
Morte d’Alma
Ninguém percebeu.
Ninguém viu.
Ninguém suspeitou.
Qualquer coisa se partiu.
Algo em minh’alma se quebrou.
Foi uma coisa despercebida
Que fez um estrondo só meu.
Foi um lenço branco de despedida
Na mão de uma donzela que morreu.
E o navio já lá vai,
Eu lá com ele,
Eu cá comigo.
E pergunto a meu defunto pai
Qual é da vida o maior perigo.
E responde-me com palavras doces e suaves:
“Filho, arrepende-te do que fizeres,
Não queiras arrepender-te do que não fazes.
Procura no peito o que quiseres
E segue-o com gestos ousados e audazes.”
Morreu algo em minh’alma
E, no meio da turba, sinto chegar a calma.
jpv
19/05/2012 às 13:19
Muito obrigado caro/a leitor/a! Ainda bem que consegui chegar até si. Volte sempre. jpv
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19/05/2012 às 09:46
Mas que coisa mais bela e comovente!
Não deveria escrever “coisa” para qualificar a sua poesia, mais foram as palavras que saíram da minha boca instintivamente e decidi enviá-las.
Muito obrigada pela magia!
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