Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Crónicas de África – África Depois de África


Crónicas de África – África Depois de África

Zibreira, 24 de julho de 2013

Como a imagem documenta, fomos recebidos pela família e por amigos com bandeirinhas à porta de casa e a expressão “Bem Vindos” riscada no fundo de uma caixa de mines que bebemos com satisfação. Essa e outras. Rever a família foi fundamental. A mãe, a mana, o filho, os cunhados, os sogros, os primos, os tios, os amigos… Ainda não conseguimos vê-los todos. Tentaremos. Foi bom, foi reconfortante, o reencontro com o nosso país, as nossas gentes, os nossos rituais, a expectabilidade e a previsibilidade dos gestos das pessoas, dos serviços, dos equipamentos sociais. Tudo isso foi fantástico. E, contudo, essa organização e essa formatação, tão necessárias à nossa segurança e ao nosso bem estar, e que eu tanto prezo, foi aquilo que mais estranhei. África vive em mim nas coisas mais simples e impercetíveis do quotidiano. Há uma liberdade geradora, há improviso, há sonho, há esperança e há o acreditar de que ainda posso contribuir, de que ainda posso mudar. 

A Europa, sendo mais confortável, é mais constrangedora dos nossos movimentos.

Sou tão português como sempre fui. Talvez mais. A condição de emigrante força-nos a reperspetivar o nosso país com olhos de benevolência adocicada pela saudade. Mas temo que, definitivamente, já não seja só português. Talvez tenha duas nações e talvez uma delas seja um continente inteiro. Nós podemos partir de África e regressar ao confortável ninho da nossa pátria, mas África não parte de nós. Anicha-se no nosso coração com a virtude da liberdade, dos sorrisos de esperança e com todas as suas vicissitudes e instala-se no nosso ser. África fica.

Às vezes temo ter duas pátrias. Quem sabe se um dia chego a Portugal e me sinto estranho e, estando em África, não estarei completamente em casa porque me falta o chão lusitano. Muitas pessoas vivem a dicotomia da identidade. Podendo ser de duas terras, não sabem bem a qual pertencem. Eu temo pertencer tanto às duas que venha a não pertencer a nenhuma. A Portugal regressa-se. É o “nostos” grego sem tirar nem pôr. De África nunca se parte. Em Portugal dominamos, mas temos a liberdade coarctada. Em África somos dominados, mas temos a liberdade à rédea solta. Em Portugal vive-se a segurança que se conquista ao preço de limitar horizontes. Em África, a insegurança representa um sem número de oportunidades num horizonte longínquo e indefinido de possibilidades de vida.

Nestes dias de manutenção de espaços e afetos, tem-me andado este país a enternecer, tem-me andado aquele continente a chamar. África depois de África, em Portugal.

jpv


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Colar Cartazes – Provérbio Africano

Colar Cartazes – Provérbio Africano

Anúncio gigante ocupando toda uma parede do Aeroporto Internacional OR Tambo, em Joanesburgo.



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MPMI em Ritmo de Férias

Caros Amigos e Leitores,

Já em solo português, num regresso repleto de emoções, aproveitamos o tempo para matar saudades, rever amigos e familiares e, claro, para fazer a manutenção que os espaços exigem. Têm sido dias trabalhosos e intensos e, por isso, as publicações aqui, em “Mails para a minha Irmã”, abrandaram.

E vão ficar em ritmo de cruzeiro até setembro. Não deixaremos de publicar alguns apontamentos e uma ou outra hsitória em que estamos a trabalhar. Talvez até publiquemos, durante as férias, o 13º capítulo de “A Paixão de Madalena”.

Para já, importa agradecer-vos o carinho que nos dedicaram ao longo deste ano e fazer votos para que tenham umas férias retemperadoras dentro dos condicionalismos que todos conhecemos.

Uma saudação amiga e até breve!

jpv


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Citação do GPS


(Imagem da Net)

“Em cento e cinquenta metros, entre na primeira saída à esquerda”
———————
Acho que a miúda do GPS anda baralhada com tanta volta!


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Apátrida

Apátrida

A minha pátria
Não é,
Com certeza,
A Língua Portuguesa.

A Língua é a alma
Da minha vida,
O chão fértil
Onde renasço
Todos os dias,
O abraço das tristezas
E das alegrias.

A pátria é uma outra nação,
Um recanto inexplorado
No centro do coração.
Uma ânsia,
Uma busca
E uma incerteza.
Um grito contido,
Agrilhoado no peito.
Um menino perdido,
Sem destino
Nem jeito.
A minha pátria
É uma existência
Recôndita,
Uma caixa negra
De mistérios,
São mapas e planisférios
De dor e melancolia.
E, num dia de sol,
Uma vertigem de alegria
E criatividade.
A minha pátria sou eu.
E eu não sei que seja.

Nasci demasiado cedo
Para ter pátria.
Demasiado tarde
Para não tê-la.
Com demasiado vigor
Para esta terra.
Com demasiada suspeita
Para aquela.

Eu sou o senhor
De mim,
Desta terra sem fim
Que meu olhar percorre.
Eu nasço todos os dias,
E o que sou,
Todos os dias morre.

Caminho
Sem pressa
Nem promessa,
Sem longe
Nem horizonte.
Não sei para onde vou
Nem donde venho.
Já secou a água
Dessa distante e difusa fonte.

Eu sou o princípio e o fim.
A pátria e o apátrida
De mim.

jpv


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Crónicas de Maledicência – Ponto da Situação

Crónicas de Maledicência – Ponto da Situação

Não pode um homem virar costas durante uns dias, uma mísera semana no cósmico devir dos tempos, e Portugal desata a acontecer. Final de ano letivo, uma viagem, mais umas consultas, comprar uns medicamentos que o corpo começa a fazer perguntas ao tempo e resultou tudo numa semana de um pouco menos de atenção aos média. Menos net, menos telefone e menos televisão. E assim que um tipo acorda para o mundo lusitano, ele mudou-se de lugar. Foi tanta coisa em tão pouco tempo que, sabendo nós que temos muitos leitores em fase de veraneio, vimos aqui fazer um breve, se for possível tanto Rossio para tão pouca Betesga, ponto de situação.

Ao que parece o Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros demitiu-se com caráter irrevogável. Fosse porque o caráter não era irrevogável, fosse porque não era caráter, foi readmitido como Vice-Primeiro Ministro. Ele justificou-se, e bem, dizendo que primeiro estava o país. Só não disse onde é que estava o país quando da demissão que foi irrevogável mas mudou de teor.
Ao que parece, a nova Ministra das Finanças tomou posse e ao que parece nem toda a gente concordou e ao que parece esteve de saída e ao que parece não saiu. Chama-se Maria, a Senhora Ministra, nome muito apropriado, porquanto ainda agora conheceu o menino e já tem percorrido longo calvário.

O Povo, que é ingrato e néscio, andava acusando o Senhor Presidente da República de não fazer nada. Houve mesmo quem buscasse metáforas circenses de mau gosto rapidamente perdoadas. Ora, um fim de tarde cálido, estava o Senhor Presidente da República a fazer nada e acordou de sua entorpecida letargia. E fez. Fez tudo duma assentada. Com a particular e difícil virtude de ter feito a vontade a todos. Sim, já nasceu o homem que agradou a gregos e a troianos. Havia os que queriam que ele mantivesse o Governo. Ele manteve o Governo. Havia os que queriam um Governo de Salvação Nacional multicolor. Ele decretou a constituição de uma coisa dessas. E havia os que queriam eleições antecipadas. E ele marcou-as. Claro que a salvação nacional não pode durar mais de onze meses, mas compreende-se, se é para salvar, então que seja rápido.

E, assim sendo, já tínhamos em perspetiva três Governos possíveis, acontece que o próprio Governo propôs um outro Governo! Eu até pensei que devia ser engano do jornalista, mas estavam todos a dizer o mesmo. Enfim, não se compreende, mas aceita-se.

Por sua vez, a oposição diz que vai a jogo, à conversa de diálogo chamada. Mas avança que não aceita. E talvez por isso há por aí muito ignorante, grupo em que me incluo, que não percebe porque é que vai conversar se a conversa já terminou.

Por sua vez, inquietada com tanta agitação enquanto ela estava para ali a fazer nada e a ver os outros a divertirem-se, a Senhora Presidente da Assembleia da República, aquela jeitosa do biquini branco que tem um corpo interessante e adequado para anúncios de fraldas para a icontinência, mas, de certo, tem demasiado corpo para o cargo que ocupa pois todos sabemos que o Presidente da Assembleia da República tem de ser velho e reformado e ela só é reformada, resolveu dar um arzinho da sua graça. Ora, errou na força do arzinho e saiu-lhe um ciclone. Na mesma tarde, citou Simone Bôvuare (ela pronuncia assim), correu com uma cambada de manifestantes da Assembleia da República porque isto é à vontade, mas não é à vontadinha, a democracia tem limites, fez uma metáfora e prestou declarações à imprensa. A senhora devia estar derreada. Eu que tenho a impressão que sou escritor é que sei o trabalho que dá fazer metáforas. E nem sempre saem bem.

Estava o país entretidíssimo com tanta ação e tanta novidade, a pontos de ninguém se interessar pelas imagens discursivas contundentes dos deputados do Bloco, não digo de Esquerda porque da maneira que isto vai, ainda muda de mão, e aparece aquela senhora que foi Ministra das Finanças e não acerta com as concordâncias de género e número, a Doutora Manuela Ferreira Leite, e diz do ex-futuro-ministro-Doutor-Paulo-Portas que ele era um menino que fez birra porque lhe tinham dado um brinquedo e depois lho tinham tirado porque o brinquedo não era dele. Às tantas, eu estava confuso porque já não sabia bem de quem era o brinquedo. E é claro que, com declarações deste teor e de tão ilustre personagem, seria de esperar que Portas se escondesse atrás das ditas enquanto a vergonhaça passava.

Qual quê! A tradição já não é o que era. O ex-futuro-ministro foi à Casa da Democracia, fez um acalorado discurso onde justificou a sua partida e explicou o seu regresso e foi aplaudido, nada mais, nada menos, do que de pé.

No final de uma sucessão trepidante de eventos deste teor só apetece perguntar, assim meio baralhado, Olha lá, como é que ficou o jogo? E a resposta é simples. Antes disto, os juros da dívida pública estavam a 6,10% e agora estão a mais de 7,5%. É verdade que pode ter saído caro, mas não é menos verdade que o entretenimento foi do melhor nível possível. A Teresa Guilherme que se cuide, se a Casa da Democracia continua a dar este espetáculo, ela vai ter de fechar a casa do irmão grande e fica no desemprego a engrossar o engano nas previsões daquele senhor benfiquista que já cá esteve mas foi embora. Aquele do Borda d’Água…

jpv


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Distância

Distância

Lá longe,
De onde te não vejo,
Lá longe,
Onde nada é igual,
Lá longe,
Cresce o desejo
De beijar-te o chão,
Ó Portugal.
Lá longe,
Em terra de promessas,
Acabas a viagem
Que começas
Em teu extenso e claro areal.

Há essa distância
Que nos separa,
Essa estranha sensação,
E rara,
Que é ter-te sob os pés,
Erguido e inteiro,
E não deixar
De me sentir estrangeiro.

Ser português
É ser de todo o mundo,
Pisar a terra estranha,
Cruzar o céu azul,
Atravessar o mar profundo
À procura de não sei quê.
É encontrá-lo,
Voltar para junto de seu povo,
Dar dois sopros,
Embalar o olhar na esperança
E procurá-lo de novo.
Ser português
É perder-se
Numa ideia,
É reencontrar a coisa perdida
Semi-coberta pela areia
Duma praia salgada.
É reinventar tudo
Com as mãos cheias
De nada.

Ser português
É partir
E é regressar.
É sentir
No peito a saudade
Da Pátria distante e,
Voltando,
Nunca mais cá estar.

jpv


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Ansiedade

Ansiedade

Ansiedade de pisar-te,
Ó terra.
Ansiedade da tua luz.
Ansiedade de alijar
Este fardo,
Afrouxar esta cruz.
Ansiedade das tuas ondas
Limando a costa.
O odor marinho,
O sol doirado,
A mesa posta.
Ansiedade de encurtar o tempo,
De fintar a distância.
Trabalha-me no peito
Esta ânsia…
De ti.

Ansiedade das pessoas
Nos cafés,
Dos jornais desportivos,
Das noites melancólicas
E dos dias festivos.
Ansiedade dos afetos
E da família,
Ansiedade de mim.
Esta errância há de acabar,
Ó terra,
Quando cobrires o corpo
Deste teu filho que erra.

jpv


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Crónicas de Maledicência – A Carta de Paulo Portas e…

Crónicas de Maledicência – A Carta de Paulo Portas e…

Última Hora: Paulo Portas é leitor assíduo de Mails para a minha Irmã!
Pois, só assim se justifica que, tendo nós vaticinado, em jeito premonitório, que as cartas entrariam na moda, o então-ainda-calma-lá-que-isto-é-à-vontade-mas-não-é-à-vontadinha-anda-cá-onde-é-que-já-ias Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tenha ido a correr escrever uma! Isto das modas quando pegam é tramado. É tipo pastilha elástica, toda a gente quer uma quando estão a dar.

Contudo, Amigos e Leitores, a carta de Paulo Portas tem uma diferença substancial em relação às duas que analisámos ontem: ninguém estava à espera. Não estavam à espera os portugueses, não estava à espera o Senhor Presidente da República, embora ultimamente se dedique muito a esperar, e não estava à espera o Senhor Primeiro Ministro. Mas, mais interessante, já que estamos numa linha esotérica de raciocínio, o próprio Paulo Portas também não estava à espera de escrever a carta e, sobretudo, não estava à espera que a solicitação feita na mesma fosse negada em público e para toda a gente ouvir.

Eu acho, é minha forte convicção, que Portas tem de acertar os timings com o Senhor Primeiro Ministro. Que ele escreva uma carta ainda se compreende, agora que o faça quando a senhora que ele não queria para Ministra das Finanças toma posse é que já me parece, digamos, fora de tempo. Bem a propósito se poderia dizer que foi uma carta avant la lettre!

Há mais duas coisas que eu não percebi. Uma é o significado da palavra irrevogável. Irrevogável quer dizer o que eu penso ou esta coisa do desacordo ortográfico voltou a ultrapassar-me?

A outra coisa que eu não percebi é aquela explicação do Senhor Presidente da República a dizer que ele próprio não serve para nada desde 1982! Importa perguntar, Então porque se candidatou a uma coisa que não serve para nada?!

A situação é séria que isto não está para foguetórios e toda esta gente que se candidatou e ganhou as eleições em nome da responsabilidade e de endireitar um país desgovernado, deveria ter mais ponderação antes de se por a escrever cartas a torto e a torto (não, não me enganei!).

Se o leitor bem reparou, o título desta missiva termina com reticências. Pois… isso mesmo… eu acho que a moda de escrever epístolas pegou de estaca e, ou me engano muito, ou isto ainda não acabou. Ainda vamos ter matéria para uma antologia!

Au revoir!

João Paulo Videira


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Crónicas de Maledicência – As Cartas Estão na Moda


Crónicas de Maledicência – As Cartas Estão na Moda

Pode um homem esforçar-se o que quiser, aplicar-se e trabalhar tudo o que quiser que, a verdade, verdadinha, é que quem pode, pode, quem não pode, arreia.

Tentamos motivar os alunos para o discurso epistolográfico de primeira pessoa, escolhemos cartas interessantes como exemplo, mostramos powerpoints, fazemos discursos entusiastas e… nada… nem um piscar de olhos… Dizemos aos pais para comunicarem connosco, que, ao menos, assinem a caderneta e mandem um recadinho por lá a dizer se receberam certa informação e… nada… nem um piscar de olhos. Ninguém quer saber de cartas para nada.

Até ao momento em que dois senhores, por motivos diferentes, em países diferentes, se põem a escrever uma carta, mais ou menos esperada e, até, em certos aspetos, mais ou menos óbvia, e o que é que acontece? Telejornais e comentadores até às duas da manhã, primeiras páginas, internet atulhada de referências. E eram estas cartas especiais? Quer dizer, ser, eram. Todas o são, caso contrário, quem as escreveu não se tinha dado ao trabalho. Mas também não é como se revelassem algo que já não soubéssemos todos!

A carta/comunicado que Snowden escreveu ao Presidente Obama é tão óbvia que o próprio nem reagiu. Então ele revela ao mundo e acusa o Presidente de andar a espiar a Europa? E o que é que isso tem de novo? Quem é que não sabia ainda? Se é por causa destas revelações que os americanos andam a ver se deitam a mão ao Snowden, então deixem-no em paz que o tipo é uma autêntica fraude, não tem mesmo nada de novo para revelar. Em todo o caso, a sua carta/comunicado teve uma virtude reveladora. Acabou de vez com a guerra fria! Ah pois é! Foi ontem que se enterrou o fantasma da guerra fria. Eu, que vivi o auge das ameaças nucleares e as tensões e as competições e as ameaças de boicotar Jogos Olímpicos, ouvi ontem, com estes dois que a terra há de comer, o Presidente da Rússia a chamar amigos ao americanos! Ele referia-se a Snowden e dizia, “Pode cá ficar se parar com estas brincadeiras e deixar de se armar em engraçadinho, caso contrário, procure outro país porque nós respeitaremos os nossos amigos americanos” Eh pá, iam-me vindo as lágrimas aos olhos…

Por falar em cartas, Vítor Gaspar, pouco dado a narrativas, homem mais dedicado aos gráficos e ao Excel, deixou-se de numerologias, mudou de software, atirou-se ao processador de texto e escreveu uma carta. Tal como a de Snowden, também ela tinha informação óbvia. Gaspar diz que se enganou. Pois, andam a dizer-lhe isso há muito tempo. Gaspar diz, por outras palavras, que não tinha o apoio do Governo. Pois, já o tínhamos visto muito sozinho, as bases dos partidos da coligação a desautorizá-lo, enfim, nada de novo. Gaspar diz a Passos Coelho que está na hora de investir. Anda tudo o que é analista, economista, politólogo e cidadão comum a dizer a mesma coisa há meses, anos, até. Então, porque é que a carta ocupou tanto tempo de antena? Básico, simples e justificadíssimo motivo: a carta de Vítor Gaspar faz emergir Maria Luís Albuquerque! O leitor não sabe quem é mas vai descobrir já na próxima declaração de IRS! É uma espécie de Vítor Gaspar, mas sem olheiras e de saias! Era o braço direito do próprio! E é isso que me intriga. Se o braço esquerdo não servia, porque serve o direito? Mas, enfim, nada de juízos precipitados. Dê-se, por agora, o benefício da dúvida, a ver se os tipos da Troika nos dão o benefício da dívida! E deixemos trabalhar a Senhora Ministra que a espera tarefa ciclópica.

Posto isto, esperemos ávidos pelas próximas cartas. É que pelo andar da carruagem, cheira-me a ter pegado moda.

Com a mais elevada estima e consideração,

Maputo, tantos do tantos

João Paulo Videira