Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Documento 93

Meu Amor,

Resolvi escrever-te hoje porque faz exactamente 1 ano desde o dia em que demos um beijo apaixonado na salinha da fotocopiadora.

Foi o primeiro de muitos e apaixonados beijos, de milhares de carícias voluptuosas e estonteantes, de muito, intenso e maravilhoso sexo. Uma infindável conversa de corpos, de jogos de prazer todos feitos de dádiva, de entrega, de pura e natural sedução. Uma harmonia nos gestos que nasce na forma como encaramos o mundo, a vida e o amor. Uma sintonia que começou nas palavras e nas ideias, se materializou nos corpos e voltou às palavras com que sempre partilhámos tudo.

Tu não és uma alma gémea. Uma alma gémea será uníssona, mas outra, e tu és, para mim, uma parte do meu sentir, do meu ser e do meu agir. Nós somos fragmentos da mesma alma. O nosso mundo, aquele em que conversamos, debatemos as nossas ideias e trocamos os nossos corpos no bailado do amor, é um mundo perfeito. Assim ele fosse o único. Mas não é, meu amor, minha livre e doce Tânia. É o mesmo mundo onde temos de encontrar-nos furtivamente, o mesmo mundo onde é preciso calar e esconder o nosso amor para que possa ser vivido, o mesmo mundo onde temos compromissos e obrigações que existiam antes de nós. Temos sentido a pressão e o desgaste desta situação e não fora a nossa paixão tão forte, não fora o nosso amor tão sólido e teríamos sucumbido já. Mas eu sei, meu amor, que não podemos protelar mais esta situação. Há opções que têm de ser feitas e decisões que precisam ser tomadas. Entregámos um ao outro um ano das nossas vidas, mas não é sustentável continuarmos assim e eu sei, minha querida, que, dados os acontecimentos recentes e a actual situação, me cabe a mim dar o próximo passo.

Hoje venho dizer-te que te amo muito e te quero muito e venho pedir-te que nunca duvides desse amor nem dessa entrega, seja qual for a minha decisão. Hoje, venho entregar-te o meu amor.

Com Amor,

Rui


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"Com Amor," – Documento 92

Olá Rui,

Tu és um safadão. Com que então a querer tratar o nosso beijo, o segundo em dois dias(!!!), como se não fosse nada. Foi e foi muito! Não vês que significa que não estamos a ser disciplinados, rigorosos?
Bem, tirando isso, o beijo foi bom… foi envolvente!

Quanto à nossa sintonia, acho que é mais do que sintonia. É uma certa harmonia na forma de ver a vida e no que queremos dela. Ultimamente, sinto-me bem ao pé de ti, é como se as coisas no Universo estivessem naturalmente organizadas. Não há esforços nem fingimentos. Mas tudo isto é precipitado.

PRECISAMOS TER JUÍZO!

Beijo Bom,
Tânia


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"Com Amor," – Documento 91

Olá Tânia,

Hoje, penso, portámo-nos muito melhor. É evidente que aquele beijo apaixonado e estonteante que me deixou com um desejo louco de fazer-te minha poderia não ter acontecido, mas até aí estivemos muito bem. Conversámos coisas muito importantes. Talvez fosse melhor não sermos sempre os últimos a sair. Os outros vão acabar por reparar.

Sim, estou em sintonia ctgo. A vida é o que fizermos dela, é construída pelas nossas decisões. Não há passado nem futuro que não estejam ligados ao que os homens decidiram fazer ou decidirão fazer.
Sim, estou em sintonia ctgo. As coisas existem para nos servir e não para nos sacrificar e as mais fantásticas desta vida são de graça…
Sim estou em sintonia ctgo. Por vezes apetece-me desligar de tudo o que é material e recomeçar do zero, às vezes apetece-me ter uma casinha pequenina em que eu entre sem tropeçar em objectos inúteis. Os objectos não são vida. Vida é o que fazemos com o tempo que temos.

Pensei que ninguém entenderia isto. Tu entendes e isso é maravilhoso. O nosso caso, que ainda não é nada, pode tornar-se sério por aí…

Até amanhã.

Com Amizade,
Rui


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"Com Amor," – Documento 90

Olá Rui!

Esperei por ler-te.
Ainda bem que escreveste. Fiquei mais tranquila.

Não pode mesmo repetir-se!

Beijo

Tânia


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"Com Amor," – Documento 89

Calma miúda!

Não te martirizes. Foi só um beijo. Sim, eu sei, mesmo assim é grave. Quando te digo para teres calma e para não te martirizares é pelo seguinte: eu estava agitado, também. E estava a rezar para que ficasses, e se tu não tivesses atrasado a tua saída hoje, eu teria atrasado a minha noutro dia qualquer. Isto não é culpa tua, é responsabilidade nossa.

Acho que quebrámos as regras todas da empresa, embora eu ache que não somos os primeiros a trocar beijos apaixonados na salinha da fotocopiadora… fofocas! Depois falamos.

É claro que é melhor que não se repita. Há demasiada gente envolvida. Seremos fortes!

Beijinho.
Rui


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"Com Amor," – Documento 88

Querido Rui,

Desculpa, desculpa, desculpa…
É já muito tarde, mas resolvi escrever-te na mesma. É demasiado importante!

Eu não percebi que pudesse acontecer aquilo que aconteceu hoje, mas o facto é que aconteceu e eu assumo… Tu tinhas de trabalhar até tarde e precisavas ficar no escritório. Eu não, Rui. Eu estive a empatar e a fazer horas para poder falar contigo. O meu coração pulava de agitação e só quando acabei de beijar-te percebi que fora um impulso e que não devia ter acontecido.

Não se repetirá!
Mais uma vez, peço desculpa.

Tânia.


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"Com Amor," – Documento 87

Ainda te li!

Até segunda! 🙂

Tânia


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"Com Amor," – Documento 86

Olá Tânia,

Ainda bem, também. A tudo! Não podia estar + de acordo ctgo. Claro que houve ali uma atracção, mas acho que foi mais prudente assim.

Respondendo ao teu PS: acho que poderia ter acontecido. Nós somos muito compatíveis. Também acho que nunca aconteceu porque tu andaste tão envolvida e absorvida pela tua vida e pelos teus problemas quanto eu pelos meus.

Talvez agora que encontrámos um problema comum e isso nos levou a partilhar ideias e descobrimos algumas sintonias, talvez agora houvesse essa oportunidade. Mas agora, Tânia, a vida de ambos já está muito complicada.

Beijocas e… até segunda.

Rui


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"Com Amor," – Documento 85

Olá Rui,

A expressão que coloquei no título resume bem o que sinto em relação a ontem: Ainda Bem.

Ainda bem que fomos jantar. Foi fantástico ver as pessoas que conhecemos em ambiente de trabalho numa onda descomplexada. Ainda bem porque todos conversámos e descomprimimos. Eu, pelo menos, descomprimi à brava. Ainda bem porque nos divertimos muito e a noite terminou com todos a sentirem-se bem e relaxados. E, ainda bem, Rui, que nos contivemos no regresso, eu e tu. Houve um momento em que paraste o carro para terminarmos a conversa que tínhamos começado nos nossos mails sobre estes conflitos que andamos vivendo entre materialidade e espiritualidade, e pensei que algo poderia acontecer. Não é que não goste de ti, mas acho que já temos problemas suficientes, os dois.

Eu percebi que se criou ali um clima, uma sintonia, houve ali um momento em que quase cedemos à tentação da promessa de um beijo. Ainda bem que não cedemos. Quanto ao resto, ainda bem tudo. Noite maravilha, companhia maravilha.

Beijito
Tânia

PS: Pergunta parva: Rui, porque é que nestes anos todos nunca namorámos, tivemos um romance, whatever?…


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"Com Amor," – Documento 84

Querida Verónica,

Quando te conheci fiquei a gostar mais do mundo por tu estares nele, mas eu já era o homem que sou hoje e já tinha os meus filhos. Para mim, nada que diga respeito aos meus filhos é “paralelo”, como tu lhe chamaste, porque eles são o centro da minha vida, a minha razão de viver.

Achei interessante que em relação ao nosso problema com a minha filha tenhas referido “a forma como ela encarou o nosso relacionamento” e no que diz respeito ao nosso problema com o teu filho te tenhas referido a ele como “a forma como lidaste com o meu mais velho”. Tu não podes estar sempre fora dos problemas, nem os teus filhos, por mais que os ames. Eu posso conversar com a minha filha, mas tenho de respeitar a sua maneira de ver a situação. Ela é uma mulher, Verónica, também já tem filhos, não pode ser tratada como uma gaiata que está com ciúmes da namorada do pai. Já o “teu mais velho” está a ser um bocadinho infantil, certo?

Sim, doce Verónica, temos de harmonizar, mas isso não pode significar adoptar sempre a tua perspectiva só porque é… a tua!

Com Saudade,
Eduardo Luís