Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Mandela Depois de Mandela

Mandela Depois de Mandela

Não quero dar para o peditório da expiação do pecado do antigo Primeiro-Ministro, Dr. Aníbal Cavaco Silva, ter votado contra ou a favor ou nim da libertação incondicional de Nelson Mandela. Não me parece que Madiba deva ser misturado com esse tipo de questiúncula e muito menos nesta altura.

As coisas são simples. Antes de Mandela não havia liberdade. Depois de Mandela há. E isso não se troca por nada, nem se confunde com nada, nem se desculpa com nada. Eu vivo perto da RSA e visito o país com alguma regularidade. Se está perfeito? Não. Os próprios sul-africanos sabem, admitem e afirmam isso, mas a verdade é que também ninguém quer dar um passo atrás e a razão é simples. A conquista de Mandela não é só a conquista de um povo ou de uma nação, é a busca constante da Humanidade.

O que sempre reparei nele é que, através dos tempos, foi um homem capaz de sorrir! Mesmo nas circunstâncias mais difíceis. É um traço de caráter que denota grande personalidade e grande sensibilidade. Foi capaz de sofrer, de persistir, soube, como temos visto poucos saberem, ganhar. Teve dignidade e ponderação na hora da vitória. Preferiu ser unificador a fraturante e isso é um traço de quem conquista a liberdade com sofrimento.

Mandela não é sul-africano. É um homem do mundo, para o mundo. Um ícone universal, um símbolo da defesa dos direitos humanos e um símbolo do mais precioso dos bens da Humanidade: a Liberdade!

O resto, o que fica da sua passagem é algo que ainda não vi ninguém referir mas penso que temos de o fazer: é fundamental que a sua herança permaneça, é fundamental preservar o bem da tolerância, da igualdade e da liberdade. É importante que haja Mandela depois de Mandela.

So long Madiba!jpv


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Crónicas de Maledicência – No Reino Animal

Crónicas de Maledicência – No Reino Animal

Amigos e leitores, isto hoje é assim uma crónica do tipo “National Geographic”. Só com alimárias. E daí, não sei não, porque há um macaco que parece que não é bem macaco. Quer dizer, ele nasceu macaco, mas parece que para sair do cativeiro não pode ser macaco. E onde é que isto se passa? Nos Estados Unidos, claro. Se Darwin não conseguiu, os americanos dão um jeito. A coisa foi assim: ao que parece há um chimpanzé que está em cativeiro. Preso, portanto. Houve uma ONG que quis libertar o macaco e por isso pediu o seu Habeas Corpus ao tribunal. Acontece que o Habeas Corpus, segundo a lei, serve para libertar uma pessoa detida ilegalmente. Ora, que o macaco esteja detido ilegalmente, ninguém duvida. Já que ele seja uma pessoa… Ao que parece, a ideia é o macaco ser pessoa por um dia e depois voltar a ser macaco. Mas isso, a mim, desculpem-me o conservadorismo e a falta de sensibilidade, parece-me um passo maior do que a perna. Parece-me, mesmo, uma daquelas coisas absurdas saídas de Hollywood. Eu tinha cá uma ideia mas deve ser muito simples para as complicações dos homens. Então e se libertassem o macaco como macaco e pronto não se fala mais nisso sem ser preciso ele ser por um dia o que nunca será por tempo nenhum? Eh pá, amigos, andamos a complicar um poucochinho acima da conta.

 
Por falar em animais, mas desta vez mais pertinho do que nos EUA, ali mesmo em Lisboa de Portugal, aconteceu uma daquelas coisas que, se o ridículo matasse, os envolvidos já estavam a prestar contas ao Criador. Quem me conhece, sabe que sou um tipo ordeiro e respeitador da lei, da ordem e das autoridades que a garantem, mas… às vezes, até eu duvido! Vejamos, os senhores da Guarda Nacional Republicana, como isto aqui não é a balbúrdia que vai nos States, apreenderam, apreenderam é o termo, nove, não um, nem dois, nem três, mas nove(!) leões a um circo. E foi para proteger os animais? Nada! Foi porque não tinham papéis de identificação. O GNR passou por ali, pediu o Cartão de Cidadão ao leão, ele não tinha, passaporte muito menos, e vá de o apreender. Até aqui tudo bem. Os meus amigos sportinguistas que me desculpem, mas leão que é leão ou anda identificado ou apreende-se! Ora, tendo apreendido os felinos, o que lhe fez a GNR? Entregou-os ao dono! Pois, chegámos, no nosso país, a este estado de coisas. A GNR já nem tem jaulas nem tratadores para tomar conta dos leões que vai apreendendo no quotidiano da Capital. Eu até considero a medida muito adequada. Por exemplo, se me apreendessem o meu carro por falta de documentos, eu não me importava nada que mo entregassem à minha guarda. 
As notícias que deram origem a esta crónica encontrei-as aqui e aqui e parecem-me fidedignas. Mas lá que são estranhas… e a malta com tanta dívida pública para pagar!
jpv


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Divulgar – Para os Braços da Minha Mãe

Fresquinha, acabadinha de sair do novo álbum de Pedro Abrunhosa, “Para os Braços da Minha Mãe” é uma composição repleta de melancolia, da saudade portuguesa, que reflete uma das facetas da situação que Portugal atravessa. Se Abrunhosa é cantor, ou não, há dúvidas, ao que parece. Contudo, para mim, é um indiscutível músico e poeta português, talvez um dos mais contundentes da atualidade. Nesta composição apresenta-se em dueto com Camané.

“Para os Braços da Minha Mãe”, do álbum “Contramão”.