Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Como se fez um Romance

“Com Amor,” tem uma caraterística original. É um romance sem narração, ou seja, não há ninguém a contar a história. Ela tem de ser inferida pela leitura dos diversos documentos trocados entre personagens. Sempre cartas e e-mails.

O romance teve um total de 102 documentos. 3 cartas e 99 e-mails.
O primeiro foi publicado em 27 de abril de 2011 e o último em 28 de janeiro de 2012.

A história decorre entre 2005 e 2011 e é por isso que nunca foi adotado o novo acordo ortográfico.

O romance tem 9 personagens. 4 homens e 5 mulheres. No início do romance há 4 casais heterossexuais e uma personagem sem relacionamento. No fim há 2 casais heterossexuais, um casal homossexual e 3 personagens sem relacionamento.

TODOS os endereços de e-mail existem e todas as mensagens de correio eletrónico foram efetivamente enviadas de umas personagens para as outras.

Houve 6 leitores que enviaram e-mails às personagens.

Nenhuma personagem e nenhum relacionamento do romance existe na vida real, contudo, todos eles são inspirados em pessoas ou factos que podem ter existido ou acontecido mas não com os mesmos contornos.

A planificação do romance durou 6 meses e a escrita durou outros seis.

Todos os textos foram manuscritos em cadernos e só depois passados para o processador de texto. Numa fase seguinte foram escritos no Gmail, enviados e por fim colocados no Blogue.

A capa é também da nossa autoria e execução técnica sendo que a foto foi uma cedência de uma ex-aluna, a Isabel Évora.

Em baixo, uma sequência de imagens com pormenores da planificação e redação do romance.

Esperamos tenha gostado e, caso deseje, agradecemos deixe o seu comentário acerca deste Romance. Obrigado.

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(clique nas imagens para aumentar)

Esquema actancial com todas as personagens e relacionamentos.
Sequência dos acontecimentos e idade das personagens em 2005.

Pormenor de um documento.
Cabeçalho e primeiras linhas.


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"Com Amor," – Documento 102

Meu Amor,

A vida partilhada contigo não tem sido boa, nem tem sido como planeáramos. Tem sido fantástica e melhor, muito melhor, do que alguma vez imagináramos.

Adoro os fins de tarde em que te preparo um petisco enquanto acabas qualquer coisa no computador.

Depois, eu chamo-te, tu vens para baixo, comemos juntos, beberricamos um espumoso amabile e vamos dar um passeio a pé enquanto conversamos.

Mais tarde, já em casa, preparamo-nos para dormir e eu interrompo-te o sono pela madrugada para fazermos amor sonolento e apaixonado.

Foi bom teres instalado o wireless cá em casa. Assim, podemos comunicar e posso escrever-te como sempre fizemos, como, afinal, aprendemos a conhecer-nos. O meu portátil cá em baixo e o teu computador aí em cima transformam-se em ferramentas de amar.

Tenho na mesa uma salada de alface e tomate com queijo fresco e pedacinhos de ananás, tenho uma omeleta de espargos e fiambre e um copo de Cabriz branco frio espera por ti.

E é neste ponto das nossas vidas, meu menino Rui, que me  sinto incomensuravelmente feliz por poder escrever-te este e-mail sabendo que dentro de segundos os meus lábios estarão junto aos teus.

Vem para baixo, meu querido Rui! Para sempre, todo o sempre, o único sempre!

Com Amor,

Verónica

——————————– FIM ——————————–


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"Com Amor," – Documento 101

Meu Menino Rui,

Não cresces. O tempo passa por ti e tu continuas a amar e a esbanjar carinho e ternura como se fosses um adolescente.

Não precisas esperar por mim, meu amor. Há já algum tempo que te espero. Em silêncio.

Não sei se as coisas com o Eduardo não correram bem porque não podia ou porque eu deixei de esforçar-me quando pressenti que poderias finalmente caminhar para mim com todas as tuas energias, com toda a tua disponibilidade.

Sou tua, Rui. Sou tua porque nunca fui de outro. Mesmo antes de conhecer-te.

Sim irei. Irei incondicionalmente ao encontro do que tens para dar-me, oferecendo-te tudo o que tenho. É pouco, Rui, mas é tudo o que tenho. É o meu ser. O meu sentir mais profundo e inteiro. A vida despida de tudo o que é acessório, no estado mais límpido, com o amor mais genuíno e juvenil que uma mulher pode encontrar em si, mesmo depois do cinquenta, Pouco depois! 🙂

Não tenho certezas. Estou cheia de dúvidas e prenhe de entusiasmo. Não imagino como seja viver contigo, mas sinto, no mais profundo de mim, que seja como habitar os meus sonhos, realizar as minhas fantasias.

Sim, Rui, quero o teu vigor e a tua paixão e quero o meu corpo sob o teu na sensualidade das carícias que só nós sabemos.

Irei, Rui, irei e não terás de esperar!

Irei determinada. Irei sem volta. Para todo o sempre. O único sempre.

Carícias mil,
Com Amor,

Verónica


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"Com Amor," – Documento 100

 

Meu Amor,

Tenho-me contrariado vezes sem conta, sempre em nome de pessoas e causas nobres. Nunca essas pessoas e causas fui eu ou foram minhas.

Há um ano, quando me divorciei, disse à Patrícia, Acusa-me do que quiseres, devo tê-lo feito. A frase não é minha, é de Brör, marido de Karen Blixen em “África Minha”. Esse despojamento e essa lisura resultaram num divórcio amigável em cada um tem as suas razões, as suas culpas e as suas recriminações, mas não as exercem em nome de um bem maior: a tranquilidade. Ao longo deste tempo tens-me apoiado incondicionalmente e, mesmo sem falarmos ou escrevermos com regularidade, tens sido um farol, uma orientação, e tens-me entregado todo o teu amor e toda a tua dedicação. Nunca ninguém foi tão apaixonado comigo. Nunca ninguém se me entregou tão completamente como o fizeste comigo. Sem qualquer interesse que não o de amar-me.

Quando me divorciei, não foi por ti, não foi por mais ninguém senão por mim mesmo. Por isso reivindiquei para mim um tempo de estar só, um tempo de reflexão, um tempo de pensar-me e pensar as minhas opções.

Não há opções porque há um só sentido para mim e para o tempo que me falta viver e esse sentido és tu. Tu és a força silenciosa que nunca me abandonou, o amor fundo que nunca deixou de orientar-me mesmo quando o não consciencializei. Amo-te, Verónica, amo-te como à vida, amo-te mais do que a mim próprio porque não há Eu verdadeiro e com sentido sem que Tu estejas nele.

Tu és o meu sentido. Tu és o meu caminho. Tu és a minha opção e a minha vida. Para que todas as minhas errâncias e todos os meus erros possam um dia fazer sentido, é preciso que sejam entendidos porque buscava nas outras mulheres aquilo que só em ti residia: a essência do amor, o sentido da vida!

Sou teu, Verónica, como nunca o meu ser pertenceu a outra pessoa e esperarei por ti o tempo que for necessário, nem que seja o tempo da minha vida. Afinal, o que representa esse tempo perante a eternidade de estarmos unidos?

Contaste-me que o teu relacionamento com o Eduardo vivia dias de hesitação. Incertezas. Alguns problemas que precisavam ser superados. Nunca fui tão parcial como serei agora. Deixa tudo isso para trás, meu amor, abandona todas essas tentativas de amar, todas essas ameaças de vida. O único amor e a única vida para ti sou eu, tal como tu para mim. Tudo e resto são minudências, são apêndices de vida, mas não a própria vida.

Sejamos felizes, Verónica, como mais ninguém pode sê-lo em conjunto, no sentir do coração, na promessa da alma e na ânsia do corpo.

Sim, sou teu, Verónica, e, mais do que isso, quero que sejas minha. Para sempre. Para todo o sempre. Para o único sempre.

Tu não queres essa tranquilidade que dizes darem-te. Tu queres o palpitar forte de um amor desmedido e isso é o que tenho para dar-te, é o que tens para dar-me.

Vem, meu amor, vem amar-me, vem ser amada, vem dar-me sentido. O do amor que anima a vida dos homens!

Com Amor,
Rui.


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"Com Amor," – Documento 99

 

Minha Doce Laura,

Hoje resolvi escrever-te em papel perfumado e letras grafadas pela minha mão para celebrar a vida. Celebrar a tua vida, já que, quando receberes esta carta, deves estar a fazer anos. E celebrar a vida da nossa vida em conjunto nestes últimos anos.

Quando me aconteceste, a vida trouxe-me surpresas e milagres. Surpreendeu em mim formas de amar de que me não sabia capaz simplesmente porque estavam adormecidas. Surpreendeu em mim o prazer e a alegria de ser amada por ti e trouxe-me o milagre do nosso entendimento e da forma descomplexada como encaramos a vida. Temos enfrentado os preconceitos todos e todas as dificuldades com alguma facilidade porque há em nós, antes de mais, a alegria de pertencermos uma à outra, de nos entregarmos e de nos recebermos. E temos lidado com o estranhamento e a admiração dos outros como lidamos com a nossa própria admiração: com naturalidade e até algum descaramento.

Não sei quantas vezes fizemos amor até hoje, mas sei duas coisas. Foi mais de uma vez! Cada vez foi um milagre de carícias e sedução, um caminho de prazer e de ternura, um reacender do sentido da nossa existência. E sim, a pele das mulheres é mais suave!

Doce Laura, sempre que estou contigo fazes-me querer ser uma pessoa melhor, fazes-me querer realizar inolvidáveis feitos de ternura e solidariedade e fazes-me querer levar amor onde o não há.

Preenches-me os minutos, as horas e os dias, mesmo aqueles que não estou contigo e trazes luz ao caminho da minha existência, trazes bom senso às minhas decisões. E por isso te estou grata. E por isso te amo ainda mais.

É irónico, minha Laura, que Deus, o Destino, a Ordem Cósmica ou o que quer que seja que traça e orienta os nossos passos, tenha juntado uma mulher que não se guardou para homem algum com uma mulher que viveu casada mais de vinte anos. É irónico que tenhamos vivido experiências tão díspares para virmos a partilhar o Outono das nossas vidas em comunhão e harmonia. Não sei a quem agradecer por este encontro, sei só que estou infinitamente grata.

Amo-te muito, Doce Laura, amo-te tudo o que uma pessoa pode amar outra e é desta incomensurabilidade de amar que nasce em mim um desejo que verto em voto de vida para nós: desejo-te, minha amada Laura, que vivas muitos e felizes anos e que possam todos esses anos ser intensa e langorosamente partilhados comigo.

E tenho também, meu amor, um voto de morte. Pode parecer-te macabro, mas não é. É um feliz voto de morte: desejo que numa manhã de sol cristalino nos levantemos, já muito velhinhas, bebamos o nosso chá de tília na varanda, sentadas em torno da nossa mesinha redonda com um paninho bordado. Que o chá nos saiba bem e que nos encontrem mais tarde sentadas, lado a lado, de mão dada e adormecidas para sempre.

Quero viver contigo, Laura, e é contigo que quero atravessar a derradeira fronteira.

Não se pode amar mais, nem melhor, nem com mais entrega que isto tudo que trago no peito.

Com Amor,

Madalena


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"Com Amor," – Documento 98

 

Boa noite, Alberto,

Só hoje reparei que tinha a sua mensagem no G-Mail. Pela data, ter-me-á escrito há uma semana atrás. Peço desculpa por só agora responder, acontece que sou bastante avessa a esta coisa das comunicações digitais. Só uso o e-mail por razões profissionais e, mesmo assim, sempre que posso, evito-o. Detesto a banalização dos conceitos de conhecimento, amigo, amizade, etc… da mesma forma que não me agrada a exposição a que ficamos sujeitos. Os meus filhos bem me incitam ao uso, mas eu reservo-me. A sua mensagem, por exemplo, esteve prestes a ser apagada. Valeu-lhe o título. É interessante.

Eu percebo porque foi para si uma ousadia. Para mim, esta resposta constitui um gesto inusitado. Há, contudo, dois aspectos que me levam a responder-lhe:  o facto de, efectivamente, já o conhecer, como referiu, e por ter pressentido em si uma pessoa muitíssimo prudente e educada. O respeito com que fez a sua abordagem, perdão, o seu contacto, foi determinante.

Sim, já havia notado em si o que notara em mim. A timidez ou, pelo menos, a reserva. Nunca me senti confortável naqueles encontros e percebi o mesmo desconforto em si.

Do seu divórcio e do meu falaremos em presença se isso alguma vez vier a constituir assunto. Não penso em nada, neste momento, que não seja em mim e nos meus filhos, logo, está de parte a hipótese de qualquer relacionamento, mas gosto de conversar com as pessoas em que confio. São poucas.

Talvez venha a confiar em si. Acho que vou confiar em si.

Tomaremos um café e conversaremos. O assunto há-de surgir.

Cumprimentos,
Patrícia Sousa


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"Com Amor," – Documento 97

Bom dia Patrícia.

Não sei se está recordada de mim, provavelmente não. Chamo-me Alberto Honorato e fui casado com uma colega do seu ex-marido, a Laura Duarte. Foi a própria Laura quem, em tempos, me deu o seu endereço de e-mail. Não sei, sequer, se é o mesmo pelo que esta mensagem pode simplesmente perder-se. Se a receber, peço-lhe o favor de, ao menos, me informar que a recebeu. Responder-lhe dependerá de si.

Nós cruzámo-nos em alguns almoços da empresa em que eles trabalham. Na altura íamos ambos a esses almoços na qualidade de esposos. O que sempre reparei em si é que ficava à parte das conversas em voz alta que nada tinham que ver connosco. Teve sempre uma atitude absolutamente reservada. Eu sou exactamente assim. De resto, esta mensagem constitui uma ousadia sem precedentes. Não condiz com a minha forma de estar nem de agir. Acontece que, em boa verdade, já fomos apresentados diversas vezes (eles esquecem sempre que já o fizeram) e não pode dizer-se que somos propriamente desconhecidos.

Não sei se sabe, mas eu estou divorciado há cerca de três anos e soube recentemente que a Patrícia e o Rui se haviam divorciado também.

Não se ofenda com a ousadia deste contacto. Ele não tem outro intuito que não seja o de propor-lhe que conversemos. Porquê? Pelos jantares em que participámos como “apêndices” pressenti que poderíamos ter alguns traços de carácter semelhantes, compatíveis, se quiser. A reserva, o recato, talvez certa insegurança…

Enfim, nunca entrei em contacto consigo por razões óbvias. Agora, contudo, nada encontro que impeça possamos conversar um pouco. Honestamente, nem sei bem sobre o quê, mas admito que consigamos encontrar assunto à volta de um café..

Por favor, não se sinta pressionada a rigorosamente nada.

Até Breve,

Alberto Honorato


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"Com Amor," – Documento 96

Minha Querida,

Uma das virtudes dos homens e das mulheres é saber esperar. As tuas razões são as minhas. As mágoas que agora vives, provavelmente, vivi-as antes e daí estar preparado para o nosso projecto há mais tempo. Vivemos um desencontro no tempo e quem se apercebesse disso teria de saber esperar para acertar a passada. Foi o que fiz. Mais nada.

Não és devedora de nada, minha querida. Eu sim, não posso esquecer como me amparaste e ajudaste a reerguer no período após o meu divórcio. Não esqueço essa dádiva voluntária, esse amor verdadeiro que me dedicaste. Foi ele que me deu forças para esperar. Ainda bem que o fiz.

As portas do meu coração nunca estiveram fechadas para ti e será uma alegria e um prazer construir contigo o edifício do amor. E esse será o nosso primeiro e mais sólido património. Tudo o resto decidiremos em comunhão, na alegria de estarmos juntos.

Tentarei estar contigo ainda esta semana. Preciso abraçar-te. Tenho fome de ti, de beijar-te, de fazer amor contigo.

Teu, sempre teu.

José Pedro.


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"Com Amor," – Documento 95

Olá Zé Pedro,

Uma vez ouvi na televisão alguém dizer que as pessoas não procuram relações, procuram outras pessoas. Não podia estar mais de acordo.

Este mail pode ser considerado, por ti, como um atrevimento ou, simplesmente, como o próximo passo das nossas vidas. Desta vez, um passo cuja iniciativa é minha, tem de ser minha.

Tu és a minha pessoa, Zé Pedro. e essa é a minha verdadeira e primeira razão para escrever-te esta mensagem, para dar este passo na tua direcção.

Há pouco mais de um ano fizeste-me uma proposta de vida e eu assustei-me. Hoje, sei que esse susto se deveu a eu estar muito habituada a viver comigo mesma, a ser responsável pela minha vida e pela do meu filho e, de repente, fui confrontada com o facto de ter de abdicar dessa liberdade e nem me apercebi que isso poderia significar somente a vida em partilha.

Entretanto, por circunstâncias que não vou explorar, pude conhecer outras pessoas, outras formas de estar, e percebi que, por mais extraordinárias que as pessoas sejam, por mais sensíveis e apaixonadas que pareçam ou, efectivamente, sejam, elas só poderão entrar na nossa vida se nos deixarem entrar na delas e isso implica fazer concessões e cedências. Estarem disponíveis para nós e aceitarem a nossa disponibilidade. Tu estás, Zé Pedro, mais ninguém. E acho que a isso pode chamar-se amor. Eu venho dizer-te que estou disponível para ti também, se ainda me quiseres.

Quando te sugeri que fizéssemos uma pausa no nosso relacionamento, foi para percebê-lo à distância e “por fora”. Foi para ver como nos imaginava juntos, como um casal, sem estar envolvida no projecto.

Já não preciso de mais tempo, Zé Pedro, e só espero ainda ir a tempo de encontrar as portas do teu coração abertas para mim.

O que eu vi “à distância” foi um homem disposto a construir o seu quotidiano comigo. Conquistas, partilhas, problemas e tudo, tudo incluído. E a vida a dois não pode ser senão dessa forma. Hoje, até me pergunto como pude hesitar… acontece que os homens e as mulheres duvidam. E só porque duvidam, conquistam certezas. Hoje tenho a certeza de que é contigo que quero viver a vida, partilhar os dias, educar os nossos filhos, o meu rapaz e a tua menina.

Não sei se isto é uma declaração de amor, mas sei que é uma honesta e profunda declaração de intenções. Claro que há aspectos que teremos de debater porque não estamos de acordo, mas façamos dessa discussão clara e sincera o nosso principal património.

Estou magoada com a vida. Mas não me importo. Talvez precisasse viver a experiência da mágoa para te valorizar, para nos valorizar o suficiente e nos assumir.

Um beijo terno, pleno de saudade.

Com Amor,

Tânia.


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"Com Amor," – Documento 94

Meu Amor, meu pacato e suave Rui,

Ninguém te conhece como eu. Não me refiro aos teus hábitos quotidianos, mas antes à tua essência, a quem tu és de facto para além da capa do profissional competente e determinado. Tu és uma alma boa e sensível, meu amor, que quer muito amar e precisa muito ser amada. Não te dilaceres, meu querido, toma a tua decisão em paz e em tranquilidade contigo próprio. Foste tu quem me ensinou este princípio e ele é tão acertado, meu querido! Assume-o para ti. Não te sintas pressionado por nada, meu suave Rui, nem por aquilo a que chamas de “acontecimentos recentes”. Eu não terminei a minha relação com o Zé Pedro. Fiz uma pausa, com o acordo dele, para que pudéssemos repensar-nos enquanto casal e para que pudéssemos ter algum distanciamento em relação a nós próprios. Tu não és responsável por isso, meu querido. Tudo o que temos feito em sido em harmonia e na mais absoluta clareza um com o outro. Continuemos assim! Claro que não vou dizer-te que esperarei para sempre, mas eu sei que tu próprio também não podes esperar para sempre. Faz-te falta a paz da tua decisão.

Faz 1 ano, meu amor, e é um ano que guardarei para sempre comigo como um ano de milagres, seja qual for a tua decisão e o nosso destino.

Com Amor,

Tânita