Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Documento 2

Olá Verónica,

Peço perdão pelo “olá”. Depois do teu e-mail não sei se é muito atrevido.

As mulheres são para mim, sempre foram, um universo fascinante, Repara, tu pudeste dizer-me tudo o que pensavas, pudeste chamar-me infantil, atrevido e intrometido. Só retive estas. E, para ti, tudo isso se inscreve no âmbito da frontalidade. Perfeitamente lícito, portanto. E para que usaste a tua frontalidade? Para criticar a minha!

Ora, analisemos. Quem éramos nós? Dois desconhecidos que têm em comum o mesmo trabalho e se conheceram num evento social. Comungámos o mesmo espaço durante alguns dias, trocámos ideias, partilhámos visões da profissão, da sociedade e até da forma de estar na vida. Até aqui tudo bem. e quando erro eu? Quando te digo aquilo que penso em relação a ti. E, que fique claro, não retiro o que disse. Eu acho mesmo que tu és uma mulher muitíssimo bonita, mas também acho que tens um evidente, gritante, problema afectivo e esse problema chama-se carência. E essa carência resolve-se com companhia. E é nesse contexto que te digo que deves arranjar um namorado. Nem sequer me ofereci para preencher a vaga. Não podia fazê-lo. Mas isso não anula o facto de haver uma vaga no teu coração. E, sim, precisas fazer amor. Uma mulher com a tua urgência de amar, precisa de amar em todas as frentes e amar um homem é só uma dessas frentes.

Talvez este seja o nosso último e-mail. Não acredito que me respondas, mas, cara Verónica, arranja um homem!

Beijo
Rui


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"Com Amor," – Documento 1

Olá Rui,

Escrevo-te, obviamente, por causa do que aconteceu ontem. Vais permitir-me duas coisas; que te trate por tu e que seja absolutamente franca.

Estava longe de imaginar que ainda houvessem homens tão infantis, tão atrevidos e, claro, tão intrometidos.

O facto de sermos colegas de trabalho não te dá, não pode dar-te, o direito de fazeres observações acerca da vida dos outros sem qualquer conhecimento de causa, dos assuntos e, sobretudo, sem que te fosse dada qualquer confiança para o efeito. Eu não te conhecia. Este evento, como tantas vezes acontece, permitiu que colegas que trabalham distantes pudessem conhecer-se, trocar experiências e ideias. Não tenho qualquer dúvida de que serás um bom profissional, mas não tenho dúvida nenhuma, também, de que precisas crescer. Se, eventualmente, pensas que um homem conquista uma mulher só com atrevimento, então deixa-me dizer-te que não conheces as mulheres. Enfim, nem sei se o que pretendias era conquistar o que quer que fosse. A minha atenção conquistaste. O meu respeito não.

Passa bem.

Verónica Gomes


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"Com Amor," está quase.

“Mails para a minha Irmã” começa esta noite a publicação de “Com Amor,” o novo projecto de escrita.
Ao contrário do que é costume, a numeração das publicações não será por capítulos, mas por documentos. Relembro que este projecto consiste na publicação de cartas e e-mails de carácter íntimo donde deverá emergir a trama.
A publicação dos textos foi autorizada, bem como os endereços de correio electrónico.
Boas Leituras!


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Humor Forum Estudante

A caminho de casa um indivíduo sentiu uma enorme dor de barriga e parou num centro comercial para ir à casa-de-banho. Como o primeiro compartimento estava ocupado, entrou no seguinte. Quando estava sentado ouviu um tipo ao lado a perguntar:

– E então? Tudo bem?

Embora não fosse de dar conversa a desconhecidos em casas-de-banho públicas, respondeu:

– Bem… vai-se andando…

Novamente o tipo ao lado perguntou:

– E então, o que andas a fazer?

Embora começasse a achar o assunto estranho, respondeu:

– Bem, agora estou aqui na casa-de-banho. Depois vou para casa…

Então, ouviu o outro dizer em tom chateado:

– Olha lá, há um tipo aqui na casa-de-banho ao lado que me responde cada vez que te faço uma pergunta… Ligo-te depois..


in Forum Estudante de Abril/2011, pág. 44