Vermelho Direto – De Sujinho a Espetacular a Sujinho de Novo
Antes de mais, felicitar os meus amigos portistas pela vitória no campeonato.
Em segundo lugar, dizer que o FCP é um clube idóneo e não deve a sua reputação ser manchada pelas atitudes irresponsáveis de alguns dos seus trabalhadores. Infelizmente, acontece em todo o lado.
Por fim, lembrar que o treinador do FCP disse, há duas semanas, que o Estoril não pontuaria no Estádio da Luz, aludindo a eventuais favorecimentos da arbitragem e que este campeonato seria sujinho, sujinho.
Ele lá sabia o que estava a dizer e eu não sou ninguém para o desmentir. Nesse mesmo fim de semana, o FCP foi escandalosamente beneficiado na Madeira, o Estoril, afinal, pontuou na Luz, ou seja, não se verificou o favorecimento de que falava Vítor Pereira e o FCP, que precisava hoje de ganhar, viu ser marcada uma penalidade inexistente a seu favor com a agravante de o Paços de Ferreira ficar, aos 21 minutos de jogo (!!!), reduzido a dez jogadores! Pereira ficou refém das suas próprias palavras e acaba sendo o titular do campeonato que há duas semanas ele batizou de sujinho, ontem renomeou para espetacular e hoje se viu que voltou a ficar sujinho…
Por fim, é importante, também sem manchar a reputação do clube da Capital do Móvel, dizer que, para uma equipa tão aguerrida, tão lutadora, tão ganhadora, os jogadores do Paços, hoje, foram mesmo muito macios. Diria, até, que foi o Paços de Ferreira mais macio a que assisti este ano. Coincidência, por certo.
Só esta tarde é que percebi do que falava Vítor Pereira quando disse que isto ia ser sujinho, sujinho… se calhar foi. Hoje, pelo menos, não me pareceu lá muito limpinho.
E agora vamos à vida que a crise está brava… isso é que é limpinho!
Tenho-o dito e repito, sem preconceitos, a experiência de viver em Maputo tem tido as suas dificuldades, mas é absolutamente fantástica. Uma das muitas coisas a que temos de habituar-nos é o ritmo. Os dias acordam muito cedo, a partir das 4, 4:30 e também se escondem cedo, por volta das 20 é hora de começar a adormecer e às 22 é muito tarde. Não tem tanto a ver com as horas, mais com o ritmo dos dias.
Por outro lado, também a sequência de acontecimentos, a forma como a vida se encadeia, é muito diferente daquilo a que estamos habituados na Europa e, em particular, em Portugal. Não é pior, nem melhor. É, simplesmente, diferente. Vejamos como pode ser uma semana em Maputo. Este exemplo é diretamente retirado do filme da minha vida, logo, foi real e efetivamente vivido.
Segunda Feira
– Aulas.
– O carro começa a ter dificuldade em pegar.
– Falta a água à noite. Nada a fazer.
Terça Feira
– O diagnóstico da falta de água revela inequivocamente que a bomba que leva a água do depósito no r/c, que a recebe da companhia, e a bombeia para o depósito no terraço, no 4º andar, donde descerá para a casa, no 1º andar, queimou. Literalmente. Contacta-se o senhorio que faz o favor de contactar o eletricista/canalizador que, às 7:30, informa que chegará às 9:30.
– Almoço no Piri-piri. Frango de churrasco, o que havia de ser?
– Às 14:30 chega o canalizador/eletricista, um tudo-nada atrasado. Informa que a reparação demora 30 minutos. – Levar o eletricista/canalizador a casa para trazer as chaves. – Comprar uma bomba nova. – Petisco ajantarado com o Nunes e uns amigos. Chouriço assado com vinho de Reguengos. Faz-se diagnóstico do carro. Precisa nova bateria. – Às 21:30 o arranjo de 30 minutos da bomba que leva a água do r/c para o terraço a fim de baixar ao 1º andar é remetido para o dia seguinte. Quarta Feira
– Comprar bateria nova. A pessoa que a vende substitui a bateria velha por uma nova. – Em casa, arranjar o arranjo da bateria refazendo as ligações que estavam mal amanhadas. – Aulas. – À tarde falta a luz.
– O fornecimento de luz é retomado ao princípio da noite.
– Prossegue o arranjo da bomba de água. Banho com um balde e um púcaro.
– O Benfica perde com o Chelsea.
Quinta Feira
– 48 horas depois de ter sido diagnosticado um arranjo de 30 minutos recupera-se o fornecimento de água.
– A buzina do carro começa a apitar sozinha. Ao cabo de três vezes, dou-lhe um valente murro. Nunca mais se manifestou por vontade própria.
– Aulas.
– Preparação do Sarau das Línguas: audições.
– Falta o sinal de televisão. Depois de verificados os cabos, contacta-se a empresa que fornece o serviço de televisão. Vamos já!
Sexta Feira
– Pagar ao eletricista/canalizador.
– Aulas.
– Jantar da equipa que coordena os trabalhos de preparação do Sarau das Línguas.
– 24 horas depois de ter sido suspenso sem aviso, retoma-se o fornecimento de serviço de televisão.
Sábado
– Compras.
– Corrigir testes.
– Skype com a família.
– Dormir e sonhar com um domingo tranquilo que começará, sem dúvida, com um banho retemperador.
Domingo
– Falta a água. Pânico geral. Telefonemas diversos para o senhorio e eletricista/canalizador. Uma hora depois, assistido por telefone, descubro que ele tinha enchido o depósito do terraço, tinha ligado a bomba nova, mas… tinha-se esquecido da torneira de segurança fechada. Abre-se a torneira de segurança. O líquido precioso jorra avonde. Banhos. Finalmente.
– Pequeno almoço no Continental.
– Passeio de carro e a pé pela marginal. Paisagem belíssima.
– Testes.
– Intervalo dos testes para fazer esta publicação no MPMI.
Se eu podia viver sem ser em Maputo? Poder, podia, mas não era a mesma coisa!
E, por fim, algumas imagens que acompanharam a loucura de uma semana normal na Capital moçambicana:
Poloni faz um amigo. Se não fosse o vidro, brincávamos mais.
Marginal de Maputo.
Leitura matinal junto ao mar.
Marginal de Maputo.
Vista da praia da marginal de Maputo onde Poloni costuma dar umas corridinhas.
Testes. É só por isso que há menos publicações no MPMI. O trabalho está a avolumar-se. Ainda assim, não resisto a partilhar convosco duas respostas originais que, naturalmente, manterei completamente anónimas. Eu sorri ao lê-las, mas não pude deixar de ficar preocupado. Onde é que eu errei?!
Os conectores são umas palavrinhas chatas, mas muito úteis. Assim como uns bichinhos que andam dum lado para o outro a ligar coisas. Enfim, podem ter sentidos diversos, de sequência, de tempo, de conclusão, de oposição… talvez por causa deste último, tive uma resposta original: “Mas – conector de decomposição”. Ai mãezinha santa, tirem-me daqui que eu não sei andar nisto!
Ao mesmo tempo, andámos a ler e a analisar e a estudar uma obra que se chama “A Lua de Joana”. Uma menina que perdeu a melhor amiga por causa das drogas e agora decide escrever-lhe cartas como se estivesse viva para poder desabafar e tentar compreendê-la. A menina chama-se Joana e arranja dois amigos, conhecidos da falecida, a Rita e o Diogo, que a iniciam no processo do consumo de drogas o que levará à sua própria autodestruição. Perante a pergunta Pensas que a Rita e o Diogo eram mesmo amigos da Joana? Justifica., houve uma alma que se encheu de coragem e brios e respondeu: Na minha opinião são amigos da Joana porque a ajudam a vender as coisas dela para ela poder comprar drogas. Ora toma! Pensei eu, um conceito diferente de amizade, assim… mais colaborativo. E pronto, lá terei de fazer ou refazer o discurso moralizador e informativo em relação a esta matéria.
E, pronto, feito o desabafo e apesar de ser domingo, vou-me à turma seguinte, eu, funcionário público que, finalmente, terei de trabalhar quarenta horas. Estava a ver que não. Já merecia uma redução no horário de trabalho. Assim sendo, vou trabalhar menos 20 a 30 por semana. Para mim é bom, só não sei é quem é que vai fazer o resto do trabalho…
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