Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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"Com Amor," – Documento 87

Ainda te li!

Até segunda! 🙂

Tânia


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"Com Amor," – Documento 86

Olá Tânia,

Ainda bem, também. A tudo! Não podia estar + de acordo ctgo. Claro que houve ali uma atracção, mas acho que foi mais prudente assim.

Respondendo ao teu PS: acho que poderia ter acontecido. Nós somos muito compatíveis. Também acho que nunca aconteceu porque tu andaste tão envolvida e absorvida pela tua vida e pelos teus problemas quanto eu pelos meus.

Talvez agora que encontrámos um problema comum e isso nos levou a partilhar ideias e descobrimos algumas sintonias, talvez agora houvesse essa oportunidade. Mas agora, Tânia, a vida de ambos já está muito complicada.

Beijocas e… até segunda.

Rui


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"Com Amor," – Documento 85

Olá Rui,

A expressão que coloquei no título resume bem o que sinto em relação a ontem: Ainda Bem.

Ainda bem que fomos jantar. Foi fantástico ver as pessoas que conhecemos em ambiente de trabalho numa onda descomplexada. Ainda bem porque todos conversámos e descomprimimos. Eu, pelo menos, descomprimi à brava. Ainda bem porque nos divertimos muito e a noite terminou com todos a sentirem-se bem e relaxados. E, ainda bem, Rui, que nos contivemos no regresso, eu e tu. Houve um momento em que paraste o carro para terminarmos a conversa que tínhamos começado nos nossos mails sobre estes conflitos que andamos vivendo entre materialidade e espiritualidade, e pensei que algo poderia acontecer. Não é que não goste de ti, mas acho que já temos problemas suficientes, os dois.

Eu percebi que se criou ali um clima, uma sintonia, houve ali um momento em que quase cedemos à tentação da promessa de um beijo. Ainda bem que não cedemos. Quanto ao resto, ainda bem tudo. Noite maravilha, companhia maravilha.

Beijito
Tânia

PS: Pergunta parva: Rui, porque é que nestes anos todos nunca namorámos, tivemos um romance, whatever?…


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"Com Amor," – Documento 84

Querida Verónica,

Quando te conheci fiquei a gostar mais do mundo por tu estares nele, mas eu já era o homem que sou hoje e já tinha os meus filhos. Para mim, nada que diga respeito aos meus filhos é “paralelo”, como tu lhe chamaste, porque eles são o centro da minha vida, a minha razão de viver.

Achei interessante que em relação ao nosso problema com a minha filha tenhas referido “a forma como ela encarou o nosso relacionamento” e no que diz respeito ao nosso problema com o teu filho te tenhas referido a ele como “a forma como lidaste com o meu mais velho”. Tu não podes estar sempre fora dos problemas, nem os teus filhos, por mais que os ames. Eu posso conversar com a minha filha, mas tenho de respeitar a sua maneira de ver a situação. Ela é uma mulher, Verónica, também já tem filhos, não pode ser tratada como uma gaiata que está com ciúmes da namorada do pai. Já o “teu mais velho” está a ser um bocadinho infantil, certo?

Sim, doce Verónica, temos de harmonizar, mas isso não pode significar adoptar sempre a tua perspectiva só porque é… a tua!

Com Saudade,
Eduardo Luís


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"Com Amor," – Documento 83

Meu Amor Querido, Meu Doce Eduardo, Meu Porto Seguro,

Achei quase um milagre ter-te encontrado e achei, isso sim, um perfeito milagre que nos entendêssemos tão bem. Uma tão preciosa harmonia parecia-me frágil, no início, mas depois fortaleceu-se e à medida que o tempo foi passando, eu fui acreditando cada vez mais nesse nosso cantinho de estar bem a que carinhosamente chamas de arrolhar de pombos.

Por vezes temia pela durabilidade deste nosso entendimento e tentava imaginar por onde poderia nascer um conflito. Fazia isto para nos defender, para poder antecipá-lo e evitá-lo.

Tenho conseguido. Temos conseguido. Mas fui surpreendida. Fomos surpreendidos.

Estes dias em que estivemos um pouco mais ausentes um do outro, criaram um certo distanciamento que me permitiu ver com mais clareza. E fiquei tranquila. Já reparaste que as razões do nosso desentendimento não nascem em nós, não provêm dos nossos actos directos? O motivo mais recente tem a ver com a forma como lidaste com o meu mais velho e esse problema, sejamos honestos, está relacionado com a forma como a tua filha encarou o nosso relacionamento desde o início. Com certo cepticismo e até alguma desaprovação. Acho que precisamos de dar-lhes espaço e tempo e acho que precisamos de ser serenos e crescidos e encarar com naturalidade as atitudes dos nossos filhos.

Resolvi escrever-te porque te quero muito e não gostaria que um problema paralelo tivesse o poder de inquinar a nossa relação.

Tua.
Sempre tua.

Verónica