Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."

O Clã do Comboio – Lonely

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Lonely.

Sabem aquelas pessoas com que simpatizamos naturalmente mesmo sem as conhecermos? Hoje NÃO conheci uma! Não conheci, mas vi.
E, ao contrário do que normalmente acontece com os textos do Clã do Comboio, hoje não tenho mesmo nenhum motivo para escrever este texto a não ser ter-me apetecido.
Regional das 20:48. Não houve um episódio. Não houve uma curiosidade. Não houve uma conversa. Houve só uma moça com calças de ganga, uma blusa colorida em verdes e rosas, cabelos castanhos pelos ombros e um ar doce e triste, sentada sozinha num banco de madeira à espera de acabar um cigarro para entrar no comboio. E essa meiguice, que não conheço, e essa tristeza, que não conheço, e esse ar solitário, que não conheço, esvaíram-se como por magia no momento em que sorriu.
Eu estava cansado. Precisava entregar o olhar ao sono e a cabeça à música para descansar. Não foi preciso. Ela sentou-se e sorriu para qualquer coisa que tinha na mão, talvez um telemóvel, e foi como se eu estivesse contemplando a imensidão do mar nos seus olhos.
Às vezes ouvimos teorias avulsas e populares sobre pessoas que infundem tranquilidade só com a sua presença. Ela fez isso e nem soube.
Obrigado, estranha do olhar doce.
Desconhecida's avatar

Autor: mailsparaaminhairma

Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me! Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras... jpvideira https://mailsparaaminhairma.wordpress.com

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