Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Crónicas de África em Imagens – Hlane Park

Crónicas de África em Imagens – Hlane Park

Hlane Park, Suazilândia, 26 de dezembro de 2012

Começámos, em janeiro último, a publicação de algumas “Crónicas de África” com menos palavras e mais imagens. Entretanto, interrompemos devido a razões de ordem diversa, nomeadamente, falta de tempo e prioridades de publicação. Contudo, ficaram algumas coisas por mostrar que, pensamos, valem a pena. Mostrá-las-emos por estes dias.

O Hlane Park (lê-se Chelane) situa-se na Suazilândia. É pequenino, não tem a variedade nem os recursos do Kruger. Simplesmente não é comparável. Mas tem aspetos encantadores. O primeiro deles é ser um parque ideal para repouso. Precisa de dormir, ler, estar em paz e não se importa de tropeçar em alguns dos animais que caraterizam a vida selvagem africana? É aqui. O Hlane tem um restaurante de frente para um enorme lago onde a bicharada vem beber ao fim da tarde ou pela manhãzinha. As cabanas não têm luz elétrica, os frigoríficos, por exemplo, são a gás. Ao final da tarde, os funcionários visitam as cabanas e acendem os candeeiros de petróleo deixando um grande à porta da cabana. Assim, quem vier espreitar a rua pela noite encontra o breu cortado pelas chamas tremeluzindo aqui e ali. É um local simpático, muito bom para descansar e para um primeiro contacto com a vida selvagem.  Para quem se desloca de Moçambique, apresenta outra vantagem, é que a fronteira mais próxima não é a de Ressano Garcia, mas da Namaacha que é muito mais tranquila. Demora 15 minutos a passar para o lado de lá, já incluindo uma conversa com o guarda. Aqui ficam algumas “capturas”:


As boas vindas.
A primeira foto do dia e à chegada foi tirada pelo Iago. Olá!


Fazem-se uns passeios agradáveis nestas coisas.
Uma adaptação do melhor carro do mundo.
Defender way of life.


Quase passava despercebido.


– Ó malta, já saíam daí ou quê?
– Ou quê!
– Pronto, deixem-se estar que a gente espera.


O Iago “à porta” do restaurante.
Já se comia qualquer coisa…


Foto tirada pelo Iago a 5m da criatura.
Deu para sentir o poder!


Olha, como dizia o outro, a avaliar pelas manchas, esta sofre do fígado!


Acolhedor!


Sala de convívio.


Já bebias qualquer coisa…


As horas que eu esperei para este artista sair do banho!
Tinha muito o que lavar, é o que é…


Muito acolhedor…

jpv
todas as imagens foram
captadas por mim ou familiares.


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Crónicas de África – Road Trip Maputo-Áustria-Suíça e Volta

Crónicas de África – Road Trip Maputo-Áustria-Suíça e Volta

Maputo, 29 de dezembro de 2012


O título desta crónica pode causar algum estranhamento. Se o fizer, fiquem os amigos leitores sabendo que a intenção foi precisamente essa. Tratou-se, de facto, de uma viagem de carro que durou alguns dias pelo que chamar-lhe Road Trip não é totalmente desadequado. A designação do percurso, Maputo-Áustria-Suíça e Volta, é que pode ser mais discutível. Literalmente falsa, mas metaforicamente correta. O trajeto real foi de Maputo para o Hlane Park, na Suazilândia, depois em direção à segunda cidade do pequeno reino suazi, Manzini, e por fim direito à Capital, Mbabane. Este troço entre Manzini e Mbabane é composto por uma estrada de asfalto cortando a montanha verdejante onde as vacas pastam e enfeitam a paisagem. Nem parece África. É uma paisagem evocativa da Áustria que em tempos visitei. Quando passámos a fronteira, entrámos na África do Sul pela Reserva Natural de Somgimvelo que cruzámos de ponta a ponta pois percorremos aquilo a que os sul-africanos chamam de “Genesis Road”. É um extensíssimo e muitíssimo denso bosque de pinheiros nórdicos, uma paisagem completamente verde, a estrada subindo e descendo emparedada entre montanhas e árvores. É sombrio e fresco. Não fossem os babuínos que por vezes se atravessam na estrada, dir-se-ia estarmos a cruzar os Alpes suíços. O percurso termina em Barberton que reclama para si o título de Berço do Mundo porque está rodeada das mais antigas montanhas do mundo onde estão, também, as rochas expostas mais antigas.

Foram dois dias completamente diferentes na medida em que se perdeu a paisagem tipicamente africana e se entrou num ambiente alpino. Quase deu a sensação de termos saído de Maputo, cruzado a Áustria, a Suíça, e regressado, dois dias depois, à Capital Moçambicana. É a diversidade africana a manifestar-se também na paisagem.
jpv