Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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CallCenter Chronicles

As palavras podem confundir. As siglas baralham muito! Nesta onda das situações caricatas em CallCenter, cá fica mais uma.
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– Então e o que pretende?
– Era só para dar o número do PIB para descontar no banco.


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"Com Amor," – Documento 47

Caro Colega,

Não sei como lhe diga isto. Pensei mesmo se deveria dizer-lho. Decidi fazê-lo e da forma mais simples e directa possível. O mail que escreveu e segue abaixo não me era dirigido. Enganou-se, por certo.

Não sei porque se enganou mas isso não interessa nada. Não vou fingir que não li. O mail vinha endereçado a mim. Quando me apercebi do engano, o primeiro impulso foi ignorar que o tinha recebido, mas depois assaltou-me a ideia de não saber de o Rui ia reparar e, consequentemente, se a verdadeira destinatária receberia alguma vez a mensagem.

Por isso resolvi devolver-lha com esta nota. Faça de conta que nunca a li.

Laura Duarte.

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From: ruidaniel.sousa82@gmail.com
To: lauraduarte1960@gmail.com

Querida Verónica,

Como foi esse fim-de-semana? Conta-me, conta-me, conta-me…

Sou um homem de paradoxos. Queria que esse fim-de-semana fosse comigo e, ao mesmo tempo, queria que fosse tão maravilhoso quanto desejaste com esse teu tranquilo e sereno companheiro.

Como te amo, Verónica! Tanto que sou capaz de abdicar de ti pela tua felicidade. Há algo de perverso nisto, eu sei.. mas… é assim.

Com Amor,
Rui


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"Com Amor," – Documento 46

Querida Verónica,

Como foi esse fim-de-semana? Conta-me, conta-me, conta-me…

Sou um homem de paradoxos. Queria que esse fim-de-semana fosse comigo e, ao mesmo tempo, queria que fosse tão maravilhoso quanto desejaste com esse teu tranquilo e sereno companheiro.

Como te amo, Verónica! Tanto que sou capaz de abdicar de ti pela tua felicidade. Há algo de perverso nisto, eu sei.. mas… é assim.

Com Amor,
Rui


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"Com Amor," – Documento 45

Querida Verónica,

Como havia dito, partiremos sexta de manhã. Incluirei na viagem uma reunião de trabalho que tenho em Mérida. Depois descemos à Andaluzia e fazemos todo caminho pela costa. É demorado, mas maravilhoso. Vamos de carro, portanto.

Ficaremos num hotel. Escolhi para nós um dos hotéis mais bonitos e acolhedores de Barcelona. Traga só roupa de vestir e os seus produtos de higiene… chamam-se assim? As senhoras percebem disso melhor do que os outros.

Apesar da sua imaginação fértil e literária ser entusiasmante, infelizmente não tenho nenhuma tia que me deixe uma pequena e acolhedoracottagenos arredores de Barcelona.

Será romântico. Será como quisermos. Será perfeito.

Até sexta, minha querida.

Seu Eduardo.


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"Com Amor," – Documento 44

Querido Eduardo,

Uma mulher da minha idade vai a Barcelona com um homem da sua idade. E não espera nada menos do que dois dias inolvidáveis, plenos de harmonia e romance. E não pense o Eduardo que foi fácil. Houve que desmarcar reuniões, “despistar” serviço, encaminhar filhos… mesmo crescidos continuam a necessitar da atenção da mãe, enfim, toda uma arquitectura logística que fiz por… por amor! Não aquele amor jactante da juventude, mas o amor dedicado e sereno desta segunda juventude.

Preciso dos pormenores, Eduardo. Onde nos encontramos, a que horas, o que será prudente levar tendo em conta o tipo de alojamento que planeou. Uma mulher precisa saber essas coisas. Sei lá, é diferente preparar-me para um hotel do que será preparar-me para ficar em casa de uma tia materna velhota que nos acolhe na sua casa de Barcelona.

Aguardo notícias.
Com ternura,

Verónica.


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"Com Amor," – Documento 43

Olá Verónica,
Olá minha querida, meu amor…

Que queres que te diga que não te tenha já dito?
Vai! Vai viver a vida!
Não é enamorada que estás, é entusiasmada com o genuíno interesse de um homem por ti, um homem que, ao contrário de mim, pode dar-te tudo o que desejas. Não é enamorada, é excitada com essa perspectiva de vida e é apaixonada pela figura e pela atitude dele. É tudo tão bom, tão fantástico, que não percebo a tua hesitação. Psicopata? Tu estás louca? Andas a ver muitos filmes!

E não me agradeças, Verónica, que me dói. Dói porque sempre me deste sem limites. Dói porque gosto de ver-te partir, mas também te quero para mim… Dói…

Desmarca tudo! Não sejas louca. Não vivas a vida pelos mínimos. Vai e vive, Verónica!

Com Amor,
Rui