–
Estamos na fortaleza de Rethimno, a terceira cidade de Creta. No túnel que lhe serve de entrada. Deve ser o único local fresco da cidade. Resolvi registar o momento porque nunca tinha presenciado o que aqui está a acontecer. Eu já ouvira o canto das cigarras outras vezes, na Grécia ouvem-se por todo o lado, mas nunca com esta intensidade e amplitude. O pátio interior da fortaleza está cheio de pinheiras, as cigarras instalam-se nelas aos milhares e cantam todas em uníssono pela hora do calor. É um som de tal forma intenso que, entre as árvores, as pessoas têm dificuldade em ouvir-se umas às outras.
–
A fortaleza tem uma vista belíssima para a cidade e para o mar. Chegámos de manhã bem cedo e andámos percorrendo as ruas. Tomámos o pequeno-almoço num bar que não é para turistas, entre velhotes que começam o dia com aguardente, vinho branco, pepino, azeitonas, tomate e, claro, queijo fetá.
–Hoje era dia de mercado de rua. Visitámo-lo e não pude deixar de notar o quão semelhante é este mercado às feiras de rua que temos semanalmente pelas localidades do Ribatejo.
–
Aqui em Creta há o costume de fazer figuras com o pão. Pão em forma de pato, gato, golfinho, caracol e, o mais trabalhado, pão em forma de coroa de flores. Comemos um “pato”. Era bom. Mas, mesmo bom, era o pão com frutos secos.
–

–

–

–

–
