Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Crónicas de África – Cinema

Crónicas de África – Cinema

Maputo, 10 de dezembro de 2012

Eis um assunto interessante. Há e não há. 

Há o Cine África que está quase sempre fechado ou, como surge no jornal, “sem sessão”. Há o Cine Avenida e o Cine Gilberto Mendes que quase só apresentam teatro local. Ainda não fomos, mas está prometido. Depois há o Charlot que quase só passa cinema indiano. Ainda temos o Gil Vicente que passa filmes antigos e, finalmente, há cerca de um ano para cá, inaugurou-se o Maputo Shopping que passa os filmes da modinha em salas Lusomundo com direito a 3D e tudo. Ainda não fomos nem está para breve. Curiosamente, aqui, quando se pensa em sair de casa, não é para ir ao cinema.

É claro que para uma cidade tão grande, a oferta é escassa e cara e é por isso que prolifera um tipo de comércio que tem tanto de ilegal quanto de fascinante. Os rapazes que vendem filmes em DVD nas ruas. A oferta é vastíssima. Qualquer filme com três meses de circuito comercial pode ser comprado nas ruas de Maputo com excelente qualidade de imagem e som por 100 meticais (2,70€). Também se arranjam filmes com uma semana de circuito comercial, mas, nesse caso, alguma coisa vai correr mal, garanto-vos. Acho que já vi o “007 – Skyfall” umas três vezes. Primeiro com a imagem manhosa, depois com o som manhoso, depois vi um que estava bom mas não tinha o fim do filme e acho que para a próxima já acerto num completamente bom e entretanto passaram os três meses da ordem! Mas trocam-mo sempre! Os rapazes colocam uma pilha com cerca de 100 DVD na mão trepando e amparando-se pelo braço acima. Cinema indiano, moçambicano e, claro está, toda a oferta da indústria de Hollywood. Se se para o carro e abre a janela, eles vão passando filmes para dentro do carro até perceberem que o cliente já escolheu. Depois não se pergunta o preço. É o tipo de negócio em que o preço está tacitamente aceite por vendedor e comprador e é universal. É claro que se pode solicitar por género: Arranja-me aí comédia romântica. E ele tira para o lado tudo o que é ação e espeta-nos com uma carrada de DVD no colo. Não convém pedir um filme de amor. Isso é uma pergunta que acaba com o Kama Sutra rodado em Bombaim no nosso colo. O mais engraçado é que, se acontecer comprar-se um filme estragado, seja porque não arranca, seja porque a imagem é de má qualidade, sai-se à rua e troca-se por outro sem ser preciso encontrar o vendedor a quem se comprou aquele em específico.

Outra forma de ver cinema é ter televisão. Muita gente tem. Nós decidimos não ter porque a oferta é caríssima e porque, verdade, verdadinha, nos estamos a desinteressar da televisão. Nem sentimos a falta.

No domingo, comprámos o jornal e fomos verificar o que estava em cena e reparámos que o Gil Vicente está a passar uma fita muito recente e original: “Os Três Mosquiteiros”. Não, não está mal escrito, é assim mesmo. Parece que em Hollywood já estão a rodar a sequela que será “Os Quatro Repelentes”. Mai nada. Olha a prova aí em baixo!


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jpv


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Citação da Liberdade Assim como Quem Aguça o Apetite

A liberdade é um conceito. Às vezes também é um facto. Uma realidade. Não acontece sempre. E as mais das vezes nem é porque seja cerceada por terceiros, é porque nós próprios a desconhecemos, ignoramos os seus limites, e navegamos pela vida sem percebermos que liberdade temos, que liberdade podemos ter, que liberdade queremos ter e, não menos importante, que liberdade é a dos outros. Madalena sabe. Não sabe porque tenha pensado nisso, refletido e consciencializado. Sabe, porque sente no seu íntimo o desenho dos limites da sua ação, do seu desejo e do bater do seu coração.

João Paulo Videira
In A Paixão de Madalena, Cap. 6
A publicar brevemente neste blogue.


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Crónicas de África – Carrinhos de Choque

Crónicas de África – Carrinhos de Choque


Maputo, 8 de dezembro de 2012


Desde que estou em Maputo já tive dois acidentes. Parecidos, consequências semelhantes.


Como já tive oportunidade de escrever, o trânsito por aqui é caótico, mas há poucos acidentes e os que há, normalmente, não são graves. A mim calharam-me dois em quinze dias. No primeiro, ia descansadinho na avenida Julius Nyerere, parei num semáforo a uns metros do tipo da frente e, ainda mal não tinha parado, um estrondo invadiu o carro, andei uns três metros para a frente e pensei, Pronto, já tenho o carro todo desfeito. Quando saí do carro, a primeira visão que tive foi a do carro que embateu no meu. Tinha o capô todo arreganhado e a grelha da frente com severos maus tratos. Olho para a traseira do meu carro e nada. Para choques ok, porta ok, abri e fechei, não estava empenada, espreitei por baixo do carro e tudo me pareceu ok, inclusive o tubo de escape. O outro condutor a pedir-me desculpa, que a culpa era dele porque tinha batido por trás, que eu visse se tinha alguma coisa. Eu não tenho nada, mas o senhor parece que tem. Ele não me respondeu. Fez peso com o corpo no capô para o endireitar, deu-lhe uns murros até ele voltar a fechar, agradeceu-me e foi à vida dele.

Ontem foi diferente. Era uma descida e reparei, pelo retrovisor, que atrás vinha uma carrinha LiteAce, é uma Hiace mas mais pequena. Tem a frente direita. Guardei distância do da frente porque era uma carrinha de caixa aberta carregada de materiais e com dois homens em cima da carga. A meio da descida e por causa da fila, parei. Não tem nada que saber. Um estrondo enorme a ecoar dentro do carro, três metros de rojo, e claro que percebi que tínhamos levado nova cacetada só que esta fora com mais força. Pensei que escapar sem mazelas, nem polícia, nem papelada, duas vezes seguidas, seria muita sorte e tinha a certeza de que a minha traseira estaria severamente danificada. Quando olhei para a carrinha ainda tive mais certeza de que haveria danos. O tipo tinha a frente toda amarrotada. O ritual repetiu-se. Olho para a traseira do meu carro e nada. Para choques ok, porta ok, abri e fechei, não estava empenada, espreitei por baixo do carro e tudo me pareceu ok, inclusive o tubo de escape.

Sem sair de dentro da carrinha, o outro condutor, disse-me a medo:
– Está alguma coisa estragado, papá?
– Está! Tens a frente toda amarrotada.
– E no teu?
– O meu está ok. Por mim, podemos seguir. Mas tens de ter cuidado.
– Eu vou ter cuidado, papá.

Entrei para o carro, olhei pelo retrovisor e vi que ele nem sequer saiu. Seguiu no seu ritmo sonolento. Fixei melhor a vista na frente da carrinha dele e reparei que o amarrotado era o desenho de um pneu. O meu! Mas com vincos!

Assim, caros leitores, se estão em Moçambique ou a pensar vir para Moçambique e vão precisar de carro, aqui toda a gente precisa de carro, dou-vos um conselho. Não interessa nada se é a gasolina ou a gasóleo, se tem muita ou pouca cilindrada, se gasta muito ou pouco, se é grande ou pequeno, se é bonito ou feio, o que interessa é que tenha um pneu bem cheio de ar na porta de trás. Assim, faz o efeito “Carrinhos de Choque em Ambiente Urbano” e o meu amigo livra-se de boa.

Em todo o caso, para as estradas de Maputo e areais de Moçambique, aconselha-se um carro com tração às quatro rodas, não muito grande, com ar condicionado e… japonês! O resto é… boa sorte e boa viagem.

– Adeus!
– Adeus, papá!

jpv


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Crónicas de África – Assim Também Eu!

Crónicas de África – Assim Também Eu!


Maputo, 7 de dezembro de 2012

Há pormenores do quotidiano que são tão subtis, tão singelos, que não mereceriam uma crónica, contudo, são eles que marcam a diferença, que nos dão a exata medida do que é viver em Moçambique, mais especificamente em Maputo.
Trata-se de um delicioso pormenor de mensurabilidade. A realidade africana é diferente da europeia pelo que a forma como se medem as distâncias, o tempo e os produtos é, forçosamente, diferente.
Há muitíssimos carros do mesmo modelo que o nosso, em Maputo. Ora, eu desconfio, há algum tempo, desde que o comprei, que ele anda a consumir muito. Não sabia se seria um problema no carro ou o simples e mais provável facto de se tratar de um quatro por quatro a gasolina e a fazer percurso urbano.
Hoje, finalmente, apanhei a jeito um homem que estava parado dentro do seu carro que era exatamente do mesmo modelo que o meu. É importante que saibam os leitores que o senhor estava à porta da minha escola, mas eu não o conheço de lado nenhum. E tivemos a conversa que agora reproduzo que, para o bem e para o mal, não é fictícia, está rigorosamente como aconteceu.
– Bom dia!
– Bom dia!
– Desculpe incmodá-lo, mas tenho há pouco tempo um carro deste modelo e queria fazer uma comparação. Posso fazer-lhe uma pergunta?
– Claro, diga.
– Este carro consome-lhe quanto?
– Pouco. Gasta 2000 meticais por semana.
– Pois, obrigado, mas eu queria saber é a que é que isso equivale…
– Ah, é fácil, é de casa aqui e daqui a casa duas vezes por dia!
Aí, eu fiquei sem argumentos. A informação era tão certeira e compacta, o senhor estava tão seguro da informação, que era difícil dizer-lhe que, não obstante a sua boa vontade, ainda não me tinha dito nada… mas não desisti:
– E daqui a sua casa é longe?
– O senhor mora onde?
– Moro na cidade!
– Aí tem, também eu!
Apeteceu-me dizer-lhe que a cidade tinha várias dezenas de quilómetros de área, mas ele perguntou:
– Mas isso gasta-lhe quanto?
– Bem, de facto, anda a gastar-me 2000 meticais por semana…
– Está a ver, está a ver, está tudo bem, não se preocupe. É um bocado, mas é de ser a gasolina!
E pronto. Fiquei-me. Normalmente, o consumo mede-se em litros por quilómetros. Desta vez, encontrei alguém que o media em meticais por semana! Nunca tinha visto, mas há uma primeira vez para tudo. Fez-me lembrar a anedota do português que dizia, Tanto se me dá que aumentem a gasolina como não, eu meto sempre cinco contos! Sorri e fui à vida. A africana.
jpv


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Crónicas de África – Malária e Poesia

Crónicas de África – Malária e Poesia

Maputo, 6 de dezembro de 2012

A malária é um problema que afeta África em geral e, naturalmente, Moçambique não lhe é isento. Há muita publicidade institucional aconselhando as pessoas a usar mosquiteiros e a protegerem-se das mais diversas formas. Não é que apanhar malária uma vez seja mortal, longe disso, trata-se. Acontece que afeta órgãos vitais e contraí-la por diversas vezes, isso sim, pode tornar-se letal.

Percebe-se, pois, que, mesmo praticando cuidados básicos, repelentes, mosquiteiros, roupas que cubram o corpo, pode acontecer ser-se picado por um mosquito infetado, sobretudo, fora de Maputo.

Quando isso acontece, por mais tratamentos que se apliquem, há sempre aquele medo das consequências, Afinal o que é que me vai acontecer? Depois, a malta habitua-se e convive com essa realidade africana.

Um dia destes, a nossa empregada, a F., apareceu-nos às sete e meia da manhã, como é costume, mas trazia o filho mais novo, de um ano, às costas! Vai de perguntar-lhe se estava tudo bem e ela a responder em lágrimas de aflição que o trouxera porque estava cheio de febre e diarreia. Ainda por cima, era dia de chuva.

Não estivemos com meias medidas, enfiámos a F. enervada e em lágrimas no carro e levámo-los a um Centro de Saúde. Uma hora e meia depois, recebemos uma sms dela a dizer que estava despachada e fomos buscá-la. Os testes foram inequívocos: o bebé tinha malária. Por razões óbvias, a saúde da criança e a chuva, metemo-los no carro, levámo-los a casa e dissemos-lhe para não vir trabalhar enquanto a criança não estivesse estável. Nesse momento, a F. mostrou-se um bocadinho menos preocupada. Já sabia o que enfrentava, o bebé já tinha levado uma injeção e estava muito bem disposto. E atravessámos a tempestade, trovões, águas e lamas até chegarmos junto à sua casa e foi nesse caminho que, da malária, emergiu a poesia. Uma frase só, uma expressão, F. não sabe, mas desenhou uma invejável metáfora. Andam os escritores perscrutando os caminhos da inspiração, buscando a beleza estética nas formulações originais, gastando tempo em aturado estudo, para encontrar a poesia e afinal ela foi nascer da malária, ali, a meio do caminho entre Maputo e Albazine, no coração amedrontado de F. Comecei eu:

– Então, estás mais aliviada?
– Estou, fico sempre assustada. Essa doença já levou o meu pai e uma irmã minha.
– Tens medo…
É. Quando a doença aparece, o meu coração corre para longe.

E pronto. Ali fiquei eu. Com a expressão a ecoar-me na mente, com o desenho claro da preocupação da F. sempre que a malária bate à porta. Essa doença que tanto brota morte como poesia.

jpv


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Crónicas de Maledicência – Notícias do Fim do Mundo

Crónicas de Maledicência – Notícias do Fim do Mundo

Estou chateadíssimo com os americanos. Em particular com o governo estaduniense! Tem uma pessoa a vida organizada, surge um boato sobre o fim do mundo a 21 de dezembro e o que faz o cidadão responsável e cumpridor como eu? Atafulha a despensa de latas de atum, despede-se dos amigos e da família, vai à igreja encomendar a alma ao Criador e espera tranquilamente que venha o fim. Foram assim os meus últimos dias. Ora, acontece que hoje o site do governo americano anunciou ao mundo essa surpreendente, fantástica e dura realidade, só ao alcance dos mais iluminados: “o boato sobre o fim do mundo é só um boato”!

Já de si, é difícil conceber que um boato seja um boato. Um boato normalmente é outra coisa qualquer. Ora, mais difícil ainda é enxergar que quem anunciou que o mundo acabaria no próximo dia 21 de dezembro estava a gozar com a malta e a mentir ou que batia mal da carola. Normalmente, as pessoas que preveem o fim do mundo é tudo gente muito ajuizada e adoradora do rigor científico e professa da ciência, a mãe de todas as coisas, inclusive dos boatos.

Por outro lado, ainda que tenha de viver mais uns tempos, a verdade é que fico com uma carrada de latas de atum que são bem capazes de durar mais do que o meu tempo de vida.

Se eu estou a brincar? Nada disso. Pode ler-se aqui o anúncio do respeitável governo das terras do Tio Sam.

Eu não percebo muito de política nem gosto de me dedicar a essa arte. Não é por nada em especial, é só porque passei a infância e a juventude a ouvir dizer que era porca e eu sou um tipo asseado, contudo, era capaz de adivinhar que a situação política, social e económica estaduniense não é a mais agradável. E a razão é simples: quando o governo de um país gasta dinheiro, esforços e a pouca massa cinzenta que lhe resta a desmentir boatos sobre o fim do mundo, está tudo dito.

Mas, cá para mim, tudo não passa da mania das grandezas. Senão vejamos. Nos filmes americanos, onde é que aparecem os extra-terrestres? Nos Estados Unidos, claro! E que língua falam? Americano, claro! E Deus, onde é que aparece Deus e a quem se mostra? Aparece no quintal de uma casa americana e mostra-se a um americano comum que, por coincidência, vive dificuldades tremendas, até a namorada lhe deu com os pés! E que língua fala Deus? Exato! E o maior vulcão alguma vez visto, onde é que ele entra em erupção? No sistema de esgotos de uma cidade americana! E as pragas de gafanhotos? É lá! E os dinossauros, onde é que vão parar? À Quinta Avenida em Nova Iorque! E o vírus mortal? É lá! E os mísseis para onde vão? Para lá! E a maior onda marinha alguma vez vista? É lá! E os milagres todos? É lá! E o King Kong? É lá! E as explosões e os gangsters e as aventuras e os tesouros da Humanidade e os faraós e o mapa do tesouro e os piratas e os bandidos e as pessoas boas e os génios e, e, e… Estão todos lá, vão todos para lá e são todos encontrados lá. Não admira, pois, que os americanos se sintam no direito de achar que sabem ou não sabem quando vai ser o fim do mundo. De resto, eu acho de uma generosidade e de uma amabilidade tremendas que nos tenham dito para estarmos descansados. Em inglês, mas disseram.

Eu só fiquei chateado porque não sei mesmo o que fazer às latas de atum!
jpv


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Crónicas de África – Provisório-Definitivo

Crónicas de África – Provisório-Definitivo

Maputo, 2 de dezembro de 2012

A autora Alice Vieira escreveu, há uns anos, um livro intitulado “Um Fio de Fumo nos Confins do Mar” que tinha uma personagem, de seu nome Crispim, que, a propósito do aspeto degradado de certos barracões nas escolas, se referia ao estilo “Provisório-Definitivo”. Assim uma espécie de remendo que chega como provisório e vai ficando e vai perpetuando-se no tempo até que se integra na vida das pessoas como definitivo.

Em Maputo também há disso. Com os carros. Mais especificamente com os pneus suplentes. Antigamente, havia aqueles pneus suplentes que eram mesmo pneus. Uma pessoa tinha um furo, substituía o pneu e ele ficava lá para sempre, que é como quem diz, até ter um furo. O remendado ia para o lugar do suplente. Ora, alguém se lembrou de poupar uns cobres, e os carros passaram a vir equipados com um pneu suplente minúsculo, assim mais a parecer uma roda de bicicleta. Notam-se bem porque têm uma jante amarela e berrante. Dizem as instruções que aquilo é provisório e só dá para 30 quilómetros. Em Maputo dá para bem mais. Aqui, todo o material é precioso e aproveitado até ao limite. Bem podem dizer que aquilo é para 30 quilómetros, mas, uma vez colocado um pneu desses num carro de Maputo, ele vai eternizar-se e andar ali até não dar mais. Então é ver carros particulares e taxis de pneu provisório-definitivo. Há aqui um carro que eu conheço porque me cruzo com ele diversas vezes e porque tem uma cor marcante, cor de rosa, e lá anda ele, pelo menos há dois meses, a exibir a sua orgulhosamente minúscula jante amarela. Resolvi escrever estas linhas por duas razões. Primeiro porque a cidade está repleta destes pequenos pneus que era suposto serem para uma aflição provisória e andam por aí definitivamente agarrados aos veículos. Depois porque hoje me cruzei com um veículo curioso. Era um carro desportivo, baixinho, todo branco e com uns pneuzorros larguíssimos e com umas jantes que não tinham nada menos do que 19 polegadas. Três delas! A quarta, pneu traseiro, lado direito, lá ia luzindo sua rodinha de bicicleta amarela. E acham que o tipo se importou? Qual quê?! Janela aberta, música no máximo a vibrar a voz da Dama do Blingue, braço de fora (infração punida por lei), relógio reluzente e o orgulho como o som: no máximo. O pneu? Que importa lá isso. Era um provisório-definitivo. Está-se bem. Maningue bem!

jpv