20/8/2010 – 23:45h. – Zibreira
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Pequeno almoço e almoço em Atenas, lanche em Genebra e jantar na Zibreira. Andamos mesmo a superar barreiras e a quebrar fronteiras, inclusive as do tempo.
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20/8/2010 – 23:45h. – Zibreira
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Pequeno almoço e almoço em Atenas, lanche em Genebra e jantar na Zibreira. Andamos mesmo a superar barreiras e a quebrar fronteiras, inclusive as do tempo.
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20/8/2010 – 20:15h. – No avião (Genebra – Lisboa)–Em Portugal é menos uma hora. Já sinto a ansiedade de chegar a casa. Finalmente, ao fim de vinte e cinco dias, ouvimos falar português. A nossa Língua é tão bonita e acolhedora! Claro que somos mais “fechados” que os gregos, em particular os cretenses, mas somos um excelente povo. Gente muito boa.
–Vi Veneza e Verona do avião no voo anterior, mas o mais espectacular não foi isso. O aeroporto de Genebra fica ao lado de um lago imenso. A aproximação à pista foi feita por cima do lago e a aterragem ao lado dele. Foi belíssimo. Agora viajamos num AirBus da TAP chamado Francisco D’Ollanda. Já lanchámos.
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Devido à diferença no fuso horário (duas horas entre Atenas e Lisboa), hoje vamos viver um dia de 26 horas! Interessante, isto do tempo. O certo é que nunca pára. Hoje só volto a escrever na Zibreira.
20/8/2010 – 16:17h. – No avião (Atenas – Genebra)
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Deixámos Atenas há 20 minutos. A descolagem foi suave. É um AirBus da SwissAir.
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Lembrei-me de escrever só para registar que adoro aeroportos. E não tem nada a ver com estar de férias ou andar de avião ou o que quer que seja. Tem a ver com a multiplicidade cultural que aí se encontra. Estar num aeroporto é como não estar em país nenhum e estar em todos os países ao mesmo tempo. Almoçámos no aeroporto de Atenas. Foi muito interessante, mais uma vez, ouvir tanto linguajar diferente, tanto costume diferente. Nas roupas, nos gestos, nas malas, na forma como se espera, na ansiedade com que se pretende embarcar, na cor da pele, do cabelo, dos olhos. Se tudo correr bem, hoje durmo na minha cama. Na Zibreira! Acho que hoje até os cães vão dormir dentro de casa! Devem ter muito para contar. E nós também.
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Nota de vôo: nas diversas viagens que tenho feito, nunca me aconteceu isto. O comandante informou que o tempo estava de tal forma bom que quase todo o vôo, excepto a partir dos Alpes, seria feito com visibilidade para a terra. Estamos a 11000m de altitude e é possível ver o esquadrinhado das casas, das estradas, o verde dos lagos, o percurso irregular dos rios, o azul intenso do mar e as ilhas dispersas e perdidas nele. Sempre sem nuvens. O poeta tinha razão. Para além da nossa pequenez existencial, também fisicamente somos um “bicho da terra tão pequeno”.
19/8/2010 – 21:36h. – Atenas
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Hoje foi dia de Acrópole. Estou no hotel e descanso.
Chegámos de Creta muito cedo, pelas 6h da manhã, largámos as malas no hotel, tomámos o pequeno-almoço e fomos revisitar a cidade sagrada. Logo às 8h. assistimos ao hastear da bandeira grega na Acrópole. É feito por oito soldados que a protegem armados até aos dentes. Quando terminam o processo, por volta das 8:30h, viram costas à bandeira e gritam “Bom-dia Atenas, bom-dia Grécia!”
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Sempre que lá volto reencontro o mesmo poder, a mesma magnificência e encontro aspectos novos. É um conjunto arqueológico invulgar, com uma história invulgar, quer pelo aspecto que mantém, quer pela civilização que invoca. A visita ocupou-nos toda a manhã.
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Passeámos toda a tarde e noite pelas ruas da cidade antiga. Não sei como é que isto acontece, mas no fim das férias as malas estão sempre mais cheias. Não sei como é que vai lá caber tudo. Será precisa muita engenharia de arrumação!
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Tenho saudades de casa e… dos meus cães!
18/8/2010 – 22:01h. – A bordo do Lato
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Já estamos a bordo do Lato no percurso de 8 horas de Creta para Atenas. Curiosamente, o mesmo navio que nos trouxe, vai levar-nos de volta.
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O dia foi muito agradável. Pequeno-almoço memorável. Depois fizemos as malas e deixámo-las guardadas com a D. Antonia e passámos todo o dia na praia “quente e frio”. A água que chega das montanhas é mesmo gelada. Tão gelada quanto revigorante. Alugámos um chapéu e umas cadeiras de recostar mas não foram muito usados. Andámos todo o dia no mar. Escrevi imenso. Gosto de escrever de frente para o mar. Bem vistas as coisas, de frente para o mar tudo é melhor.
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Como tínhamos comprado bilhetes com quarto, deixaram-nos entrar duas horas antes da partida, ou seja, às 19h. Foi óptimo porque pudemos tomar um banho retemperador, vestir roupas lavadas e ir lá acima ao exterior comprar jantar e ficar a comer numa mesinha de frente para o mar.
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Agora só penso em descansar porque amanhã é dia de revisitar a Acrópole o que é sempre tão interessante quanto cansativo e, como tal, não me apetece ainda fazer balanços que deixarei para o fim. Mas, à medida que a ilha fica para trás, não posso deixar de reparar que um pouco de mim fica com ela. Não posso deixar de lembrar dois aspectos que emergem de todos os outros, que só por si teriam valido a pena: a extraordinária beleza Natural de Creta e as fabulosas pessoas que nela habitam. Penso voltar um dia, se conseguir. É quase como se fosse um tributo.
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Pormenor de atendimento: fomos ao restaurante dos grelhados no barco e pedimos três gyros. Aconteceu um diálogo tão hilariante quanto curioso:
– Desejamos três gyros, por favor.
– No pão ou no prato?
– No pão.
– No pão não temos, só no prato!
18/8/2010 – 8:03h. – Georgioupoli
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O sol já resplandece em toda a ilha desde a montanha ao mar. Faz um calor envolvente mas não agressivo que vem das serras e é cortado a espaços por uma brisa fresca que vem do mar. Estamos a tomar o pequeno-almoço no nosso local favorito. Iogurte com mel e nozes, sumo de laranja, café, pão fresco, ovos cozidos, estrelados, bacon, doces e biscoitos. Coisa ligeira, portanto!
–Não tenho escrito porque os últimos dias foram exclusivamente dedicados a descansar. Da cama para a mesa, da mesa para o mar, do mar para a mesa, da mesa para a cama, da cama para o mar, do mar para a mesa, da mesa para a cama. Tem sido este o círculo dos dias. Meu Deus, como precisava descansar! Tenho escrito imenso. “De Negro Vestida” avança a olhos vistos, em bom ritmo.
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Ontem à noite jantámos de novo no restaurante Nostos. Foi o local onde fizemos mais refeições, quase diariamente. Tem uma qualidade soberba, pessoas de uma simpatia extrema e não é nada caro para aquilo que oferece. Ontem jantámos tzatziki com pão tostado, soutzoukakia, bolognesa cretense, gemistá (muito melhor do que a de Xaniá), duas coca-colas, uma água e uma garrafa de vinho retzina, No fim pediram-nos 28€. Quando acabei de pagar, trouxeram-nos um quarto de melancia partida aos bocadinhos, um prato com figos e três cálices de raki, um para mim, outro para o Iago e outro para o dono da casa! Ele bebe com todos os clientes. Não sei como aguenta! No fim vieram desejar-nos boa viagem para hoje com abraços e beijos e ofereceram-nos uma garrafa de água de litro e meio cheia de raki caseiro. O dono do restaurante e pai da família disse que o raki faz bem aos homens e fez um gesto com o braço bem conhecido de todos a indicar uma erecção. Fiquei a saber que além de uma aguardente que não arde, o raki também é um produto com efeitos terapêuticos! Ele que é careca e muito gorducho está sempre a dizer “O meu nome é Adonis, o deus da beleza” e faz um gesto para si mesmo como que para comprovarmos a dita beleza! Depois desata numa gargalhada e bebe mais um raki. Quando trouxe os figos perguntou-me se gostava. Eu disse que nem por isso mas que a minha mulher e o meu filho adoravam. Ele disse que aqueles figos eram das árvores deles e vai daí descascou um com as suas próprias mãos e foi com elas que mo enfiou pela boca abaixo. Eu comi e depois bebi mais um raki!
–Hoje é dia de fazer as malas, usufruir da praia uma vez mais e apanhar o barco para Atenas ao princípio da noite.
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Nota hospitaleira: Nesta ilha fomos tratados um bocadinho além de turistas. Fomos verdadeiramente acolhidos e acarinhados. O Nostos é um exemplo disso. É um restaurante familiar onde trabalha o pai, Adonis, a mãe, Atena, a filha, Maria e o filho, Giorgis. Merecem ser visitados por quem venha a Creta. Também alugam quartos e têm um site que mora em http://www.river-side.gr
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A Maria faz 18 anos em Outubro e vai para a universidade em Atenas estudar Fashion Design. Passa os verões no Nostos a servir à mesa com humildade e simpatia não obstante os seus sonhos. Tentou ensinar-nos mais algum grego… não sei se conseguimos aprender, ainda assim, cá vai: kalitichi, Maria! (felicidades, Maria!).
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Nota Luís Lobo: tenho tentado não me lembrar do trabalho nem de nada, nem de ninguém relacionado com ele, mas não me esqueci de ir pedindo um pacote de açúcar a mais sempre que bebia café. São para a tua colecção. Só já falta a viagem de regresso e o avião não cair, hihihi!
12/8/2010 – 17:30h. – Paxia Ammos
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A viagem de regresso correu bem. Ainda não vimos um único acidente em Creta.
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11/8/2010 – 21:45h. – Georgioupoli
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Em 1866, a invasão da Grécia pelos turcos vivia momentos de grande confrontação em terras de Creta. A violência era desmedida, as baixas múltiplas de ambos os lados. Num mosteiro denominado Moni Arkadi, os monges resistiram dentro dos muros do mosteiro com a ajuda de populares. A ofensiva turca foi de tal forma violenta que conseguiram penetrar no mosteiro. As várias dezenas de pessoas que aí se encontravam refugiaram-se na adega onde guardavam a pólvora e, para não serem torturados nem morrerem às mãos do invasor, detonaram a pólvora. A abóboda da adega ficou completamente desfeita. Não houve sobreviventes. Também morreram muitos turcos na explosão. Hoje, estive nessa adega. O mosteiro é austero mas muito aprazível. A adega nunca foi reconstruída e continua sem abóboda como forma de lembrar os que se sacrificaram por Creta.
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Depois visitámos Anogeia, uma terrinha junto ao Monte Idi que é o centro da produção artesanal de bordados. Foi aqui fundada a 1ª cooperativa de mulheres de Creta e quase toda a população trabalha em bordados.
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Depois de almoço, dedicámos a tarde a visitar o Vale de Amari e as suas aldeias “entaladas” na serra. Começámos por Marguerites, uma aldeia onde toda a população se dedica à produção de objectos de cerâmica pintados em cores muito garridas. Depois fomos a Gerakari onde produz artesanalmente doce e licor de cereja e raki (aguardente típica). Entrei com o Iago numa taverna dessa aldeia serrana e pedimos dois rakis. A senhora trouxe dois cálices de raki, um pepino descascado e cortado aos bocadinhos e um prato com ameixas. Quando lhe pedi a conta, ela disse, com um sorriso nos lábios: “1 euro”. Eu bem digo que estes tipos não existem. Ela só cobrou o que eu pedi. O resto foi uma simpatia dela. Paguei-lhe 1€ e esqueci-me de uma moeda de 2 em cima da mesa.
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Todo o vale de Amari é lindíssimo, nele visitámos duas capelas do Séc. XIII, Agia Ana e Agios Ioannis. A primeira ainda tem frescos. São os mais antigos frescos cristãos na ilha. A segunda está em ruínas mas, mesmo assim, colocaram lá um altar pequenino, improvisado em madeira e mantêm o culto vivo.
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De todo o vale, gostei especialmente de Anogeia e Gerakari. O vale não é sobre comprido como estamos habituados a ver. Tem uma forma ovalada e é rodeado pela montanha em toda a volta.
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Nota rodoviária e não só: Eu, que sou professor, não consigo deixar de me interrogar como é que as crianças daqui vão para a escola. Seja porque as aldeias são em locais inóspitos, seja porque as estradas são terríveis. Muito íngremes, muitas curvas e muito estreitas. Uma distância de 10km pode levar entre 30 a 40 minutos a fazer.
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Nota cultural nº1: desde que estou em Creta, tenho reparado em algo que não sabia se devia escrever e como escreveria se o fizesse. Penso que o melhor é ser claro. Os cretenses nutrem e não escondem uma clara insatisfação ou, se quisermos, uma clara repulsa pela Alemanha da senhora Merkl. Não é nada com os alemães em geral, é mesmo circunscrito ao corpo político. Lembrei-me de escrever isto porque eu ando a dizer, meio a brincar, meio a sério, que precisamos de outra revolução em Portugal e, um dia destes, um cretense disse a frase “Precisamos de uma revolução”. O contexto era o de uma reacção enérgica à pressão política colocada pelo governo de Merkl.
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Nota rodoviária: não escrevi isto logo no primeiro dia em que conduzi na ilha porque nnão sabia se era uma coincidência ou um hábito. Escrevo agora porque já percebi que é um hábito. Os cretenses, nas estradas onde há bermas, inventam uma terceira faixa de rodagem. Os condutores mais lentos andam com metade do carro na berma e os outros circulam no centro da estrada. Numa estrada com duas faixas de rodagem, estão frequentemente 3 carros lado a lado e chegam a estar 4. Por isso é que escrevi há dois dias que eles conduziam de frente para mim, é que toda a gente pressupõe que quem vai devagar (menos de 100km/h.) segue pela berma. Ou seja, eles vinham de frente para mim porque eu, na minha mão, estava errado!



10/8/2010 – 17:44h. – Agia Gallini
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Em Creta, as coisas pordem acontecer assim. Um dia dedicado à cultura tem fim numa esplanada de praia. Estamos na esplanada da Taverna Stochos na praia de Agia Gallini, na costa sul da ilha. Acabámos de comer um tzatziki e uns calamares e agora vamos ao banho no mar para refrescar antes de fazer a viagem de regresso a Georgioupoli. O mar é, como em toda a ilha, intensamente azul e morno na temperatura.
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Saímos de manhã e visitámos as ruínas de Cnossos que ascendem à cultura minoica. Qualquer coisa como 70 séculos antes de Cristo. As ruínas, ou seja, as suas edificações e frescos, foram “completados”, isto é, reconstruídos por John Evans com uma técnica de restauro que tem sido polémica. O “completamento” é coerente e feito por analogia com o que ele encontrou, mas na verdade depende da interpretação que ele deu ao que encontrou. Um turista comum nem nota e gosta de ver as coisas “acabadas”. Um visitante mais atento não deixa de reparar que há coisas que não são originais. Em todo o caso, a visita vale a pena. É uma cidade imponente para a época a que reporta.
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