, um homem e, deixemo-nos de rodeios, de um amante. Alguém que te acarinhe e trate como a mulher mais especial do mundo, que te faça sentir extraordinária. Sem fazer julgamentos de espécie nenhuma, tu não conheceste um homem nunca. Conheceste um opressor e conheceste um monstro. Não é disso que eu acho que precisas. Tu precisas de quem te acaricie o corpo e acolha a alma, precisas de alguém que fale contigo e te oiça, de facto. Verónica, nem os teus amigos ou as tuas amigas, nem os teus filhos, nem a tua restante família podem fazer isso com a intensidade e a cumplicidade dos amantes.

Sim, Verónica, arranja um namorado!

Afinal, em vez de despir a minha alma, acabei de desnudar a tua. É porque trazia muitas roupas!

Escrevo-te de novo em breve.
Rui.


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"Com Amor," – Documento 8

Olá Rui,

Dispa-se a alma. Caiam os preconceitos.

Preciso de um amigo, mas tem de ser um amigo que seja um interlocutor capaz. Estás à altura da tarefa? Infelizmente, hoje em dia temos de explicar quase tudo o que dizemos. As pessoas não percebem, são limitadas na sua capacidade de interpretação. Percebes-me?! Vi em ti um homem capaz de mais do que a conversa básica e quase monossilábica que a maioria das pessoas usa. Não me interpretes mal, não estou a ser arrogante. As coisas passam-se assim à minha volta. É só isso.
O que mais amo na vida são os meus filhos, o mar e ler… Os miúdos preenchem-me e realizam-me como ninguém. O mar alimenta-me a alma de força e esperança e a sua imensidão azul ajuda-me a reperspectivar e a relativizar todos os problemas e todas as situações da vida. E ler. Ler é um vício. É uma aprendizagem constante.

Como te disse, acredito no amor. Penso que quando tudo falha, podemos sempre confiar no amor. Tive uma infância e uma juventude reguladas por um pulso paterno muito firme, muito forte e isso, juntamente com o peso do legado cultural, colocou Deus e a Igreja na minha vida. Quando problemas sérios entraram nela, problemas graves, Rui, que tu nem imaginas, não podes imaginar, e que acabaram no meu divórcio, entraram e trouxeram-me solidão, desamparo e desespero ao ponto de querer morrer em cada dia que nascia, Deus não apareceu. A Igreja também não. Valeu-me o Amor dos meus filhos. Valeu-me a minha força. Não sei onde as fui buscar, Rui, não sabia sequer que as tinha. Quando uma mulher é assolada por tamanha violência, quando uma mulher é marcada e abandonada porque “desfez” o lar com um divórcio “só” porque não quis que os filhos continuassem a assistir a ser espancada à sua frente, que fé pode haver? Que crença? E como podes tu dizer que o que eu preciso é de um homem? Os homens, Rui, são a última coisa que quero na minha vida.

E pronto, isto hoje vai longo e a alma já está suficientemente despida. Conta-me de ti.

Verónica.


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Abril, visitas mil!

Mais exactamente, “Mails para a minha irmã” teve, em Abril, 5302 visualizações, mais 670 do que no mês anterior que havia sido o melhor de sempre. Já não é!
Outra curiosidade é que, pela primeira vez, houve mais de 300 visualizações num dia. Foi em 12 de Abril. Mas não são só as leituras de página que aumentam. São também os visitantes. Pela primeira vez, mais de 2500, ao certo, 2700 visitantes em Abril.
Em relação ao mês passado e no que respeita ao público, realçam-se duas notas. Uma subida de leituras do público da Índia e os primeiros registos do público da África do Sul.
Nem sei que diga. Este blogue anda-me surpreendendo todos os meses. Fico sempre pelo óbvio mas sincero e sentido agradecimento a todos os leitores.
Para saciedade de curiosidades e para memória futura aí ficam 4 gráficos . Dois com a proveniência do público do último mês e de sempre e dois com as mensagens mais lidas no último mês e desde sempre.
Muito Obrigado a todos pela vossa presença assídua.
João Paulo Videira
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