Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Pequeno-Almoço


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Bom dia!
Como sabem o pequeno-almoço é uma refeição importantíssima e determinante no nosso quotidiano. Ora, é  ponto assente que um dos alimentos que deve fazer parte do pequeno-almoço é o pão.

Há uns pãezinhos que eu adoro, muito fofinhos, muito saborosos, que se comem como cerejas, são pequeninos e compram-se no supermercado. Hoje, contudo, assustei-me. É que, ao ler a ficha dos ingredientes, quase não ia encontrando a farinha e a água!

Eh pá, vocês já viram que se faz pão com emulsionante, enzimas, ácido asccórbico, reguladores de acidez, etc.. onde é que a malta vai parar? Na minha juventude, pão era farinha, água e sal… 

Enfim, aí fica a prova. Mas lá que são bons…
jpv


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Curtas do Metro – Pequeno-Almoço

Pequeno-Almoço

Um dia destes, de manhã, duas amigas iam sentadas de frente uma para a outra. Uma estaria a meio dos quarenta e a outra caminhava, grisalha, para os cinquenta. Esta, tirou da mala uma bisnaga de creme para amaciar as mãos, espalhou um bocadinho numa mão e depois começou a esfregá-las. Antes de colocar a tampa na bisnaga, disse:
– Mesmo quando ponho isto, tenho sempre as mãos tão ásperas. Queres um bocadinho?
– Não, obrigada. Já tomei o pequeno-almoço!

jpv


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O Clã do Comboio – Morning Breakfast

Morning Breakfast
Tem as mãos largas. As unhas transparentes acabam num risco branco. Não sendo magra, não é gorda. É aquele tipo de mulher a que chamamos bem constituída. A cara larga e ampla, o cabelo louro, pelos ombros, as pernas largas e roliças. Traz sempre um ar sério. E tudo isto, sendo a sua especificidade, é comum e não suscita um texto. Mas há um ritual. Alguns de nós tomam café em casa, outros no bar da estação, outros vão a esse mesmo bar tomar todo o pequeno-almoço matinal. Ela não. Posiciona-se na plataforma de frente para mim, do outro lado da linha. Entra pela porta oposta à que eu uso e sentamo-nos na mesma zona. E depois surge o ritual. O pessoal acomoda-se, assenta o pó do ruído e ela, sempre, religiosamente sempre, toma o seu pequeno-almoço a bordo. Pode ser uma sandes, uma fatia de bolo ou outra coisa qualquer. O que quer que seja, é sempre generoso. Foi cortado por generosas mãos e é degustado com o interregional das 7:18 em andamento. Com a mesma calma e ligeireza de gestos com que abre a merenda, também se desfaz do que sobra e do guardanapo ou do papel de alumínio onde vinha embrulhada.
Depois, de forma invariável, encosta a cabeça à lateral do comboio e dorme até ao Oriente. É como dizia a minha mãe, de barriguinha cheia…