
Diálogo
Um fio de vida.
Uma luz,
Breve,
Antes da morte.
Uma alma perdida,
Entregue, só,
À sua funesta sorte.
Uma carta fechada.
Uma surpresa guardada
Nas entrelinhas
De uma palavra em riste.
Duas pessoas sozinhas
Uma da outra.
Uma manhã alegre.
Um fim triste.
Uma distância
A percorrer
Por um caminho
Que já não existe.
Um mar a navegar
Em rota
Sem horizonte.
Um rio.
Duas margens.
E a dolorosa
Ausência de uma ponte!
Assim caminho,
Sem arte
Nem ciência,
Conversando sozinho
Na companhia
Desta pobre e atormentada
Consciência!
Adio.
Mais não posso.
Nem quero.
Não há aqui motivo,
Nem fogo,
Nem ferro,
Nem esperança,
Nem música,
Nem dança,
Nem emoção,
Nem o vislumbre de uma razão
Para algo mais do que aguardar.
Aguardo.
Essa derradeira
E definitiva estocada,
A lâmina ensanguentada
Da minha vida,
O grito da alma perdida,
O silêncio final,
E a morte, enfim,
Redentora
E inaugural!
jpv
23/03/2013 às 00:49
…eu também
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22/03/2013 às 22:36
E em tudo o que não existe, o que está ausente, o que falta, restam os versos do poeta na esperança o no desespero, para dizer tanto sentimento em tão pouco espaço.
Adoro a tua poesia, JP!
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22/03/2013 às 19:59
A Poesia é, sem dúvida, a obra-prima da literatura. Ela conta-nos sublimemente, mais ou menos intensos, os sentimentos de nós mesmos.
Este poema tem tanto de triste como de belo (muito!!!). Escreva,escreva e escreva sempre poesia.
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22/03/2013 às 10:21
E nesta apoteose revela-se a condição humana.
Emocionante!
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