Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Está quase…

Perguntaram-me há pouco se me tinha esquecido do romance… Claro que não. Está quase. Acontece que preciso de disponibilidade, mais do que tempo, para escrever e a verdade é que a minha mente tem andado ocupadíssima… a mente e o corpo que a traz!

Muito em breve, aí estará o próximo capítulo…


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Sempre!

Mais do que a palavra, o conceito, ou a Liberdade em si, o que de mais fantástico existe na Liberdade é o que podemos fazer com ela. Num espírito de responsabilidade e respeito pelo próximo, a Liberdade permite aos povos olharem-se nos olhos e desenvolverem-se. E depois, funciona como o esteio essencial para a Democracia. Este termo vem do grego e significa o poder do povo (demos= povo + kratos=poder). O regime democrático em Portugal, como em todas as nações que por ele enveredaram, não é perfeito, mas essa imperfeição é que é bela. É bela porque nos permite melhorar, é bela porque nos permite evoluir, é bela porque nos permite participar, é bela porque nos permite criticar, construir e viver de acordo com os nossos princípios. É bela porque consiste na expressão mais pura e digna da essência humana: o seu direito a optar, a decidir por si, a olhar as estrelas, a lua, o sol, a escrever, a cantar, a estudar e a AMAR!

Uma fraterna saudação e um solidário abraço a todos os portugueses, aos meus familiares e amigos, à minha irmã, génese deste projecto, e, em particular, aos frequentadores e leitores deste cantinho que são o seu ânimo e o seu alimento.

Viva Liberdade!
Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal!


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o culto e o oculto

Querida Mana,
enredados que estamos no nosso próprio culto, no culto das nossas pequenas e efémeras existências, desmultiplicamo-nos em estatísticas e planos de emergência e casos reais e notícias mais ou menos desinteressantes sobre a percentagem de aviões que pode ou não descolar e aterrar e jogamos para o oculto esquecimento dos dias aquilo que é a maior evidência de todas: a nossa patética fragilidade. Um vulcão adormecido tossiu e toda a maravilhosa tecnologia humana ruiu. A Natureza enfadou-se de estar dormitando e bocejou e toda a sapiência acumulada em milhares de anos de estudo e investimento serviu de nada. E toda a robusta estrutura social colapsou. Fica-me, mana, desta breve mas poderosa manifestação de força por parte da Mãe Natureza, a sensação de que devíamos olhar em volta com mais atenção. Admirar o oculto e desenvolver menos o umbilical e patético culto de nós. Nem radares, nem GPS, nem jacto, nem piloto automático, nem era digital, nem afirmação computacional, nem nano nadas, nem mega tudos, nem gigas, nem teras, nem bites, nem ecrãs tácteis, nem sem fios, nem coisa nenhuma pôde nenhuma coisa contra um sussurro do vulcão voltando-se no tempo como eu na cama. Fica-me o respeito. Fica-me o olhar preso nas cinzas magnânimas para me lembrar da próxima vez que um humano se mostrar grande ou grandioso. Fica-me a humildade de reconhecer-me o meu lugar de bicho da terra tão pequeno.
Mano


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10º Congresso da FENPROF

FENPROF apresenta à comunicação social o seu 10º Congresso
Em conferência de imprensa realizada em Évora na passada quarta-feira, a FENPROF apresentou à comunicação social o seu 10º Congresso, marcado para os dias 23 e 24 de Abril em Montemor-o-Novo.
Presentes neste encontro com os profissionais da comunicação social – em que foi garantido todo o apoio possível aos jornalistas em serviço no Congresso – , além de Mário Nogueira, Secretário Geral da Federação, os dirigentes sindicais do SPZS e da FENPROF Joaquim Páscoa, Presidente do SPZS, e Antónia Fialho; e ainda Luís Lobo, coordenador do sector de Informação da FENPROF, membro da Direcção do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) e do SN da Federação; João Cunha Serra, docente do Instituto Superior Técnico de Lisboa e coordenador do Departamento de Ensino Superior e Investigação da FENPROF; e ainda Carlos Gonçalves, membro da comissão organizadora do 10º Congresso.

A actividade preparatória e as questões técnicas de implantação do Congresso, o apoio aos participantes (esperam-se cerca de mil pessoas em Montemor) e a significativa presença das delegações estrangeiras, foram algumas das matérias em, destaque no diálogo com os jornalistas, em que participaram também o responsável da Informação do SPZS, Manuel Nobre, e o jornalista José Paulo Oliveira, do JF e da página electrónica da Federação.

No âmbito do Congresso e da actividade da FENPROF, foi destacada a solidariedade com Timor, a Palestina e o Sahra Ocidental. Foi também chamada a atenção para a conferência internacional (“O sindicalismo docente em tempos de globalização”), que decorrerá na véspera do Congresso, dia 22, na Biblioteca Municipal de Montemor-o-Novo.


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O 25 de Abril contado às crianças…

O 25 de Abril contado às crianças…

Tipo: Educação – Oficina
Data: Sábado, 17 de Abril de 2010
Hora: 16:00 – 17:00
Local: Fórum Actor Mário Viegas – Centro Cultural Regional de Santarém
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Descrição: Foi a pensar nos mais pequenos que o Cineclube de Santarém, em conjunto com a Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril e o Teatrinho de Santarém, organizou esta sessão multifacetada para crianças.

Para falarmos sobre esta data importante da nossa história, vamos levar a cabo 3 actividades distintas:

– Projecção de uma curta-metragem sobre o 25 de Abril, feita por crianças para crianças;

– Dramatização de um conto, levada a cabo pelo Teatrinho de Santarém;

– Actividades de expressão plástica.

A entrada é gratuita, apareçam!


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De Negro Vestida – XX

 

Solidão – I

Há neste centro comercial um barulho de luzes que atrai e cansa. Há um bailado de cores que seduz, enreda e chama. Passam pessoas em trajes apressados de trabalho e passeiam pessoas em trajes exibicionistas de passerelle. Umas levam a chave do carro na mão ou a carteira com o passe dos transportes públicos. Outras levam sacos marcados com o timbre dos vendedores. E desliza no ar luminoso do espaço amplo um cheiro adocicado a crepes com gelado de baunilha, a pipocas de cinema, a batatas fritas em pacotinhos de papel a acompanhar hambúrgueres que são os mesmos aqui, em Madrid, em Paris, ou em Moscovo. E há uma música de fundo que ninguém ouve mas de que todos sentem falta quando se cala. E há escadas rolantes que levam e trazem os viajantes de sonhar que param juntos às montras olhando o que não podem comprar ou entram nas lojas comprando o que não podem comprar deixando para mais tarde as preocupações de tais excessos. E correm crianças em aventuras de visitar lojas de brinquedos e vêm, depois, agarrar-se às pernas dos pais olhando como quem pede ou simplesmente pedindo. E divertem-se em carrosséis de interior a troco de uma moeda em máquinas pintadas com cavalos ou carros ou motos que dão três voltas, acendem luzes e no fim dizem obrigado em espanhol.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XIX

 

Rupturas – IV

Gininha está sentada no lugar do costume, na mesa das quintas-feiras à tarde que ambas ocupam na pastelaria Avenida. Tem uma chávena de chá suspensa da mão, os olhos muito abertos como que a quererem ver melhor o que estão ouvindo e a boca que há minutos fez um Ah! ainda se mantém nessa posição embora o som da exclamação se tenha já perdido no ar. À medida que Maria de Lurdes vai falando, os olhos de Gininha vão ficando marejados e quando alguma lágrima ameaça desprender-se, ela acorre com um lencinho de papel para evitar estragos na maquilhagem.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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1 Comentário

"Lisboa"

[Porque não resisto a partilhar um texto particularmente bem conseguido. Quando o li, foi como se estivesse a ver, a passear pela cidade da luz inimitável…]

Estou mais longe no Tejo…

em Lisboa!

Lisboa, de alguma minha segurança, creio…

Lisboa dos cheiros e apelos, dos cartazes culturais, dos guetos embocados nos segredos

Lisboa, que treme ao metropolitano, toupeira onde meio mundo se enfia surdo na pressa do dia.

Lisboa, povoada de cabelos grisalhos, de bengalas mancas, de esperanças e desesperos…onde a infância se pinta cada vez mais de negro e de mulato, em pronúncias quentes de outros sonhos.

Lisboa de uma mendicidade medieval contemporânea no quotidiano, dos pedintes que se mostram em contorcionismo de corpo e aleijo, que nos sovam o estômago, o nosso descanso…

Lisboa da postura livre, olhar vazio do arrumador de carros, cobrador de uma medrosa passividade.

Lisboa dos cogumelos de papelão proliferando no vão dos prédios, numa crescente morada dos sem-abrigo…

Lisboa com a voz da Amália a sair do umbigo da Rua do Carmo…afunilando diversidades…

Lisboa e os semáforos, a multidão…as ruas para andar…

Lisboa e as livrarias … idênticas à magnitude da igreja vazia.

Lisboa e o artesanato de outros…

Lisboa…

do cheiro do café

das gaivotas junto ao Tejo…

Lisboa…

hoje

percorrida com a saudade de Ti!

Anónimo