Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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De Negro Vestida – LIII

 

De Negro Vestida – XVII

Vivemos nós, quer queiramos, quer não, e sem teoria que comprove o contrário, na mais absoluta umbilicalidade. E nem há nisto falta de vontade de conhecer o outro ou de ser solidário com ele. Deve-se, simplesmente, ao facto de, para estarmos neste mundo, termos uma existência e a ela vivermos agarrados e dela fazermos depender a perspectiva que vamos tendo do que nos rodeia.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – LII

 

De Negro Vestida – XVI

As mulheres gostam de ser mulheres.
Os homens gostam de ser homens.
A vida lá terá as suas variações, contradições e naturais excepções, mas o facto é que costumamos vestir bem a pele que o Senhor nos deu. E há aspectos que admiramos mutuamente no sexo complementar que oposto não é. E há até algumas circunstâncias que são particularmente cativantes de acordo com os tempos usos e costumes. São modas. Hoje em dia, por exemplo, as mulheres, que apreciam um físico masculino em boa forma, deixam-se cativar mais facilmente por um homem que passeie um cão pelas ruas ou que se faça acompanhar de uma criança prestando-lhe cuidados e atenção.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – LI

 

De Negro Vestida – XV

Manuel Matos Vasques, o inquieto, nem na morte descansou. A verdade, por estranha que pareça, é que teve de ser sepultado duas vezes antes do eterno repouso. E, mais curioso ainda, duas vezes duas famílias dele se despediram. Duas vezes dois padres diferentes o encomendaram ao Senhor e, por isso mesmo, duas vezes por ele choraram.
Nada há a imputar em sede de responsabilidades ao Senhor que, não só é do universal conhecimento que não erra, como, ainda que tal impossibilidade fosse possível, a este caso se não aplicaria pois se tratou de inequívoco e claramente detectado erro humano. Uma distracção, como sucede na maioria das vezes que um de nós se engana.

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Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – L

 

De Negro Vestida – XIV

Pode um homem sentir-se profundamente apaixonado e não estar à altura dessa paixão?
Pode!
Acontece que os sentimentos, por serem fortes, não têm de extravasar-se ou dar-se a conhecer ou levar a caminhos de sucesso. Precisamente por serem fortes, podem inibir. E é assim que está vivendo Alberto Vieira e Amaral seu turbilhão interior. No mesmo momento em que decide entregar-se completamente àquela paixão e dedicar-se de novo a Maria de Lurdes e fazer-lhe juras de amor, lembra-se da face de Sandra, da sua reacção reprovadora e irascível, da invocação da mamã que provavelmente não aprovaria nada daquilo e encolhe-se.

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Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XLIX

 

De Negro Vestida – XIII

Caro leitor, se chegou até aqui pare ou salte para o próximo capítulo. O que vai escrever-se a seguir não deveria ser escrito. O que está prestes a ler, não deveria ser lido.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

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Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XLVIII

De Negro Vestida – XII

O ríspido e a agressividade latente das palavras manteve-se:
Então as pessoas que carregam os caixões e enterram os mortos não são os cangalheiros?
Uma menina com a sua formação e a sua vivência já deveria ter aprendido que não se chamam caixões, mas urnas, que não se enterram os mortos, mas se sepultam e que quem tem a difícil tarefa de o fazer são profissionais com experiência ou habilitação e, em muitos casos, com experiência e habilitação, que dão pelo nome de… deixe lá isso, fica como trabalho de casa, será a forma de retratar-se da sua indelicadeza. Perdoe-me Alberto.

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Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XLVII

 

De Negro Vestida – XI

Maria de Lurdes não gostou dele. Reparou de imediato que estava perante um homem abjecto, sem modos nem maneiras, deseducado nos gestos e nas palavras, arrogante e, sobretudo, palavroso. Nem tão pouco lhe passou despercebido o seu carácter lascivo. Há coisas que se pressentem no primeiro contacto e quando José dos Santos Silva entrou na agência funerária, logo seguido do filho, Maria de Lurdes percebeu que o olhar do velho desafiava todos os limites.

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Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida XLVI

 

De Negro Vestida – X

À mesa estão as mesmas pessoas.
O restaurante é outro. Alberto não será capaz de entrar de novo no local onde recebeu a mais fatídica notícia da sua vida. O ambiente é agradável, a conversa triste. Passaram-se poucas semanas sobre a morte de Maria Olívia e Alberto quis agradecer a Maria de Lurdes a gentileza, a amabilidade e, sobretudo, a eficácia com que tornara fácil algo que lhe parecia a ele muito complexo. Quis agradecer-lhe também a dignidade que ela colocou em tudo o que fez. Contudo, não era essa a principal razão do convite.

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Setembro de 2013

João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XLV

 

De Negro Vestida – IX

Quando Alberto veio a si, deram-lhe um copo de água com açúcar, agitaram o ar à sua volta e fizeram-lhe perguntas descabidas das que se fazem nos momentos descabidos:
– Então, senhor Alberto, está melhorzinho?
Maria de Lurdes tentou não ser tão descabida e perguntou-lhe com quanto carinho foi capaz agarrando-lhe as mãos frias:
– Alberto, meu querido, sente-se bem? Quer que lhe traga alguma coisa? Contacte alguém?

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João Paulo Videira

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De Negro Vestida – XLIV

 

De Negro Vestida VIII

Está frio.
A sala é pequena.
Lá fora o sol brilha mas aqui não chega mais do que uma luz entrecortada que passa por um friso junto ao tecto. Ao centro uma bancada em mármore e em cima dela jaz Maria Olívia Vieira e Amaral com as cores da morte no corpo nu. Não obstante a situação em que se encontra, a mãe de Alberto tem um ar digno.
Maria de Lurdes chegou ao hospital com a credencial de autorização de levantamento do corpo, identificou-se, mera formalidade porque é este um ambiente onde a conhecem bem, dirigiu-se aos gavetões, procurou a etiqueta com a identificação da defunta mãe de Alberto, era a segunda a contar de baixo, tirou o corpo com a ajuda de dois colegas, colocou-o numa maca com rodas e levou-o para uma sala ao lado. Esta onde se encontra e a luz é difusa. Pediu aos colegas que saíssem:
– É mãe de um amigo, deixem-me fazer isto sozinha.

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Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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