Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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O Clã do Comboio – 1º Almoço do Clã do Comboio: O Evento.

1º Almoço do Clã do Comboio: O Evento.

Fantástico! Fabuloso! Como disse o Escritor no seu breve e interrompido discurso: o ser humano no seu melhor!

O dia amanheceu fresco, mas brilhante de luz. E o azul do Tejo largo e tranquilo ganhou uma outra dimensão. A dimensão da capacidade dos homens se mobilizarem em nome da união e da solidariedade. Fomos chegando aos poucos, cumprimentos e abraços e apresentações dos cônjuges e amigos que, não sendo viajantes diários do interregional das 7:18, quiseram vir conhecer o Clã do Comboio. Alguns elementos do Clã que haviam dito não poder estar no almoço, surpreenderam-nos com a sua presença e, em vez de 16, fomos 18 à mesa mais três crianças. A sombra dos choupos entrecortada por breves raios de sol criou um ambiente ameno e idílico para o almoço. E, registe-se, o 1º Almoço do Clã do Comboio foi ao ar livre, na Praia Fluvial do Alamal, em Belver. Fomo-nos sentando, entre sorrisos, graçolas e invocações de episódios de viagem, agora vistos à distância, com o Tejo por testemunha. Passou um comboio ao longe e fizemos uma festa. Levantámos os braços e dissemos aahhhh! A criança em nós também tinha vindo. Ainda bem que conseguimos manter essa sanidade da mente.

Apresentámos o Iago ao Iago e foi um momento único, o Iago de 21 anos empurrando o carrinho do Iago de 5 meses e meio. O Senhor da Mala Térmica apareceu para nossa agradável surpresa e trouxe com ele… o quê… a Mala Térmica! E dentro dela um delicioso bolo e duas garrafas de champanhe. Mais abraços e risos se trocaram. As roupas eram menos formais, mas isso não interessa muito. Já todos nos conhecemos bem. A Mamã das Duas Crianças em vez de uma, trouxe mesmo as duas crianças e uma delas, o António, tentou comer a areia toda da praia. A Rapariga do Riso Fácil trouxe o mano e a afilhada do VM e o seu momento alto foi quando agarrou na bandeja de servir e andou distribuindo cafés por toda a gente. Venha a crise que a Rapariga do Riso Fácil está sempre safa! O Rapaz do Fato Cinzento fez-nos uma surpresa memorável: trouxe um bolo com o nosso comboio desenhado. Hoje substituí a habitual imagem do comboio que coloco nestas histórias por uma foto do bolo que ele trouxe. Era preciso eternizar o gesto dele. O RB apresentou-nos o seu pequeno mundo de afetos: o Iago e a mulher dele que se integrou muito bem. O VM apresentou a sua paixão de uma vida. É indisfarçável a ternura que nutrem um pelo outro. E esse, é o único ouro da vida! É simpática e pequenina, a mulher do VM. Tão pequenina que da próxima vez ele vai trazê-la num daqueles marsupiais de transportar os bebés! A PL, além do marido, trouxe amigos que nos quiseram conhecer e todos perceberam que era fácil conviver com o Clã: basta sorrir ao milagre da vida! A PL trazia um sorriso iluminado e o entusiasmo na voz. A Senhora da Revista de Culinária trouxe… o que é que ela trouxe? A maior máquina fotográfica do almoço. E acho que nos apanhou em poses comprometedoras. Vou vigiar o Facebook dela nos próximos dias!
Depois das entradas, comemos Lúcio-Perca (grelhado) e Sável (frito) pescados no Tejo. Acompanharam muito bem com açorda de ovas e salada de alface e tomate. Bebeu-se tinto e branco e brindou-se ao tempo passado e ao que está para vir, brindou-se aos que estavam e aos que não puderam vir. Relembrámos os nossos amigos de viagem. Atacámos os bolos e fizemos uma foto de grupo que pedi para publicar. Houve um artista que não autorizou, mas eu desrespeitei-o… hahaha…
Se eu quisesse escolher uma palavra para condensar nela o espírito que atravessou todo o almoço, eu diria sintonia. Foi uma refeição muito agradável, sempre atravessada pelo humor, pelas histórias partilhadas, por olhares brilhantes, por sorrisos abertos, gargalhadas cristalinas. Houve um claro clima de tranquilidade e leveza que transportou o 1º Almoço do Clã do Comboio para a esfera do ser humano no seu melhor. Isto, em si, é já valioso, mas num tempo em que tantas vezes se vê o ser humano no seu pior, adquire uma dimensão maior.
E veio a altura do passeio a pé. O Clã do Comboio e amigos percorreu um passadiço de madeira construído ao longo do rio. Tem cerca de 3km de comprido. Ou seja, andámos 6km para ir e vir. O VM trouxe o António às cavalitas. O António entreteve-se a “penteá-lo”. O Rapaz do Fato Cinzento mostrou-se exímio com carros de bebés e levou e trouxe a pequena Inês. Com a ajuda do Escritor, claro. Estiveram quase a assumir a sua relação gay, mas contiveram-se. As conversas multiplicaram-se. O olhar da Rapariga do Riso Fácil espelhava o brilho do rio e o Senhor da Mala Térmica caminhava e pescava ao mesmo tempo. E a Senhora da Revista de Culinária… tirava fotos… ai, ai…
Por fim, mitigámos a sede com água fresca. Abrimos os braços e a voz e despedimo-nos com alegria usando uma expressão não combinada, mas que todos apadrinhámos: até segunda-feira!
É preciso agradecer à Rapariga do Riso Fácil a organização da parte do evento que disse respeito ao almoço. E é preciso agradecer cada gesto, cada frase, cada abraço, a todos os presentes.
Termino com uma frase que disse o Rapaz do fato Cinzento a meio do almoço: Conheci-vos há dois meses, que vivam muitos anos felizes!
Até segunda!
“O Espírito do Clã do Comboio”


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A Antologia do Piropo

O piropo é como todas as coisas: desrespeitoso e boçal, não tem piada nenhuma. Com imaginação e inofensivo, pode arrancar-nos um sorriso. Como todos sabemos, o inventor do piropo é o Técnico de Construção Civil, mais vulgarmente conhecido por trolha. Ora, eu tenho um amigo que defende que não podemos ignorar a existência do piropo por duas razões simples: a primeira é que habita em cada homem um trolha atravessando um andaime sem proteção com dois baldes de massa nas mãos e um cigarro meio fumado preso entre os dentes amarelos a sobressair da vermelhidão do rosto e do pescoço; a segunda é que habita em cada mulher uma jovem esbelta e curvilínea, de saia curta e salto alto que deixa escapar um meio-sorriso vitorioso quando é alvejada por um piropo criativo.

Eu acho que o meu amigo tem razão. Ainda que os exemplos dele sejam satíricos, no fundo, no fundo, as mulheres gostam de ver reconhecido o seu esforço para se parecerem melhor que as outras mulheres e os homens não se importam nada de fazer de juiz em semelhante concurso.

O problema do piropo é que anda por aí muito piropo criativo e interessante misturado com frases sem elegância nenhuma, nem piada alguma. É por isso que criámos este espaço: A Antologia do Piropo. A ideia é recolher os mais interessantes, inofensivos e engraçados dardos da linguagem trolheira atirados à femina graça enquanto passa.

Aceitam-se, pois, contribuições por e-mail para mailsparaaminhairma@gmail.com.

E, como não podia deixar de ser, abrimos as hostilidades com a primeira pérola dessa tão depreciada quanto interessante cultura: a cultura do piropo do trolha. Cá vai:

“Ó jóia, anda cá ao ourives!”


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O Clã do Comboio – Saudação!

Saudação!
Bom-Dia Humanos!
Nasceu o dia em que vai realizar-se o 1º Almoço do Clã do Comboio! Será, sem dúvida, um dia glorioso de partilhas e gargalhadas e cumplicidades. E aqui se fará pormenorizado relato do evento.
Menos de um ano depois dos primeiros contatos informais, das primeiras palavras trocadas, das primeiras conversas, o Clã do Comboio reúne-se em animado repasto para partilhar a sua humanidade e a sua alegria de viver. Sim, há problemas. Sim, afetam-nos a todos. Não, não nos resignaremos nem nos deixaremos abater. A nossa humanidade, a capacidade de partilha e a vontade de dar vivas à vida são maiores do que os problemas.
Seremos 16 à mesa mais duas criancinhas: a pequena Inês e o pequeno Iago. E talvez venha acontecer que, pela primeira vez na História de Portugal, haja um almoço com DOIS IAGOS à mesa. Não há como ignorar o poder resiliente deste Clã.
Uma saudação a todos os leitores e, em particular, a todos os trabalhadores que quotidianamente usam o comboio para chegar ao trabalho.
jpv


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Com Amor, – Documento 51

Errado, Rui, errado.

Nada nasce do acaso. Em última análise, foi mesmo e só um engano, mas e se não fosse? Que razões estariam por trás de um lapso desse tipo? Sendo a mensagem privada e importante, seria de presumir que tivesse todo o cuidado no envio, a menos que possa inferir-se que, na sua cabeça, ou no seu coração, ou num recôndito qualquer das suas intenções, quereria, gostaria, de enviar-me uma mensagem com aquele teor.

Ok. Fui demasiado longe! Peço desculpa. Só escrevi para dizer que já apaguei o e-mail e que já nem me lembro dele.

Volte tranquilo à sua vida.
Ai, ai, os homens…

Laura.


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Com Amor, – Documento 50

Laura,

Retomo, sem querer voltar a ele, o assunto do meu engano porque me esqueci de comentar uma frase sua que me pareceu deveras intrigante: “Não sei porque se enganou…”

Um engano é um engano. Não há outra razão para que exista. Certo?

Rui.


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Com Amor, – Documento 49

Verónica,

A tua vida já corre desenfreada e está tomando conta de ti, da tua existência. Isso quer dizer que estás no caminho certo.

Voa, minha amiga, voa…

Desejo-te tudo de bom. Todas as realizações.

Rui


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Com Amor, – Documento 48

Meu homem Rui,
Agora sim, apaixonada.
Tranquila e serenamente apaixonada.

A vida é tão bela com serenidade, Rui. Sem sobressaltos. O Eduardo passeou comigo de mão dada pelas Ramblas, visitámos o Parque Guel, a Sagrada Família, comemos paella numa ruela estreita nos arredores da Catedral de Barcelona. À noite fomos assistir a um espectáculo musical e o amor… Rui… o amor… as pessoas encontram outras formas e outros caminhos e outros ritmos para as carícias e são sempre formas íntimas de entrega.

Ele quer conhecer os meus filhos, Rui. Parece um jovem entusiasmado com a perspectiva de uma nova família. Quis partilhar contigo porque… porque tu és tu!

Com carinho,
Verónica.


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A tua Alma. O meu Amor.

Ainda não tinha visto em ti o rasgo. Este rasgo. Conheço-te outras formas de excelência. Esta, mesmo diante dos olhos, passara-me sempre despercebida. Acontece que as obras de arte são o espelho dos seus autores. São fragmentos, estilhaços de sangue, de dor, de parto desconhecido, de dedicação, de amor vencido, de ternura, de perdição, de loucura, de lágrimas pelo chão, de risos inflamados, de momentos capturados. Talvez porque o tempo me deixou conhecer-te melhor a alma e os caminhos sinuosos que há nela, como em todas, hoje olhei para a tua obra e vi-te a ti. Não terá sido uma epifania. Antes uma revelação atrasada que espero não seja fora de tempo. Se soubesses como quero que a vida te sorria… se soubesses, como eu sei, que tens de participar nesse sorriso… se pudesse ensinar-te tudo o que adiei, todas as coisas que não semeei em nós, fá-lo-ia. Não há medida para o amor. Ainda bem. Se houvesse, não mediria tudo o que te amo e quero. Se precisares, pede-me a vida. Não a concebo sem ti. E se houver Deus, e se esse Deus que houver souber dos homens o que deles há para saber, levar-me-á primeiro. Isso é o que te amo. O valor da vida toda.


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A Simpatia no "Cais de Belém"

O dia 11 de setembro, cá em casa, é dia de diversos aniversários. O mais importante, sem dúvida, é o do filhote. Chamo-lhe filhote com aquela ternura dos pais babados e orgulhosos na sua prole, mas o tal filhote já fez 21…
Para assinalar a data, fomos dar um passeio pelos jardins de Belém e acabámos a almoçar no restaurante “Cais de Belém”, em pleno jardim. No final eu disse ao senhor:
– Por favor, se puder ser, acrescente o valor da chávena de café porque eu sou colecionador e gostaria de levá-la.
Era uma chávena da Segafredo, com um design interessante. Quando o senhor regressou, informou simpaticamente:
– Não vou colocar nada na conta. Aqui tem a chávena que pediu e uma vez que é colecionador ofereço-lhe também esta que tem o nosso símbolo.
E pronto, como a simpatia, às vezes, já vai escasseando, resolvi deixar nota da forma simpática como foi tratado o colecionador que há em mim… Já agora, têm chávenas giras?


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O Coração Está na Moda

Há momentos em que os criativos são impelidos pelas mesmas forças e pelas mesmas ideias. Tirei esta foto na estação do Metro de Stª Apolónia. Pelos vistos o coração está na moda e continua a inspirar a arte da publicidade. Quer a Vodafone, quer o Centrum, por razões diferentes, resolveram apelar ao coração dos portugueses. Ao coração… e à carteira!
[foto de péssima qualidade, tirada com o telemóvel e o Metro em movimento… pois.]