Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Mar de Medos

Mar de Medos

Na sua ingenuidade,
A criança pergunta:
– Nós somos felizes, mamã?
E ela disse-lhe que sim,
Escondendo-lhe o que sentia.
Havia nessa felicidade
Um excesso,
Uma perfeição que temia.

– Tenho medo de sermos tão felizes!
Confessou na surdina da intimidade
Ao amado e marido,
No momento em que dormiam os petizes,
E o segredo não podia ser ouvido.
Mas foi.
Desfez-se a ilusão onde mais dói,
Nessa tenra e pura idade
Em que se não desconfia
Que, para além da vida,
Há realidade.

E, hoje, aqui defronte do mar,
Azul e intenso, rimbombando seus segredos,
Luto com meus e antigos medos
E quero perguntar como na longínqua manhã:
– Nós somos felizes, mamã?

jpv


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A Culpa é da Língua Portuguesa… Outra Vez


(Clique para Aumentar)

Estão a ver a matrícula deste camião? Não? Então olhem com atenção!

Nesta mesma avenida, a de Moçambique, fui multado porque as minhas chapas de matrícula não eram as homologadas. Pelo menos foi o que o senhor agente me disse. Pensei eu. Pensei mal. Eu tenho chapas de matrícula! Estão todas direitinhas, mas, pelos vistos, não servem. Lá paguei a multa e comprei as ditas chapas homologadas.

Ora, este amigo ia à minha frente e, que eu contasse, passou por três brigadas da polícia de trânsito! Mandaram-no parar? É o mandas. Pus-me a pensar no assunto e cheguei à conclusão que, mais uma vez, a culpa é da Língua Portuguesa. Eu não fui multado por não ter chapas homologadas. Eu fui multado por não ter chapas amolgadas! Mai nada!

jpv