
Tu Destruíste-me a Vida
A acusação soou
E trouxe no eco da sua entoação
Um grito de desespero
Um prenúncio de destruição.
Fugiram-me as ideias para longe
Para o tempo de não ouvir-te dizer isto,
Mas perdi-me no caminho do reverso.
Assalta-me a questão fatal,
O anúncio do final:
Será capaz de olhar em frente
Quem não vê o fim do passado?
Quem não tem memória que valha ser lembrada,
Ainda tem pernas para a caminhada?
Há coisas que se não pensam,
E há coisas que se não dizem,
Porque ditas,
Ou pior, pensadas,
São barreiras levantadas,
Fendas abertas nas estradas,
Cortes que não ardem nem sangram.
Apenas doem e secam.
Tu destruíste-me a vida!
Não há homem, nem mulher,
Capaz de viver
Com o peso desta acusação!
É demasiada a força,
É demasiado o peso,
Da destruição.
jpv
03/04/2011 às 17:46
Qualquer um de nós, no seu percurso existencial, enfrenta essa acusação.
De uma forma ou de outra somos, sempre, destruição de alguém. Por outro lado, somos destruídos (ou parte de nós) pelas decisões de outrem.
VG
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