Monthly Archives: Março 2014
Bom Dia, Lisboa! Isa Lisboa!
Bom dia, Amigos e Leitores!
Isa Lisboa, do blogue “Os dias em que olho o Mundo” terminou a leitura de “De Negro Vestida” e deu-nos a sua opinião!
Está aqui:
http://diasqueolhoomundo.blogspot.com/2014/03/pelas-paginas-de-de-negro-vestida-joao.html
Nada como visitar o Blogue dela!
Obrigado Isa!
Crónicas de África – Moçambicanização
Crónicas de África – Moçambicanização
Maputo, 22 de março de 2014.
Há tiques de moçambicanização relacionados com o carro e a condução. Deves desconfiar que estás a ficar moçambicanizado quando notares que:
– Andas com um objeto contundente junto aos bancos da frente. Já vi homens e senhoras, não é uma questão de género, portanto, com martelos, catanas, tacos de beisebol, de golf, bastões, enfim, toda uma parafernália de objetos da categoria “para o que der e vier”.
– Trazes o porta-bagagens do carro todo artilhado. Compressor, chaves de diversos tipos e utilidades, jumpers, lanternas, facas do mato, latas de spray anti-furo, um cabo de aço, uma pá, uma tira de reboque e um jerrican para combustível. Nada disto é excessivo. É tudo normal. E muito moçambicano.
– Atestas o depósito assim que chega a meio. Aliás, fazes de atestar o depósito um hábito regular e tens a preocupação de não correr o risco dele baixar a menos de meio não vá o diabo tecê-las? Pronto, estás moçambicanizado!
– Foste ao Estrela e mandaste gravar a matrícula nos retrovisores e nas óticas dos faróis? Mocambicanizado! E o mais engraçado é que, quando fores a Nelspruit e estacionares o teu carro, vais sentir-te diferente. O teu carro é o único com rebites nos piscas e matrícula gravada nos retrovisores. Quer dizer, o único não será…
– Outro aspeto interessante no processo de aculturação a Moçambique e a Maputo, em particular, é a forma como ages e reages no trânsito. A perspetiva muda. Na verdade, mudam duas perspetivas. A primeira é a do relacionamento com os outros condutores. Por aqui, apesar do trânsito caótico, os condutores não espetam o dedo do meio no ar, não ralham e raramente buzinam. A buzina é muito usada mas é para pequenos avisos, para anunciar a passagem. Raramente para ralhar. O dedo do meio espetado no ar dá lugar a um OK de polegar esticado, a um aceno, um sorriso, um vá lá, passa lá. A outra perspetiva que muda é a daquilo que fazes e porque o fazes. Também há regras de trânsito, claro, também se respeitam, obviamente, mas só se não estorvarem mais do que outra regra qualquer. Assim, se deres contigo a conduzir por cima do passeio porque na estrada há um buraco com 60cm de profundidade e 2,5m de largo, se deres contigo a passar um semáforo vermelho porque não vem lá ninguém e tens uma chusma de gente atrás de ti, se deres contigo a inventar uma faixa de rodagem que não existia e tu segues por ela só porque há espaço, se deres contigo a mergulhar em lagos de lama só porque decidiste fazer um atalho, se deres contigo a percorrer quinhentos metros de estrada em contra-mão para não ires à volta e teres de percorrer meia cidade, então, amigo leitor, põe a mão na consciência e pensa lá se não serás mais moçambicano do que outra coisa qualquer. No trânsito, em Maputo, há uma regra de ouro que se sobrepõe a todas as outras, chama-se “desempatar” e para desempatar, às vezes, é preciso usar uma ferramenta, chama-se desenrascar! Estorvar é que não vale.
Comprar na Rua
A vida, em Portugal, como se diz agora, é muito indoor. Passamos muito tempo dentro de casa e, quando saímos para o exterior, é para dentro de outros interiores! Centros comerciais, cinemas, lojas diversas, igrejas, casa dos amigos. Todo o comércio é tendencialmente feito indoor. Um dos sinais de moçambicanização é começares a fazer compras na rua. Numa bancada, a um tipo que passa, enquanto estás parado num semáforo. Compram-se legumes, frutas, peixe, amendoim, cajú, o jornal, escovas limpa pára-brisas, crédito para o telefone, filmes, e um sem número de utilidades. Basta um assobio, um aceno, um alô, e tens fornecedor em segundos. Nos primeiros tempos, estranhas um pouco, depois aderes, depois selecionas e compras só determinados produtos a determinados vendedores. Estabeleces uma relação de confiança. Eu, moçambicano me confesso, compro laranjas sempre no mesmo semáforo, o jornal na mesma esquina, as escovas para o limpa pára-brisas do carro sempre no mesmo cruzamento. Para lá de adaptado!
Dinheiro no Bolso
Se dás contigo a levar a mão ao bolso e a tirar umas notas para fazer um qualquer pagamento em vez de sacares do cartão multibanco, isso é… costume moçambicano. O dinheiro, dinheiro, aquele de papel, está mais presente nas nossas vidas do que em Portugal. Há caixas automáticas por todo o lado, todas as lojas têm máquinas de pagamento eletrónico, mas a matriz de vida é diferente. trazer dinheiro é um hábito que decorre de uma necessidade. Ficas munido para imprevistos e os imprevistos, aqui, acontecem. Além disso, o facto de haver muito comércio de rua ajuda ao hábito.
Um Fim-de-Semana em Nelspruit
É sábado. acabaste de almoçar um bom bife, à tua volta há corredores largos e cintilantes, lojas que rebrilham o que têm lá dentro e têm tudo lá dentro, as pessoas passeiam-se em ritmo de lazer e os preços estão em rands! Nelspruit é um gigantesco subúrbio de Maputo. Fica apenas a duzentos quilómetros de distância, duas horas de caminho mais o tempo necessário para passar a fronteira de Ressano Garcia. Já passei os dois lados da fronteira em catorze minutos e já os passei em três longas horas. Depende dos dias e das horas. Muitos moçambicanos trabalham em Nelspruit, muitos outros vão-se lá abastecer de tudo o que necessitam para revender em Moçambique, outros só para abastecerem a despensa e, claro, nós, emigrantes, juntamente com muitos outros moçambicanos, vemos Nelspruit como uma fugida de fim-de-semana, um intervalo na confusão da grande cidade. O trânsito de pessoas e bens entre Maputo e Nelspruit é imenso e uma visita à RSA é também um traço de moçambicanidade. Em jeito de curiosidade, importa dizer que esta cidade criou-se, desenvolveu-se e floresceu após a independência de Moçambique. Antes disso, era meia dúzia de casas num descampado. Hoje é uma cidade enorme, repleta de recursos e equipamentos e muito desenvolvida. Além disso, situa-se na região de Mpumalanga onde fica a zona turística de Panorama que vale muito a pena visitar. Ou seja, se emigraste para Maputo e estás em Nelspruit a falar inglês num centro comercial, a puxar por rands e a olhar para um tipo loiro com 2,10m de altura e 150kg de peso, se entraste num pronto-a-vestir à procura de uma camisa de tamanho L e o S está-te grande, então estás a moçambicanizar.
Coca-Cola
Estava há poucos dias em Maputo quando uma colega moçambicana me disse, Sabes que nos chamam [aos moçambicanos] os Coca-Colas! Ela estava a tomar o pequeno-almoço que consistia numa sandes e… uma Coca-Cola!
Quando cheguei, estranhei não só a oferta massiva de Coca-Cola, que se vende em todo o lado, às vezes, mesmo onde não se vende água, como também o facto de a Coca-Cola ser a bebida engarrafada mais barata de Moçambique, mesmo mais do que a água! De resto, para que o preço não possa ser adulterado, é tabelado e vem gravado nas cápsulas das garrafas. Uma Coca-Cola custa doze meticais, ou seja, qualquer coisa como vinte e cinco cêntimos de euro. Com uma oferta tão vasta do mais popular refresco do país, não admira que quem vive em Moçambique acabe por aderir. Bebe-se Coca-Cola quando está muito calor, bebe-se ao almoço, ao jantar, ao lanche, à noitinha e, como já se disse, é comum beber-se ao pequeno-almoço. Eu cá tenho a teoria de que a Coca-Cola daqui é melhor do que no resto do mundo. Quando cheguei, não gostava de Coca-Cola, não bebia uma garrafa há anos, e hoje consumo com alguma regularidade. E não é que é bom?! Sim, se deres contigo a atravessar a estrada para ires comprar uma Coca-Cola na berma ou, simplesmente, a abrir a janela do carro para comprares uma, estás a moçambicanizar!
Polícia
Se vieres para Maputo, amigo leitor, hás de reparar que há muita polícia na cidade, muitos seguranças, muitas armas. Com o tempo habituas-te. No início, sensivelmente nos primeiros seis meses, mandam-te parar inúmeras vezes e verificam tudo o que houver para verificar. Documentos, chapas de matrícula, pneus, vidros fumados, os selos dos impostos, etc, etc, etc… Depois, assim de reprente e sem razão aparente, deixam de te mandar parar. Quer dizer, não é um “deixam” definitivo, continuam a mandar-te parar uma vez por outra, mas sem aquela frequência inicial e sem aquele frenesim inspetivo dos primeiros tempos. Não sei como é que eles sabem que já não somos recentes, talvez pela matrícula, talvez pelo aspeto, mas sei que, quando a polícia deixa de nos mandar parar por tudo e por nada, isso quer dizer que estamos no bom caminho da integração.
Além destas características ainda há certo enxovalho de roupas, o cantado das frases com uma ou outra palavra em changana que vais aprendendo, as coisas importantes com que deixas de te importar, mas essas que aí ficam registadas, não sendo exclusivas, são bons sinais de moçambicanização. Podes resistir, mas, caso permaneças no país, o mais certo é começares a evidenciar alguns destes sinais, dos quais faz parte falar na segunda pessoa do singular. Não só quando nos dirigimos a outra pessoa. Sempre! Mesmo quando estás a dar um exemplo. Não se diz imaginemos que ou imagine-se que, diz-se logo imagina que…
E pronto, amigo leitor, vai lá à tua vida que eu tenho ali uma Coca-Cola à espera. Fresquinha? Ya, bem nice!
Manhã Serena
Manhã Serena
Manhã serena,
De sons raros.
Um homem que passa,
Uma mesa que se arrasta,
Um ardina agachado
Separando jornais.
A brisa corre,
Tranquila,
E há pouco mais.
Nem era preciso…
Todo o oiro
É conciso
E parece pouco.
A frescura verde
Do momento inaugural,
Manhã imaculada
Sem espaço para o mal.
Manhã serena,
De sons raros.
Um homem que passa,
Sentimentos caros.
Um aroma de café,
Um passarinho a debicar,
Uma mulher a caminho da Fé,
Um canto de ave corta o ar.
Manhã serena,
De sons raros.
E ergue-se a pena…
Mas, ó poetisa,
Não tenho teu mármore de Paros,
Nem guardo teus contidos beijos.
A mim,
Afloram e irrompem
Os desejos
Rudes e brutais,
Jactante palavra,
Vigoroso gesto,
Que não se contém jamais.
Quanto ao resto…
Palavras
E pouco mais.
E a urgência
De um barco
No teu corpo
Desenhando o arco
do prazer.
Mais que isso
É morrer!
É agora suprema,
A manhã,
Já se foi a tranquilidade
Regressou o ruído e o afã
Às veias da grande cidade.
A ela me entrego
E já não nego
O furor e o frenesim.
Na grande cidade,
Emerge a manhã inaugural,
Princípio de todo o fim.
jpv
Maputo, Março de 2014
Pai
Crónicas de África – Diferenças Profundas
Crónicas de África – Diferenças Profundas
Maputo, 15 de março de 2014
As Cores do Verão
O meu verão português e europeu foi sempre seco e amarelo. As searas, as ervas secas, a vegetação moribunda, eram a paisagem. E, onde antes houvera água, deixara de a haver e a paisagem secara. Em África, o Verão é verdejante e húmido. Caem chuvadas torrenciais como se fosse inverno e essa água pródiga, abundante e ruidosa, de pingos largos e pesados, seca em minutos e dá lugar ao mesmo sol que lá estava há pouco. Ainda hoje estranho o facto de estarem trinta e muitos graus, um calor arrasador, e a paisagem ser verdejante e a chuva cair invernia.
A Temperatura da Água
Em Portugal, há duas razões por que evitamos apanhar uma chuvada no lombo. Ficarmos molhados e o gelo da água a incomodar a pele. Aqui, a água, qualquer água exceto a do frigorífico, é quente. Sempre que tenho de cruzar uma chuvada, encolho-me, como toda a gente faz, por causa do friozinho da água, e depois surpreendo-me. A água da chuva é tépida e, como tal, não é agressiva ao toque. Por outro lado, é tanta e tão cerrada que, tentar escapar a uma chuvada é uma tolice. Ao cabo de duas passadas, estamos molhados até às cuecas! Da mesma forma, quando olhamos as águas cristalinas de um rio, ou intensamente azuis do mar, pesamos duas vezes antes de entrar porque a água sempre é fria. Engano nosso. Isso é a realidade portuguesa. Por aqui, os rios e o mar não parecem vir de uma nascente, mas antes de uma longínqua caldeira e ainda trazem parte do calor originário. Molhar os pés é sempre uma surpresa agradável.
Os Rios Correm ao Contrário
Esta diferença pode parecer-vos esquisita. A mais esquisita. Acontece que estranho com frequência a direção dos rios. Eu bem sei que os rios correm todos, ou quase todos, para o mar, mas, ainda assim, o mar aqui está do outro lado! Eu explico… Quando vivemos em Portugal, se vamos para Norte, o mar fica à nossa esquerda, logo, os rios surgem da direita, e se vamos para Sul, o mar fica à direita, logo, os rios surgem da esquerda. Ora, como o mar, aqui, está do lado errado, os rios correm ao contrário. Quando vamos para Norte, o mar fica à nossa direita, logo, os rios surgem da esquerda, e se vamos para Sul, o mar fica à nossa esquerda, logo, os rios surgem da direita. Assim, quando vou a conduzir e me aparece um rio do lado contrário, fico sempre com a sensação de que vou a subir para baixo ou a descer para cima! Confuso? Naaa… Geografia pura!
A Rota do Sol
Que o sol nasce no mar e se põe em terra, habituamo-nos rapidamente. Estranha-se, mas entranha-se. O que custa mais a entranhar é por onde é que ele passa! É comum, andar de cabeça no ar à procura do sol. Em Portugal, até de olhos fechados sei de onde vem e para onde ele vai. Aqui, não consigo achá-lo e tenho esta sensação esquisita de que em Portugal ele me passa pela frente e em Moçambique me passa por trás! O Marco diz que aqui o sol faz um arco não sei das quantas. Sei lá se é um arco. Sei que ele nunca está onde era suposto estar, mesmo já incluindo o facto de andar sempre em marcha-atrás!
A Lei da Oferta e da Procura
Esta é das diferenças mais interessantes em termos culturais. E estranha-se sempre. A verdade é que nos habituámos, em Portugal, ao comodismo de termos o que pedimos e até a exigir o que queremos. Ou seja, de acordo com as regras do mercado, na lei da oferta e da procura, manda a procura. E isso gera expectabilidade e conforto. Pois os livros das leis do mercado, em Moçambique, têm de ser reescritos porquanto, na lei da oferta e da procura, manda a oferta! Quero com isto dizer que, aqui, os consumidores também procuram, mas só compram o que procuram, se houver. Se não houver compram outra coisa! Não vale a pena habituarmo-nos a um certo sumo, uma determinada compota, um chocolate específico, um creme de barbear ou uma carne e a razão é simples, o facto de estar hoje no supermercado e ter sido consumido, não quer dizer que o produto vá ser reposto. Pode ser. Pode não ser. Há múltiplos fatores que fazem oscilar a fiabilidade da oferta, logo, a expectabilidade e o conforto só existem na seguinte medida: se hoje há o que querias, compra! Amanhã pode não haver, podem mesmo passar-se meses sem que seja reposto. Até já me aconteceu um episódio engraçado. Fui comprar um sumo de maçã ao supermercado e pedi sumo de maçã da marca xis a um funcionário porque não estava a encontrá-lo nas estantes. Ele apontou os sumos de maçã e disse, Está aí! Eu olhei, não vi o sumo e disse-lhe que não estava. Ele voltou a apontar e esclareceu com ar admirado, Quer sumo de maçã? Está aí sumo de maçã! E sorriu. Eu também e trouxe de outra marca.
Os Supermercados Mandam Menos
Uma coisa a que paulatinamente nos fomos habituando em Portugal e depois deixámos de estranhar é a ditadura dos supermercados em relação ao calendário. Em Portugal, são as grandes superfícies que decidem quando termina o verão e começa o regresso às aulas, quando chega o Natal, quando vem a Páscoa, o verão e depois as aulas outra vez. Aqui não. Primeiro, porque há muito poucos hipermercados. Depois, porque eles não têm uma presença tão vincada na vida das pessoas como em Portugal. Verdade, verdadinha, a festa aqui faz-se quando os moçambicanos querem e normalmente eles querem de oito em oito dias porque o fim-de-semana é um oásis. Além disso, datas já muito esbatidas em Portugal, são aqui motivo de celebração entusiasta. O dia da criança, dos namorados, da mulher e todos os feriados nacionais. As pessoas festejam o que querem, quando querem, quer os supermercados queiram, quer não.
Religião Vigente
Em Portugal, o Estado é laico e, não obstante a liberdade na escolha da religião que cada um quer professar, há, por razões culturais, uma evidente predominância da religião Católica. Isso nota-se na organização do calendário, nas celebrações, no discurso oficial e institucional. Em Moçambique nota-se que não se nota isso. Não sinto que haja uma religião vigente, não sinto que haja uma e as outras. Sinto que há diversas comunidades religiosas, todas muito vincadas, todas muito fortes, todas em natural e quase sempre harmoniosa cohabitação.
Caos e Boa Disposição
Nos últimos vinte meses, não me lembro de ter visto um moçambicano zangado, exaltado. Eles devem zangar-se como as outras pessoas todas, mas têm uma latente e constante boa disposição. E porque é que eu estranho? Sei lá, porque há situações do quotidiano, no trânsito, no supermercado, no banco, na polícia que seriam potencialmente de grande discussão em Portugal, dedo em riste, voz alterada, palavrão célere, e aqui vejo tudo isso ser tratado com muita contemplação e com muita paciência e sempre com um desconcertante sorriso. Certa altura, a minha mulher estava a dar um raspanete a um aluno e ele continuava a sorrir, vai daí ela disse-lhe que ele devia levar aquilo a sério e ele respondeu com o mesmo sorriso nos lábios, Eu levo a sério, setôra, eu sou mesmo assim. E era! E é! Ele e os moçambicanos quase todos. De contagiante boa disposição. Já não tão contagiante, mas admirável, é o caos de Maputo. O caos no trânsito, na ordenação do parque habitacional, nos mercados, nos transportes, na forma como as pessoas se deslocam e organizam. Em Maputo, tudo parece desorganizado e, contudo, a vida faz-se, acontece e desenrola-se com naturalidade. Não há falta de ordem. Há outra ordem. E nós aprendemos a viver com ela, mas estranhamos sempre.
Um ano e meio! De diferenças. De adaptação. De ritmos que mudam. De perspetivas que se alteram. Foi tão pouco tempo e parecem já décadas. Tudo é intenso em África. Mas não é uma intensidade frenética. É uma intensidade profunda e tranquila que nos transforma por dentro. Não sei se alguma vez mais me vou embora. Estou a moçambicanizar-me. Há sinais evidentes disso e serão esses sinais o motivo da próxima crónica…
Tesouro
"De Negro Vestida" Já Disponível nas Livrarias de Maputo (Atualização)
“De Negro Vestida” Já Disponível nas Livrarias de Maputo (Atualização)
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