
Poema da Mala Vazia na Beira da Estrada
Revoltaram-se,
os teus olhos,
contra mim!
Olharam
A vida vazia
E pensaram que era o fim.
São curiosos,
Os olhos,
Veem e pensam.
Encontram na beira da estrada,
Sem sonho,
Nem noite,
Nem alvorada,
A mala onde
Outrora
Esteve a fantasia.
A mala,
Como a vida,
Vazia!
E essa luz
Triste
E húmida,
Esse despertar
Da mente
A que chamas olhar,
Pediu-me.
Só o aconchego,
Só o afago,
O meu peito
Ao teu encostado.
E abri a mala
Donde saiu a cama
Que estava no quarto
Que fica na casa
Que está na fantasia
Da mala
Na beira da estrada
Que teus olhos contemplam
Antes de se zangarem comigo.
Não há jogo
Nem perigo
Como este de ter uma vida
Para viver uma vida,
Quando há tantas
Na mala da fantasia.
Na palavra incendiada,
Pujante epopeia,
Triste elegia
De uma mala
perdida na estrada vazia.
jpv
11/02/2013 às 07:43
Je vous remercie! jpv
GostarGostar
10/02/2013 às 23:35
trés beau poème,
telma
GostarGostar
07/02/2013 às 16:26
São curiosos os poetas:
Escrevem versos apertados que arrancam a alma de quem lê para a levarem a milhares de anos luz sem deixar a Terra firme, ao contemplar uma Mala Vazia na Beira da Estrada.
Absolutamente belo!
GostarGostar