Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Crónicas de Maledicência – O Alucinante Domingo Português



Crónicas de Maledicência – O Alucinante Domingo Português 

Desporto Alternativo

Em dia de autárquicas, logo, com o país encerrado para obras, dois jovens resolveram não exercer o direito de voto e fizeram muito bem.

Pela primeira vez na história do desporto nacional, um jovem vence um torneio de ténis do ATP World Tour. Ou seja, João Sousa, de seu nome, venceu o torneio de Kuala Lumpur e para tal teve de ganhar aos melhores dos melhores. Ora, se a vitória na final sobre o francês Julien Benneteau é significativa, mais importante se torna porque, para chegar à final Sousa deixou pelo caminho, nos quartos de final, um dos monstros do ténis mundial, o nº4 do ATP, David Ferrer.

Outro português em destaque foi Rui Costa que venceu o campeonato do mundo de ciclismo em estrada. Costa já vinha trilhando o caminho do sucesso ganhando etapas no Tour de França e alguns circuitos importantes. Acontece que nada disso se iguala ao que hoje aconteceu: conquistar um título mundial!

Afinal, as alegrias desportivas chegam das modalidades com menos cobertura. Foi um domingo histórico para Portugal.

As minhas autárquicas
É claro que são muito significativas as vitórias de António Costa e Rui Moreira em Lisboa e no Porto, como é muito significativo o sinal que o povo português deu à governação. O facto é que o PS, maior partido da oposição, teve o dobro da votação que o PSD, maior partido da coligação governamental. É um sinal de mudança. Haverá que saber interpretar esse sinal e fazer as correções correspondentes. Em democracia, deveria ser assim.

Outra nota interessante é o sucesso de candidatos independentes. Parece que a mensagem de acabar com mais do mesmo, chamando mais do mesmo ao sistema partidário implantado criando-lhe alternativas, começa a passar. Será interessante ver onde isto vai dar no futuro.
De qualquer modo, as minhas autárquicas são outras. É essa a magia destas eleições. São os resultados das terras que me dizem alguma coisa ou onde tenho amigos. Ali pela região de Santarém, nomeadamente, em Torres Novas, Alcanena, Entroncamento, Golegã, o PS cilindrou. Tenho amigos entre vencedores e derrotados. A todos formulo votos de bom trabalho, felicitando, em particular, os vencedores pelos resultados obtidos que, regra geral, foram muito expressivos. E depois havia o Funchal onde estavam companheiros de outros tempos, o Paulo Cafôfo e a Marília Azevedo com uma estratégia arrojada de uma ampla coligação na união de esforços para a mudança. E a mudança aconteceu. Parabéns e votos de um excelente trabalho.

Pronto, terminou o alucinante domingo português. Visto daqui, à distância apaixonada de quem procura cá longe outros caminhos, outras soluções e se vai rendendo a outras paixões. Boa semana, Portugal.
Tenho dito!
jpv


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Crónicas de África – África Depois de África


Crónicas de África – África Depois de África

Zibreira, 24 de julho de 2013

Como a imagem documenta, fomos recebidos pela família e por amigos com bandeirinhas à porta de casa e a expressão “Bem Vindos” riscada no fundo de uma caixa de mines que bebemos com satisfação. Essa e outras. Rever a família foi fundamental. A mãe, a mana, o filho, os cunhados, os sogros, os primos, os tios, os amigos… Ainda não conseguimos vê-los todos. Tentaremos. Foi bom, foi reconfortante, o reencontro com o nosso país, as nossas gentes, os nossos rituais, a expectabilidade e a previsibilidade dos gestos das pessoas, dos serviços, dos equipamentos sociais. Tudo isso foi fantástico. E, contudo, essa organização e essa formatação, tão necessárias à nossa segurança e ao nosso bem estar, e que eu tanto prezo, foi aquilo que mais estranhei. África vive em mim nas coisas mais simples e impercetíveis do quotidiano. Há uma liberdade geradora, há improviso, há sonho, há esperança e há o acreditar de que ainda posso contribuir, de que ainda posso mudar. 

A Europa, sendo mais confortável, é mais constrangedora dos nossos movimentos.

Sou tão português como sempre fui. Talvez mais. A condição de emigrante força-nos a reperspetivar o nosso país com olhos de benevolência adocicada pela saudade. Mas temo que, definitivamente, já não seja só português. Talvez tenha duas nações e talvez uma delas seja um continente inteiro. Nós podemos partir de África e regressar ao confortável ninho da nossa pátria, mas África não parte de nós. Anicha-se no nosso coração com a virtude da liberdade, dos sorrisos de esperança e com todas as suas vicissitudes e instala-se no nosso ser. África fica.

Às vezes temo ter duas pátrias. Quem sabe se um dia chego a Portugal e me sinto estranho e, estando em África, não estarei completamente em casa porque me falta o chão lusitano. Muitas pessoas vivem a dicotomia da identidade. Podendo ser de duas terras, não sabem bem a qual pertencem. Eu temo pertencer tanto às duas que venha a não pertencer a nenhuma. A Portugal regressa-se. É o “nostos” grego sem tirar nem pôr. De África nunca se parte. Em Portugal dominamos, mas temos a liberdade coarctada. Em África somos dominados, mas temos a liberdade à rédea solta. Em Portugal vive-se a segurança que se conquista ao preço de limitar horizontes. Em África, a insegurança representa um sem número de oportunidades num horizonte longínquo e indefinido de possibilidades de vida.

Nestes dias de manutenção de espaços e afetos, tem-me andado este país a enternecer, tem-me andado aquele continente a chamar. África depois de África, em Portugal.

jpv


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Distância

Distância

Lá longe,
De onde te não vejo,
Lá longe,
Onde nada é igual,
Lá longe,
Cresce o desejo
De beijar-te o chão,
Ó Portugal.
Lá longe,
Em terra de promessas,
Acabas a viagem
Que começas
Em teu extenso e claro areal.

Há essa distância
Que nos separa,
Essa estranha sensação,
E rara,
Que é ter-te sob os pés,
Erguido e inteiro,
E não deixar
De me sentir estrangeiro.

Ser português
É ser de todo o mundo,
Pisar a terra estranha,
Cruzar o céu azul,
Atravessar o mar profundo
À procura de não sei quê.
É encontrá-lo,
Voltar para junto de seu povo,
Dar dois sopros,
Embalar o olhar na esperança
E procurá-lo de novo.
Ser português
É perder-se
Numa ideia,
É reencontrar a coisa perdida
Semi-coberta pela areia
Duma praia salgada.
É reinventar tudo
Com as mãos cheias
De nada.

Ser português
É partir
E é regressar.
É sentir
No peito a saudade
Da Pátria distante e,
Voltando,
Nunca mais cá estar.

jpv


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Ansiedade

Ansiedade

Ansiedade de pisar-te,
Ó terra.
Ansiedade da tua luz.
Ansiedade de alijar
Este fardo,
Afrouxar esta cruz.
Ansiedade das tuas ondas
Limando a costa.
O odor marinho,
O sol doirado,
A mesa posta.
Ansiedade de encurtar o tempo,
De fintar a distância.
Trabalha-me no peito
Esta ânsia…
De ti.

Ansiedade das pessoas
Nos cafés,
Dos jornais desportivos,
Das noites melancólicas
E dos dias festivos.
Ansiedade dos afetos
E da família,
Ansiedade de mim.
Esta errância há de acabar,
Ó terra,
Quando cobrires o corpo
Deste teu filho que erra.

jpv


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Crónicas de Maledicência – A Credibilidade da Troika


Crónicas de Maledicência – A Credibilidade da Troika

O problema prende-se, sobretudo, com o caráter cordato e concilidador dos portugueses. Como tínhamos um problema de índole financeira, vai de acreditar naqueles senhores de fato cinzento e ar circunspecto. E vai de nos sentirmos culpados como se as pessoas que trabalham tivessem culpas na vilania alheia.

Ora, já não bastavam os erros do Excel a fazer desconfiar que as contas andavam mal paradas, já não bastava o redutor argumento da chuva, não bastava já o Senhor Presidente da República sem saber o que dizer, não bastava termos aceite toda a austeridade possível e mesmo a impossível e… quando era suposto começarem a chegar boas notícias acontecem duas coisas quase surreais. Primeiro, o relatório do FMI descarrega mais austeridade, a raiar os limites da miséria. Segundo, zangam-se as comadres. É verdade! Os tais senhores de fato cinzento e ar circunspecto afinal não se entendem, afinal são humanos e erram. Erram e não é pouco. Afinal, andamos a fazer sacrifícios com base em instruções e exigências de umas comadres desavindas.

Haja decência e respeito pelos trabalhadores, pelos governos e, em última análise, pelas nações.

Ainda as terras dessa gentalha eram um conjunto de baldios entregues a bárbaros porcos e bêbados e já nós tínhamos canalizações, comíamos de faca e garfo e tomávamos, ao menos, um banho de seis em seis meses. Ainda esses tipos pediam aos deuses sorte para atravessarem uma estrada e já nós navegávamos oceanos de sextante em punho.

Estou farto dessa escumalha que injeta sofrimento nos povos, goza com os governos e abandalha as nações que os ensinaram a ser gente.

Ainda recentemente Portugal me encheu de orgulho por ter lutado pela autodeterminação de uma nação irmã: a timorense. Urge, agora, lutar pela nossa própria autodeterminação. Urge ensinar a esses senhores que é a política, porque a política são ideias e ideais, que comanda a finança e cabe à finança servir os caminhos que se escolherem como mais adequados para o desenvolvimento e conforto humanos. As calculadoras e os excéis exercem a ditadura cega da insensibilidade e urge humanizar e politizar os governos das nações. Importa, contudo, que o processo seja dirigido por homens que coloquem o serviço público como prioridade, que sirvam as nações e os povos e não a si próprios. Precisamos de uma geração de gente corajosa, determinada e incorruptível. E, meus senhores, essa gente, normalmente, não anda de calculadora no bolso. Urge devolver o controlo das nações a pensadores, a Humanistas. E urge, como há muito não sentia essa urgência, ouvir o Povo e governar com humildade e inteligência.

Se Portugal vai sair da crise? Claro que sim. E sairá tanto mais depressa, quanto mais rapidamente se encontrar e seguir as suas próprias passadas. Creio mais num jovem estudante português do que nessa trindade usurpadora da nossa soberania! Chega!

Tenho Dito!
jpv


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Portugal

Dificilmente escreverei sobre o meu país um texto tão adequado como aquele que aqui publiquei em 24 de abril de 2012.

Hoje, em plena experiência africana, tenho uma outra noção da portugalidade e da lusofonia e é, por isso, com redobrada emoção que procedo à republicação do poema “Portugal”.

A ideia é assinalar o 10 de junho, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, de forma singela, mas sentida.
——————————————-
Portugal

É um país de mar e de flores.
É uma terra semeada.
São colinas onde se cantam amores.
São quilómetros na ponta de uma enxada.
São festas e rituais
E é um folclore colorido.
São feiras e são estendais
E é um barco, no mar, perdido.
É gente dobrada ao sol
De coluna bem erguida.
São homens defendendo a prole
Na ponta da palavra proferida.
São poetas e são canções,
É a Amália e é um fado.
São ideais e revoluções
Imortalizados num trinado.
É uma ideia peregrina
Germinando na coragem e na vontade.
Nasceu e é menina,
O povo chama-lhe Liberdade.
São reis e tradições,
Mesas postas e bom vinho.
É o mar, em estrondo, aos repelões,
Fustigando um farol sozinho.
São miúdos a jogar à bola,
Uma conversa, uma anedota, uma graçola.
E é um sorriso numa criança,
E é um povo em crise de confiança.
São conquistas e aventuras memoráveis,
O mundo inteiro em histórias inolvidáveis.
São naus sulcando o oceano
Numa melodia de glória e pranto.
É um romance,
É um manifesto realista.
É a tecnologia de ponta
À sombra duma caravela quinhentista.
É um golo no último minuto,
Um lance cortado em cima da linha,
É uma bola nos pés de um puto,
Numa jogada que se adivinha…
E é uma estrada aberta,
Um caminho por percorrer.
É uma praia deserta
Onde as ondas vêm morrer.
Foram glórias
E são glórias.
Foram histórias
E são memórias.
É um mês, é Abril,
Uma revolução sem morte nem sangue.
São canhões e é um fuzil
Nas mãos de um povo cansado e exangue.
É uma gente triste e feliz,
Um paradoxo de morte e de vida.
É uma terra, é um país.
Foi uma promessa cumprida.
Tocam sinos, anunciam perigo.
Corre um rumor sinistro e fatal.
Acorda! Povo adormecido!
Hoje é preciso morrer por Portugal!
jpv
Texto publicado pela
primeira vez em 24 de 
abril de 2012, aqui.


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Mia Couto – Especial a Todos os Títulos

Mia Couto – Especial a Todos os Títulos
Não sou daqueles que, porque um escritor ganha um prémio, se desfaz em elogios e, às vezes, até sem conhecimento de causa.
Neste caso, ter lido quase todas as suas obras, acho que me qualifica para ter opinião acerca de Mia Couto. E a minha opinião resume-se a curvar-me perante aquele que é um dos melhores escritores de sempre de Língua Portuguesa. A sua amplitude vocabular, a reinvenção criativa da Língua Portuguesa, a marca cultural moçambicana sempre presente, sempre marcante, o ritmo tranquilo, mas surpreendente, da narrativa, a crueza das situações e palavras, ou, sendo mais exato, a sua naturalidade desnudada, deixaram-me, há muito, enamorado da escrita de Mia Couto.
O prémio é merecidíssimo e é especialíssimo para todos os falantes de Língua Portuguesa, em particular, os moçambicanos. A mim, comove-me esta sinuosidade da vida que é ser atribuída a distinção exatamente no ano em que vim para Moçambique. Couto, aqui, não é um escritor. Ele e Craveirinha são referências maiores da literatura e da cultura moçambicanas, são estrelas brilhantes num universo culturalmente rico e a notícia está a ser acolhida com grande satisfação.
Gosto, sinto-me feliz, quando um dos meus favoritos é reconhecido. Parabéns Mia Couto! Mantém o rumo porque nós, os teus leitores, já estamos à espera do próximo…
jpv


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Crónicas de Maledicência – A Síndrome Juncker

A Síndrome Juncker

Quem é Jean-Paul Juncker?
É o Primeiro-Ministro do Luxemburgo!

Então qual é a autoridade que lhe assiste para afirmar que “Portugal não pode ter uma crise política”?
Nenhuma.

Mas fá-lo…
Claro! Governar Portugal a partir de fora tornou-se numa moda, pior, numa verdadeira síndrome!

A intervenção da Troika terá sido necessária do ponto de vista financeiro para salvar o sistema financeiro português. Em todo o caso, abriu um precedente perigosíssimo: haver quem, de fora de Portugal, sem qualquer legitimidade política, opine, faça ingerências e tente manipular a governação portuguesa.

Mais. Portugal é uma nação independente, com direito à autodeterminação que conquistou para si há muitos séculos e que tem ajudado a mobilizar para países que a não tinham. Acontece que, recentemente, qualquer artista de fato e gravata, de proveniência mais ou menos incerta, entende que pode governar Portugal. De facto, a subjugação da política ao pensamento financeiro aniquila as sociedades uma vez que aquilo que era um mero instrumento ao serviço das nações se transforma no objeto único, absorvente e assassino das próprias nações.

O mais grave é que se chegam a questionar instituições de soberania maior em Portugal como seja o Tribunal Constitucional. 

Portugal tem de respeitar os seus compromissos, sem dúvida. Mas essa gestão cabe-nos a nós fazê-la no respeito absoluto pela democracia. Se os portugueses quiserem uma crise política, têm o direito de a defender e a obrigação de assumir as responsabilidades por ela, quer os Junckers deste mundo queiram, quer não.

Querem governar? Tudo bem. Governem a casa deles. É que, olhando aqui em volta, não vejo nenhum país que possa gabar-se de não ter problemas. O melhor seria que Juncker e os outros se deixassem de tiques de arrogância e arrumassem a sua própria casa.

Portugal é livre. Sê-lo-á sempre.

Tenho dito.
jpv


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Nem Só de Futebol Vive o Homem

Parabéns, Telma Monteiro.

Mais uma distinção merecida que orgulha o Benfica e, sobretudo, Portugal!

Telma Monteiro


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Crónicas de Maledicência – Tudo ao Contrário

Crónicas de Maledicência – Tudo ao Contrário

Serei breve. Não há razão para ser longo. Nem matéria.
Não admira que o nosso país esteja em crise. Está tudo ao contrário!

Barack Obama anunciou hoje ao mundo o seu novo Secretário de Estado da Energia, o homem, nas palavras do presidente de uma das maiores economias do mundo, que irá relançar a economia dos Estados Unidos da América. Até aqui, nada de novo. Nos EUA fabricam-se heróis a uma velocidade estonteante. Mas, já repararam no apelido do novo secretário de estado? Isso mesmo. Ernie Moniz é português! OK, está bem, sejamos rigorosos, neto de portugueses. Isso não interessa nada. O que interessa é que os genes, o sangue, o ADN do homem que vai salvar a economia dos EUA são portugueses. Como é que o nosso país não há de estar na mó de baixo? Nós produzimos os genes do tipo que vai tirar a maior economia do mundo da lama, mas depois não conseguimos que o tipo salve a nossa própria economia que, ainda por cima, deve ser mais fácil de salvar. O tio Gaspar, quando ouviu esta notícia, deve ter pensado, Que jeito me dava o Ernie aqui em Portugal. Pensou ele e pensei eu…

Claro que houve logo umas más línguas a dizer que o Ernie era conservador e não servia para o lugar. Tudo inveja. A mim, deixa-me orgulhoso ver tanta qualificação portuguesa a ter sucesso lá fora. Por exemplo, na Casa Branca há quase mais portugueses do que americanos. Ele é o Secretário de Estado da Energia, ele é o Diretor de Marketing, ele é o motorista não sei de quem, ele é o cão. Sim, o cão. De resto, se um cão português pode trabalhar na Casa Branca porque é que não pode um secretário de estado?

Eu cá, se mandasse alguma coisa, repatriava o cão e o Secretário de Estado da Energia e obrigava-os a salvar Portugal primeiro. Em troca, devolvia aos americanos esse tipo que matou por lá umas pessoas, refugiou-se no Algarve e nunca mais quis saber do tio Sam para nada. Eu não digo que está tudo ao contrário? Os criminosos vêm para cá. Os salvadores de economias vão para lá. Eles, e os cães!

jpv