Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

O Sol ao Contrário

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Marginal de Maputo. 
8 de maio pelas 6:25 da manhã.

As Cores da Capulana

O Sol ao Contrário

Pela manhã
Fresca e inaugural, 
A prosa estava ainda dormindo
E não me saía.
Olhando o astro formidável,
Deitei a alma no teu colo
E fiz uma poesia.
Escrevi essa sensação
De renascer
Que me assalta
A cada dia.
E escrevi as ondas do mar
Onde a luz amarela e forte
Vem bailar.
E escrevi esse paradoxo
Perturbante e sem fim
Que é o sol nascer,
Nestas paragens,
Ao contrário de mim.
Já havia perdido
O Norte,
Já havia perdido
O Sul.
Ficou-me só
A sorte
De, no Índico,
O mar também ser
Azul.
E, olhando a bola de fogo,
Sobre o líquido manto 
Pintado com a cor do céu,
Sei que sou eu
E estou aqui.
Invade-me
A eternidade e a calma,
Quando me embalo
No mar
E tenho o teu colo
Para a minha alma.

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Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

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