Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Perguntas de Algibeira

Porque é que passamos anos a cruzarmo-nos, quase todos os dias, com um determinado objecto de que não precisamos e quando precisamos NUNCA sabemos onde está?


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Uma Noite Nicola

“Hoje, Calhou-me este!”


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Perguntas de Algibeira

[Inicia-se hoje aqui a secção “Perguntas de Algibeira”. São grãos de areia no cérebro das gentes. Por vezes serão perguntas sem sentido, desconexas, outras vezes serão só parvas, o certo é que andam bailando na mente das gentes. Se quiserem, podem responder. Se o não fizerem, não faz mal nenhum. Elas continuaram a vadiar por aí…]
Porque é que aquele tipo que veste todo de preto, calça botas pretas enormes, tem os cabelos compridos a dar pelo fundo das costas e um cigarro pequenino entre os dedos amarelecidos é SEMPRE alto e magrinho?


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Palavras

Hoje vi uma mulher forte e combativa e trabalhadora e habituada a grandes tensões ficar vulnerável com o poder de uma frase. E pensei: “As palavras são tramadas! Piores que as outras armas!”


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After Sex

Sim?

Sim!
E tu…
Também!
Para a próxima podemos…
Não penses nisso.
Então?
Em equipa que ganha não se mexe!


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Uma Noite Nicola

“Hoje, calhou-me este!”


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Não Chorei


Não chorei
Mas ficou uma lágrima presa
Na garganta apertada
Não falei
Mas tinha tanto para dizer
Achei que, naquele momento,
Uma palavra a mais ou a menos
De nada adiantaria
Vi-te partir sem dizer adeus
E, enquanto a tua sombra esvaecia no horizonte
A minha alma gritava : “não vás”
Mas… tu foste
Dos meus lábios apenas o murmúrio: “ Sê feliz”
Mas… tu não foste
E as palavras ficaram caladas
Engolidas, sufocadas
Pelo “se” que não aconteceu
Só a lágrima…
Apenas a lágrima…
se desprendeu.

Rosinha


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A Chuva

A chuva, o sol e o vento
Escultores do tempo
Ao serviço dos séculos
Com jeito e talento
Transformam a pedra
Em formas perpétuas

O sol ilumina
Queima e define
Um molde perfeito
O vento soprando
Polindo e afagando
Vai moldando a seu jeito
A chuva que deixa
Aqui e ali
Uma gota
Um orvalho
Numa estreita corrente
Lancinante, pungente
Dá vida ao calcário

E basta um momento
Um olhar mais atento
Soltar as amarras
Para ver a beleza
Que a Mãe Natureza
Deu às formas bizarras

Não existem acasos
Nem formas sem nexo
Mas olhos que vêem
E vislumbram perplexos
Frutos perfeitos
Da imaginação dos séculos

Rosinha


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O Clã do Comboio – Palavras Cruzadas

Palavras Cruzadas
Regional das 18:48.

Entrou. Era alto e magro. Camisa branca com uma risquinha bordeaux. Gravata na mesma cor avinhada. Um fato de fazenda grossa. Sapatos pretos sem atacadores. Trazia uma mala preta na mão. O conteúdo devia ser parco porque a pasta estava vazia, ou quase, pois não fazia volume.
Sentou-se. tirou um jornal da pasta. Colocou-a deitada sobre os joelhos e o jornal em cima dela aberto na página dos passatempos. Tirou uma caneta do bolso interior do casaco e começou a fazer as palavras cruzadas.
O motivo deste texto foi o que se passou a seguir.
Adormeceu. E ficou na posição de escrita. A cabeça ligeiramente tombada para a frente, a caneta na mão nunca se inclinou, ficou sempre direita em cima da quadrícula das palavras cruzadas. A outra mão segurava o jornal e levantava-lhe uma ponta para poder ver melhor. Assim ficou segurando o jornal.
E ele ali e assim foi desde Santa Apolónia até à Póvoa a dormir e a fazer palavras cruzadas ou, pelo menos, na perfeita posição de quem as faz. Quem passasse e não atentasse nos olhos cerrados diria que estava escrevendo.
Quando acordou foi como se as tivesse terminado. Arrumou a caneta no casaco, o jornal na pasta, endireitou-se no banco e saiu duas paragens mais à frente.


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Uma Noite Nicola

Hoje, pela manhã, calhou-me este!