Poema da Menina que Vendia Maracujás na Beira da Estrada
Era uma menina,
Chamava-se Inês,
E vendia maracujás
Na beira da estrada.
De seu, não tinha mais nada.
Pé descalço
Salpicando a água da chuva,
Saia verde,
Blusa desabotoada.
De seu, não tinha mais nada.
Um pano no chão,
O tempo todo para esperar,
A fruta amontoada.
De seu, não tinha mais nada.
A um canto do pano, um nó.
Lá dentro, uma nota velha e dobrada.
De seu, não tinha mais nada.
As mãos estendidas para a vida,
A esperança no sorriso da face encantada.
De seu, não tinha mais nada.
Uma troca rápida,
Uma palavra breve,
O olhar de novo na estrada.
De seu, não tinha mais nada,
Inês,
A menina que vendia maracujás
Na beira da estrada.
Chongoene
08/02/2014
jpv

02/03/2014 às 22:03
Muito obrigado pelas suas palavras. Me comoveram. Votos de muita alegria e muita aprendizagem nesse seu curso. Que ele traga saber e felicidade. bjs. jpv
GostarGostar
02/03/2014 às 03:10
A beleza dos versos me deixam pasma pelo sentimento que traz ao mundo poético. Ja disse e repito que tu mistura em teus escritos realidade e emoção , faz de gestos simples uma bela comunicação da alma humana!! Não sei se não te conte , mas aqui no Brasil curso letras português e espanhol, e neste semestre estou trabalhando na Disciplina de Teoria da Literatura. Nela estamos dissecando poemas e textos na procura de razões e explicações para a arte literária. É um máximo, e com ela acabei percebendo que o principal atrativo de uma obra é o poder e a vontade que ela nos da para ler e reler sempre que desejamos.Abraços!
GostarGostar