Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Quarenta e Cinco Mil

Hoje foi o dia em que superámos as quarenta e cinco mil leituras. Existimos desde maio de 2009.

Este mês será, indubitavelmente, e apesar de só ter vinte e nove dias, o mês em que superaremos o máximo de visitas alcançadas num período semelhante. Não me enganarei muito se disser que em fevereiro de 2012 estaremos acima das seis mil e quinhentas visitas.

Começa a ser um hábito e um vício agradecer-vos. Este blogue não sou eu. Somos Nós!

Obrigado.

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Ainda em fevereiro:

Um capítulo de “A DÚVIDA”
Uma ou duas histórias da série ErotiKa.
Alguma Poesia.

E muitas cenas mais…

Um abraço

jpv


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O Segredo

O Segredo

Anda o mar
Fustigando a terra,
Batendo-lhe com estrondo,
Perguntando pelos segredos que encerra.
E ela está calada,
Em segredo mareada.
E deixa-se estar.
O seu segredo,
É o bater
Do mar.

jpv


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Desfolhada

Desfolhada

Bem me quer
Uma canção.
Mal me quer
Uma distância.
Bem me quer
No coração.
Mal me quer
Na errância.
Bem me quer
No palpitar.
Mal me quer
Na ausência.
Bem me quer
De tanto amar.
Mal me quer
Esta insuficiência.
Bem quer
Todo o dia.
Mal me quer
A noite inteira.
Bem me quer
Por magia.
Mal me quer
A sensação rotineira.

E vive em cada pétala
A energia e a paixão
Que alimenta o sonho de amar
Dentro deste coração.
E nasce
Na minha louca desfolhada,
A insanidade, o prazer e a morte,
De uma vida entregue à sorte,
De uma paixão conquistada,
De uma paixão abandonada!

Bem me quer!
Mal me quer!

jpv


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Samba

Samba

Falem e teorizem os políticos e os politólogos,
Os democratas e os anarquistas,
Os comunistas e os estado-novistas.
Discorram os que sabem
E os ignorantes também,
Em nome de Jesus e de sua Mãe.
Digam que é natural.
Reclamem que é crime.
Invoque-se Marx,
Trotsky e Estaline.

O caso que importa analisar,
É que existe no balanço do sambar
Uma doçura e um ritmo nunca visto.
Calem-se, Senhores,
Liberdade de Expressão é isto!

jpv


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Publicidade Gratuita

Pois, é verdade, a miúda gira da foto é a minha mana. Sim, a mesma dos Mails para a minha Irmã!

Eu bem sei que parece impossível uma morena toda gira ser irmã de um branquelas mal amanhado como eu. Mas a vida é assim… tem as suas injustiças. Além do mais, a Mana tem jeitinho com as mãos, que é como quem diz, tudo em que toca fica giro… Sai à mãe e atira ao pai. Para mim é que não sobrou nada.

Agora vamos ao que interessa. Eu não lhe disse que ia fazer isto (Mana, não te zangues), mas apeteceu-me fazer-lhe um bocadinho de publicidade gratuita. A verdade é que ela tem umas mãozinhas de oiro e merece que lhe façam uma visita ao Facebook dela, nomeadamente, ao álbum “Hobbies”.

Depois, façam encomendas e comprem… e insistam para pagar senão ela ainda acaba a fazer as coisas e a oferecer tudo…


Caixa de Lápis

Caixa
 Caixa
Quadro
 Porta-Moedas
 Pulseira
Pulseiras
Bolsa


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Aprender, sempre!

Parabéns, João Sabino!

É fantástica a vontade de aprender. A perseverança. A capacidade de ir mais além. São aspetos que não têm idade. Aprender não tem idade.

Sinto, como português cada vez mais mergulhado no cinzentismo da crise, que há, na notícia da sua conclusão do processo de RVCC aos 91 anos, uma luz intensa, um brilho e uma cor de esperança. Sinto que, em Portugal, ainda há pessoas extraordinárias e processos meritórios.

E, claro, àqueles que sempre criticam perguntando “Quanto é que isto custou ao nosso país?”, eu respondo de duas maneiras. Em primeiro lugar, a Educação e a Formação são sempre uma aposta ganha, são um sinal inequívoco da evolução de uma sociedade em termos culturais e estruturais. Em segundo lugar, digo que, custe o que tenha custado, o senhor João “Sabino” já, de certo, pagou a sua parte com décadas de descontos.

Excelente notícia! Excelente motivo de orgulho! Renovadas felicitações, senhor João “Sabino”.



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Mar Revolto

Mar Revolto

Andam ondinhas
Revolvendo meu coração,
São esperanças minhas
No poder da emoção.

E consigo senti-lo, por vezes,
Bravio, Selvagem e solto,
Arranca-me à alma o choro
Com a força de um mar revolto.

E fica, traçada, nesta contemplação,
A linha e a jogada,
A teimosia
E a razão.
O que quero
E controlo.
O que desejo
E me escapa.
O sentido
E o desnorte.
O Azar
E a sorte.
E ficam as pessoas,
As coisas más
E as boas.
A esperança
E o desespero.
O descuido
E o esmero.
E fico eu,
Sozinho, despido e nu,
Sem terra nem céu,
Sempre que me faltas tu!

jpv


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A DÚVIDA – CAPÍTULO IX

Caros leitores,

Dulce Morais acabou de publicar o Capítulo IX de “A Dúvida” no Crazy 40 Blog.

Cabe-nos agora continuar a história, o que faremos em breve.


Boas leituras!


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A Estação Inverno-Primavera

Por aqui, por bandas da Quinta de Sant’Iago, vive-se uma estranha estação a que chamo Inverno-Primavera. E não tem nada a ver com a falta de chuva. Todos os anos, mesmo quando chove muito, esta estação acontece. É verdade que a falta de chuva se está a tornar preocupante, mas a Natureza segue o seu curso. Os homens aprenderam a olhar o Sol e a medir-lhe e a contar-lhe as voltas. E é por isso que vieram a ter a arrogância de marcar datas para as estações. Agora termina o Inverno. Agora começa a Primavera. Pois, na Quinta de Sant’Iago, depois do Inverno e antes da Primavera há a estação Inverno-Primavera. Ainda aquele não terminou e já esta se nota no despontar esplendoroso da vida.

A folhagem dos limoeiros está amarelecida e o próprio fruto deixou de ter aquela cor clarinha e vigorosa e está agora pintado de um amarelo forte e carregado. As amendoeiras florescem como noivas saindo da igreja. Há-as, até, que, para além da flor, já mostram a folha verdejante. E a cabrinha, filha da mítica Gulosa, já pariu seu rebento. Fartou-se de estar prenhe. Não tem a experiência da mãe que aturou muito partos, mas tem o mesmo cuidado e o mesmo carinho. Para primeira vez, portou-se muito bem. E tem uma paciência notável. O pequenote, negro como o carvão, espinoteia como se quisesse saltar o Universo inteiro e caminha célere dando saltos com as quatro patas. É enérgico até quando mama. Como não gosta de esperar que o leite escorra lentamente das tetas, marra com força no úbere da mãe.

Sim. Ainda cá está o Inverno. As suas geadas e o lume crepitando na lareira. Sim. Já cá está a Primavera florindo amendoeiras e parindo cabritinhos irrequietos! É essa fantástica estação: Inverno-Primavera.

Amendoeiras em flor, com folha.
Amendoeiras em flor, sem folha.
 Limões de fim de Inverno
 Duas semanas de vida e já tanta energia. 
Assim, no colo, só uns segundinhos.


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A DÚVIDA – CAPÍTULO VIII

A DÚVIDA
CAPÍTULO VIII

Nunca pensei chegar a isto. Eu não duvido só do que ela me diz. Eu duvido dos meus próprios sentimentos. Dos meus próprios pensamentos. Por exemplo, esta coisa dela digitalizar o diário e me mandar como uma espécie de prova da verdade dos seus sentimentos, normalmente eu acreditaria nisto, mas não consigo deixar de pensar até que ponto aquilo é mesmo honesto e até que ponto é uma manobra para reconquistar a minha confiança e reconstruir a confiança do casal. Até que ponto aquelas palavras refletem a minha Bela e até que ponto são uma estratégia da Bela que me vasculha o telemóvel e a carteira para recuperar o clima de confiança.

Acusa-me de estar sempre a trabalhar e não ter tempo e não lhe dar atenção… mas como é que aquela alma acha que nós sustentamos o estilo de vida que temos? Casa, carros, roupas, almoços, jantares… nós temos padrões de vida muito acima da média. É quase um crime pensar isto, mas a verdade é que nem temos sentido muito a crise.

Pareceu-me honesta quanto ao Sebastião, aquele paspalho. Que raio de gajo a minha cunhada foi desencantar. Merecia bem melhor. Espero que seja verdade o que ela escreveu, mas, mais uma vez, pode só ser uma forma de me trazer descansado. Não sei que pense. Esta mulher está a dar comigo em doido. Preciso esclarecer e sistematizar as minhas ideias para saber o que fazer. Ora, deixa cá ver…

Trabalho: Acha que eu trabalho demasiado. Vive um profundo ressentimento pelos sacrifícios que fez. Ou seja, trabalho igual a ressentimento.

Filhos: Parece ser a grande questão da Bela. Eu pensei sempre que tinha sido uma decisão assumida pelos dois, mas agora percebo que não. Arrependimento é o que ela sente. Profundo! Ou seja, filhos igual a ressentimento.

Sexo: Um desencontro total. Eu quero, ela não. Ela diz que sim, eu acho que não. O sexo não é mau, pelo contrário. Mas quase nunca é! Estamos desencontrados. Ou seja, sexo igual a desencontro.

A nossa relação: Acho que ela se referiu a nós como se sentindo num atoleiro. Por mais que me ame, e é preciso ter em consideração esse amor, a Bela sente uma profunda e indisfarçável mágoa em relação a mim. E, se quiser ser honesto com os meus botões, eu também sinto essa mágoa em relação a ela. Ou seja, a nossa relação é igual a mágoa.

E tem estado entre nós a dúvida. E acho que esta dúvida nasce nestes aspetos todos. Repara, Mário, se a tua mulher sente por ti ressentimento, arrependimento, mágoa e… qual era a outra? Ah, já sei, desencontro sexual, em que é que tudo isto dá? Dá num clima de dúvida em que cada pequeno gesto ou pormenor pode ser mal interpretado. E depois, andamos desnecessariamente à defesa. Estou-me a lembrar dos recibos do hotel. Andei eu preocupado e afanosamente a gastar energias a esconder uns recibos de hotel que eram do aluguer de uma sala de reuniões. Desnecessário. E porquê? Por causa desta puta desta dúvida. O pior é que não sei se é só dúvida ou se tem fundamento.

Acho que nenhuma relação resiste a este clima. Eu sou um tipo pragmático e não convivo com estas situações. Vou mesmo conversar com ela. Tentarei ser meigo e delicado, mas não há dúvida que não acredito neste casamento, sobretudo, no ponto a que isto chegou. Amanhã, peço-lhe o divórcio. Tem de ser. É melhor uma má situação, mas definida do que o prolongamento da indefinição.

Só preciso esclarecer uma coisinha de mim para comigo. É que eu acho que ainda amo esta mulher… ou não? Não sei… preciso de um banho. Frio, de preferência!

jpv