Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Dar o peito às balas

Só quem o faz, pode conhecer o seu valor, o seu poder fortalecedor. Dar o peito às balas é sempre uma dádiva de aprendizagem para o próprio e para quem o rodeia. É preciso fortalecer o pensamento e a capacidade de acção dos homens e isso só se consegue com sacrifício, com exposição, com partilha, com entrega, correndo riscos e assumindo os actos próprios e aquilo em que se acredita de forma aberta, transparente e com verticalidade. É desgastante, sim, mas é a melhor escola de vida.
Agradeço, com humildade, a todos quantos, ao longo da minha vida, me dirigiram as balas! É que só o meu peito não bastava.

João Paulo Videira


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Citação triste

“Pese embora a liberdade que lhe assiste…”
Autoria não revelada por opção

A liberdade que assiste a cada ser humano não deve, não pode, pesar aos seus pares. Se lhe assiste, não pode ser questionada, se o for, estaremos perante uma lamentável tentativa de coarctação da mesma.


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Não é

Não é

Não é por não torcar-te
Que te não beijo apaixonadamente.

Não é por não ouvir-te
Que te não escuto atentamente.

Não é por não ver-te
Que te não contemplo demoradamente.

Não é por estares longe
Que te não tenho junto a mim.

Não é por nada
Que te não quero tudo.

jpv


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Agradecimento

Olá meninas, muito obrigado pela vossa simpatia. Sabem, não há grandes professores se não houver extraordinários alunos e vocês são extraordinárias. Tudo de bom!

João Paulo


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Não sou como tu, pai.

Tenho saudades tuas.

Mas não são saudades daquelas que um dia vamos saciar. São inexoráveis e definitivas saudades, pai. Por vezes converso contigo nesta conversa que é eu adivinhar, pressentir por aprendizagem o que me dirias. Mas não é o mesmo que falar-te e ouvir-te.

Sabes, não tem sido fácil a vida sem ti. Sem a tua palavra sábia, sem o teu conselho pleno de bom senso. Não tinhas as respostas todas mas percebias os melhores caminhos. Ultimamente tenho assumido decisões que precisavam de ti nelas. Viver contigo era como estar sempre amparado. Protegido. Não sou como tu. Ninguém é como tu. Tento honrar-te as passadas mas deixaste os pârametros demasiado elevados e sinto-me sempre aquém. A verdade, pai, é que estou cansado de viver sem ti. Estou exausto de sentir a tua falta. E sinto esta pesada e inultrapassável impotência. Não há foto, não há filme, não há memória que te substitua. Eu sei que sofrias para que o mundo fosse melhor para nós, mas, ao teu lado, tudo parecia sempre mais fácil.

Abraça-me, pai. Vem visitar-me. Não sei se queres vir em gota de chuva, em raio de sol, em som de trovão, em brisa marinha ou, com a tua simplicidade, apareceres, bateres à porta e perguntares como quem provoca, “O que é hoje o rancho?”.

Sabes, eu sou feliz e estou bem. Não precisas preocupar-te. Este choro que agora ouves, estas lágrimas que agora vês, não são tristeza. São só a tua falta. E isso é tudo.

Gosto muito de ti, paizinho. Tentarei honrar-te em tudo o que puder. Mas não sou como tu.

O teu rapaz, João Paulo.


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Silhueta de mulher com por-do-sol ao fundo

Silhueta de mulher com por-do-sol ao fundo

Hoje vi,
Com os olhos da imaginação,
Uma silhueta de mulher
com por do sol ao fundo.

Tinha um recorte elegante
E uma fina figura
Viam-se claramente
Os contornos da ternura.

Era uma sombra
Prenhe de vida e de voz.
Era um sorriso doce
e um toque suave.
E havia sensualidade naquela imagem,
Havia poderes emanados do coração.

Sem ti, mas contigo,
Senti-me capaz de mover o mundo,
Ao contemplar na minha imaginação
Uma silhueta de mulher com por-do-sol ao fundo.

jpv


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Citação com resposta

“Não te esqueças que és professor, colega e amigo”Ana Paula Carmo
Minha amiga, não é possível esquermos a essência do que somos.
João Paulo Videira


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O Dia da Saia

Um inquietante filme de produção francesa que pude ver ontem numa iniciativa do Cine Clube de Santarém. É mais do que um filme sobre educação, é uma reflexão sobre a complexidade étnica e religiosa que rodeia os ambientes educativos.


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Post Azul

Estava aqui a pensar numa boa razão para postar esta imagem e não encontrei. A não ser o facto indesmentível e público que é eu adorar azul. Sobretudo se for intenso. Este azul é mesmo muito azul! Aceitam-se comentários com razões plausíveis para o post mais absurdo da história deste blogue!


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Musa não és

Musa não és

Musa não és!
Perecíveis são as musas,
Envelhecem e perdem energia.
E tu,
Continuas a acordar-me o dia,
A preencher-me a alma,
A agitar-me o coração,
A empurrar-me a mão
Para o papel
E a desenhar através de mim
As palavras do génesis
E do fim.
Trago o teu olhar brilhando no meu,
Trago o teu sorriso no meu rosto,
Trago no meu peito teu gesto terno.
És meu calor de Agosto,
Minha chuva de Inverno,
Meu vento na vidraça,
Uvas entre os dedos,
Saudável epidemia que não passa,
Exorcista de meus medos.

Não sei se vivo em ti,
Não sei em que medida.
Sei que me invadiu o ser
Uma absurda vontade de vida.
Respira e viverei,
Caminha e andarei,
Mas não me toques
Que ao tocar-me
Abres um abismo fundo,
Um descontrolo total,
Um fim de mundo,
Um querer absurdo,
Uma voracidade
E uma posse.
Um delírio de desejo
Que se materializa
No próximo beijo
Por dar!
E toca-me,
Mostra-me a minha finitude,
Ensina-me que se chama completude
Ao esbater das fronteiras
Do meu corpo no teu.

Não sei o que és.
Sei que musa não és.
De ti não me vem só a inspiração.
Vem-me a vontade, a ilusão,
O desejo, a harmonia,
O começo
E o fim do dia.
E vivo suspenso de ti.
Adiado.
Até que o eco dos teus gestos
Acalme o palpitar deste peito
Docemente subjugado.

jpv