Não se trata de uma crónica. Tão só um apontamento. Estou sempre a referir a alegria moçambicana e dos moçambicanos, estou sempre a dizer que são afáveis e isto é algo que se sente e intui mas não muito palpável. Pois hoje tenho um exemplo bem interessante desse espírito. Dois.
Eram oito e meia da manhã e eu atravessava a avenida 24 de julho com a Paula, de carro. Parei num semáforo e ao meu lado parou um carro ligeiro com dois homens lá dentro. O condutor, um pouco mais velho que o outro, estendeu-me o polegar em sinal de ok. Eu abri a janela e comecei o seguinte diálogo:
Já antes de sair de casa, por volta das oito, tinha tido um contacto estranho com a felicidade moçambicana. Quando a empregada, que se chama A, chegou, eu estava de volta da máquina de lavar roupa a tentar colocá-la no sítio. Ela chegou, olhou e começou-se a rir.
Eu a Paula olhámos um para o outro e começámos a rir também até que eu lhe disse, Se não estivesses feliz, devias ser a única moçambicana nesse estado. Ela riu-se ainda mais.
Este estado de alegria, felicidade e conformação constante não nasce de nada externo ao comportamento dos moçambicanos porque lhes é intrínseco. É uma marca cultural, um traço do seu código genético coletivo… Sejam quais forem as dificuldades e as agruras, eles sabem encontrar a luz, sabem ver o caminho da boa disposição e percorrem-no com alegria!
