Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Balanço

Tenho recebido imensas mensagens de correio electrónico com perguntas diversas. Vou responder às cinco mais frequentes?
Como fazes para conseguir manter o blogue actualizado ao longo do dia?
Simples. Escrevo no comboio e em casa e onde calha. À noite passo os posts para o programa de edição, mas não publico todos, só alguns. Activo o sistema de publicação por telemóvel e, ao longo do dia, com uma simples sms publico os posts que estão editados para publicação. São as tecnologias no seu melhor!
Há mais textos sobre o comboio e o autocarro?
Isso nem se pergunta. Ultimamente tenho ouvido música para não me aperceber de tantas histórias porque não consigo acompanhar o ritmo a que acontecem e assisto, pois a escrita dá muito trabalho. Para escrever ou para passar para o blogue estão as seguintes: a mulher que queria estar em privado no comboio; a mulher que sofria da vesícula; a mulher que dizia palavrões; a mulher vampiro; elegância enlatada; o rapaz com cabelo espetado; o casal desigual; doenças a bordo.
Tudo isto será aqui publicado, só não sei quando!
Como vai o romance “De Negro Vestida”?
Vai bem. Já tem 50 capítulos publicados como sabem e já estão mais 11 escritos que falta passar e publicar. Começa a caminhar para o fim embora ainda falte um bocado. Não publico mais porque dá muito trabalho passá-los do manuscrito para o processador de texto e depois para o blogue.
Onde vais buscar as citações?
Umas são-me ditas em conversas. Outras oiço na rua ou nos transportes, outras retiro de e-mails que me escrevem e outras emergem das minhas leituras.
Como é que tens tempo?
Durmo pouco! Mas não me arrenpendo. Apesar de gostar de dormir, detesto a ideia de desperdiçar vida dormindo. Prefiro viver. Durmo entre 6h e 1,5h. por noite.
Nota: a escrita é maravilhosa e viciante, mas dá, efectivamente, muito trabalho! Boas leituras.


1 Comentário

Citação

“Escreve o mundo enquanto ele gira!”
JP


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Ponto da Situação

Caros amigos,
algumas almas mais insatisfeitas têm perguntado pelo romance “De Negro Vestida”. Está bem, obrigado. Já há, pelo menos, mais sete capítulos escritos. Só não tenho tido tempo para os passar do manuscrito para o processador de texto. Enfim, este fim-de-semana tentarei colocar alguns. E, deixem-me esclarecer, tem momentos surpreendentes.

Até breve,
João Paulo.


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Agradecimento

Durante o processo de produção de “De Negro Vestida” foi necessário fazer uma pequena investigação no terreno, nomeadamente, por razões que entenderão em capítulos futuros, saber como funciona uma agência funerária e como uma mulher encara esse tipo de trabalho.
Aqui fica a expressão da minha gratidão a Conceição Conde, uma senhora de grande simplicidade mas também de grande coragem, sensibilidade eJustificar completamente capacidade de trabalho. É proprietária da Funerária Conde, no Entroncamento, e quando me viu entrar pela loja dentro a fazer perguntas sobre o seu negócio por causa de um romance, em vez de me chamar maluco e pôr na rua, recebeu-me com simpatia e conversou comigo sobre tudo o que lhe pedi, mesmo sobre alguns assuntos mais duros. Não só fiquei a conhecer um mundo que desconhecia, como me apercebi de algumas das suas adversidades, dos problemas que podem surgir e sobretudo, da importância deste trabalho e da coragem que exige.
Estas são as pessoas que têm o ingrato mas importantíssimo trabalho de cuidar dos nossos entes queridos nas suas últimas horas connosco. A determinada altura, Conceição Conde disse a frase “Trato-os como se fossem vivos”. Perante esta honestidade e esta dedicação, resta-me dizer-lhe: Obrigado São!
João Paulo Videira


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Esclarecimento

Alguns leitores têm perguntado se os textos que aqui coloco são de minha autoria, em particular os poemas. Devo informar-vos de quatro regras simples na publicação de textos neste blogue:

1) Todos os textos que não têm o autor indicado são de minha autoria.
2) Todos os textos que têm o meu nome indicado são de minha autoria.

3) Todos os textos que não são meus têm o nome do autor por baixo.

4) Os textos narrativos aqui publicados “Estórias ao Acaso: Noite Fria” e “De Negro Vestida” estão registados na IGAC (Inspecção-Geral das Actividades Culturais)

Ou seja, se foi outro que escreveu, eu coloco o nome. Tudo o resto é meu!

Abraço grande,
João Paulo.


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Simpáticos

Os números das visitas a “Mails para a minha Irmã”. Em cerca de ano e meio, fomos visitados por mais de 8500 pessoas que fizeram 21111 leituras. Outro pormenor interessante é o facto de as pessoas demorarem, em média, 7 minutos no blogue. Ou seja, podemos não ser muitos, mas os que cá vêm, vêm por interesse e demoram-se! Normalmente os visitantes deste blogue lêem diversas páginas. Se repararem na imagem, hoje ainda só cá estiveram 10 pessoas mas já foram lidas 71 páginas!!

Resta-me agradecer a todos os visitantes e leitores e prometer que o próximo capítulo de “De Negro Vestida” vem brevezinho.

João Paulo Videira


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"De Negro Vestida" está de volta!

Caros leitores e amigos,
depois das férias e da publicação do Diário de Bordo que delas resultou, retomarei a publicação de “De Negro Vestida”.

O romance evoluiu bastante e traz muitas novidades quer no conteúdo quer na forma e ritmo de narração. Acontece que as férias sempre fazem esquecer um pouco as coisas e por isso mesmo venho dar-vos três informações relacionadas com a continuidade do texto.

1) Aqui por baixo republico, para que possam reler sem ter de procurar, o último capítulo publicado em Julho.
2) À vossa direita colocarei um índice do romance que passará a estar por cima do arquivo do blogue. Assim, a busca de capítulos anteriores tornar-se-á mais fácil.
3) Entre hoje e amanhã, retomarei a publicação de novos capítulos, fresquinhos e, espero, surpreendentes.

Faço votos de que gostem e deixem sempre os vossos comentários seja aqui, seja via mail.
Um abraço,
João Paulo

De Negro Vestida – XXXII
Despertar – VI

Maria de Lurdes regressou à sua mesa no passo mais firme que conseguiu. Ainda não sabe mas o encontro com António Pedro não terminou. Assim que chegar junto das colegas fará um ricochete, um caprichoso arco de bumerangue e regressará à promissora conversa com um sorriso nos lábios.
Que estás aqui a fazer Lurdinhas? Pareceu-nos que a conversa estava agradável ali com o jeitoso do fato azul. E estava, mas seria incapaz de deixar-vos. Afinal de contas este jantar é uma simpatia vossa em minha homenagem. Olha, Lurdinhas, em primeiro lugar, este jantar era para veres gente. Agora que viste, não faz sentido estares aqui. Em segundo lugar, nem compreendemos como é que trocas o jeitoso por nós. Nenhuma de nós hesitaria em fazer a troca ao contrário. E, por fim, deixa-me dizer-te uma coisa. Estamos curiosíssimas em relação àquela conversinha que tiveste ali, mas preferimos ouvir amanhã uma estória inteira do que ouvir já só meia estória… Então vocês não se importariam… É que ele de facto convidou-me para tomar café… Lurdinhas, não vivas a vida pela metade. Senta-te. Acaba o jantar. E corre para o desconhecido. Neste caso o desconhecido tem muito boa figura!
E foi isso que fez. Quando se sentou, piscou o olho por instinto na direcção da mesa do homem de fato azul que respondeu com um sorriso. Estava combinado. Palavras não foram precisas. E continuaram a não ser precisas quando se levantou para cobrar a promessa de café e as outras todas que vinham embaladas no olhar e no sorrir. Ele percebeu e levantou-se também. Não a quis a atravessar a sala sozinha pela segunda vez. E veio ao seu encontro. E a meio do caminho se encontraram.
– Então, Maria de Lurdes do olhar brilhante, já tomou café?
– Ainda não, António Pedro do sorriso promissor. Prometeu-me um café, venho cobrá-lo.
– E as suas colegas?
– As minhas colegas quase querem mais do que eu que tome café consigo.
– Muito simpáticas. Merecem uma recompensa.
António Pedro chamou o empregado de mesa e disse-lhe, tratando-o pelo nome, que oferecesse um café e um porto às senhoras.
Por cima do olhar, António Pedro tinha uma cabeleira farta e encaracolada que lhe dava um ar de certa irreverência e lhe tirava anos ao aspecto. As mãos eram largas e a voz grave. E foi com ela que sugeriu tomassem o café na esplanada. Era uma estrutura assoalhada em ripas de madeira tratada, delimitada por cabos de aço atravessando prumos inox de dois em dois metros. Ficava nas traseiras do restaurante e dela se via uma parte da cidade iluminada salpicando de luz o breu da noite.
Começaram conversando de pé, junto ao gradeamento que o não era. Só uns cabos de aço pós-moderno. E ficaram trocando as primeiras palavras, aquelas que sempre surgem desbloqueando os silêncios atrevidos que incomodam nestes momentos. Incomodam porque são uma ameaça à continuidade do que quer continuar-se. Seria terrível duas pessoas sentirem-se atraídas e não conseguirem conversar. E falaram da coincidência de estarem na mesma sala, de estarem em mesas frontais, de olharem na direcção um do outro. E desenvolveram a teoria que os amantes sempre desenvolvem das forças superiores que unem quem querem unir sem perguntas nem preparações. E falaram assumindo à partida a sua consonância, a sua coragem. E recordaram os momentos que os trouxeram ali, as dúvidas, as incertezas e os impulsos. Maria de Lurdes perguntou-lhe como é que, estando ele de costas, soubera quando virar-se para a cumprimentar. Pedi ao colega que estava de frente para mim que me avisasse. E avançaram algumas frases começadas por eu… Anunciando características pessoais, comportamentos previsíveis, gostos, como que recolhendo aprovações, dando a conhecer virtudes e defeitos porque um e outro queriam que, o que quer que se aproximasse, viesse com clareza e transparência. Fundamentos sólidos na fraca estrutura dos relacionamentos humanos.
Expostos os primeiros argumentos, traçadas as primeiras linhas de entendimento, conquistada a seara quente da harmonia atravessada pela brisa das palavras e, não menos importante, chegados os cafés, mais uma água com gás para ela e um uísque sem gelo para ele, puderam finalmente sentar-se. Olhar-se de frente. Conversar com os olhos, com os sorrisos, com as expressões, com o volume e a forma que o corpo dá às palavras. O momento adivinhava-se perfeito. Temperatura amena, breu cortado pela lua gorda, brisa apropriada, um pouco antes de vento, local a pedir conversa e conversa a pedir para acontecer. E aconteceu.


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Este Blogue vai de Férias

Caros amigos, este blogue vai de férias!

Com a facilidade de meios que hoje existe, seria fácil fazer a manutenção durante as próximas três semanas, acontece que eu também preciso ir de férias, desligar computadores, telemóveis, conversar, dormir, passear, e ler. Ler pelo prazer puro e simples de ler.

Foi um ano intenso. Mails para a minha Irmã evoluiu e afirmou-se, para além dos mails, através da ficção. Como sabem, adoro escrever. Escrevo só porque sim, mas é muito melhor com a vossa companhia, com o vosso incentivo, conselho, crítica. Não somos muitos mas somos assíduos e estamos a crescer. Quando começámos éramos cerca de 20 por dia. Hoje, somos cerca de oitenta e muitas vezes superamos as cem leituras por dia. É motivante.

“De Negro Vestida” terá uma evolução interessante. Está prestes a mudar o rumo da narrativa e, quando tal acontecer, a recuperar uma escrita mais pessoalizada. Aquela que fez com que tantos de vós ficassem leitores do blogue.

E haverá, durante o próximo ano, para além da ficção, novos Mails para a minha Irmã! Está dito, está dito!

Desejo-vos umas boas férias e um bom descanso, sendo caso disso. Não sendo, desejo-vos um bom trabalho.

Até daqui a uns dias.

João Paulo


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Como vai "De Negro Vestida"?

Perguntam-me pelo romance, se desisti… Nada disso, vai bem. Tenho escrito. Só não tenho tempo para passar os textos. Mas em breve aí estarão mais capítulos!

Também tenho uma surpresa para postar. Aguardem-me!

Um abraço,

João Paulo


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O Céu a meus pés.

Viver no Ribatejo tem destas coisas: há de tudo um pouco. Até milagres. Esta manhã aconteceu-me algo miraculoso. O miúdo anda a estudar as noites inteiras. De manhã, antes de ir descansar gosta de desanuviar. Normalmente vamos dar uma voltinha pela serra, contemplar e descansar a alma. Outras vezes, vamos ver o mar. Hoje, por volta das 7h saímos para o pequeno-almoço mais o dito passeio. Resolvi arriscar por uns caminhos mais distantes e por umas estradas mais escusas. E que encontrámos? O que as imagens documentam. A prova provadinha de que há céu na terra! É preciso ser-se um tipo muito sortudo para viver a 30 minutos do céu. Pois se até Cristo levou três dias! Quem quiser saber exactamente onde fica o local é só perguntar via comentário ou mail. E por agora nada de mais palavras que as imagens falam por si!

“Despertar” “Um mar de céu”
“O céu a meus pés”
“Céu com terra ao fundo”
“Rolando nas nuvens”
“Quixote”
” ‘De Negro Vestida’ no céu”
“Revelação”