Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Via Crucis – Sétima Estação

VII- Sétima Estação

Jesus cai pela Segunda vez

Senti o chão fugir
E caí pela segunda vez
Sabendo que voltaria a cair.

Não interessa a correção,
Nem a melhoria.
Não interessa a insistência,
Nasce sempre o dia
Em que cair se torna reincidência.

Cair e erguer.
Eis o cíclico percurso
Até morrer.
A única forma
De ver a luz pela queda
É aproveitar o tombo
Para aprender.

Caí, já.
E já me levanto.
Fi-lo em pouco tempo.
Não seja para vós motivo de espanto,
Antes sirva de exemplo.

jpv – Via Crucis – VII


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Sem Problemas de Escolha

Outra pequena conversa de interesse relativo que presenciei no supermercado. Trabalho longe de casa, logo, o fim-de-semana é a minha única hipótese de visitar o zoológico das compras.
Um casal jovem. Com menos de trinta. Junto à prateleira dos vinhos. A primeira fala é dela:

– Qual é que levamos?
– Este é bom.
– Olha, este aqui também.
– Olha, e porque é que não levamos este. É o que a minha mãe bebe.
– E este? Este é muito bom. O meu pai bebe este.
– Não levamos nenhum desses. Levamos este. Este é que é bom.
– Deixa-te de coisas. Levamos aquele que tem a fotografia das raparigas…
– Olha, já baralhaste tudo. Vamos levar uma de cada.
– Está bem. Assim como assim bebe-se todo!

E pronto. Sem problemas de escolha. Hoje devem estar a Guronzan e águinha com gás!


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A Tristeza que Fica


Não, amigos, não vou cair no elogio fácil.
Um homem como Gabriel Garcia Marquez já tem os elogios todos e o mérito deles.
É uma alma superior, um escritor de eleição.
Os seus livros marcaram o meu crescimento como homem e muitas das suas passagens constituem para mim exemplos de vida e escrita.
Ainda recordo as suas palavras acerca da importância do primeiro parágrafo de um livro na captação da atenção do leitor. Lembro a magia das palavras, o Ser Humano revelado,  a sensibilidade, o amor, a vida, a morte e a transcendência dela.

Hoje é um dia triste. O homem vive. O escritor já não. Pouco há a dizer. O mais relevante é que as suas obras serão Património da Humanidade para sempre. E a tristeza… a tristeza fica nos corações daqueles que se entusiasmaram, que se entusiasmam e que para sempre se entusiasmarão olhando o mundo e a Humanidade através das palavras do mestre.

Obrigado, Gabriel!
jpv