Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


2 comentários

A prova provadinha

Apesar da qualidade do som não ser a melhor e apesar de “ao vivo” ser sempre muito mais interessante, aqui fica a prova provadinha do extraordinário valor da nossa querida Liliana.

Fado do Búzios, Liliana Jordão, in Escola Secundária de Alcanena.


6 comentários

Homenagem singela

Sou professor na Escola Secundária de Alcanena. Entendo, mesmo levando em linha de conta a parcialidade da análise, que é uma escola especial. Tem professores especiais. Alunos especiais. Funcionários especiais. Conseguimos na nossa escola, como em tantas outras, estou certo, manter-nos a par do que vai acontecendo no mundo, enfrentar os problemas que se nos deparam e, simultaneamente, manter a coesão e o espírito de Fazer Escola.
Um aluno nosso de um curso EFA, pessoa muito particular quis organizar uma noite de fados. Claro que apoiámos. O engraçado é que em meio de uma enorme discussão sobre mega-agrupamentos, o senhor Morgado organizou uma noite de vários megas. Mega-dedicação, mega-bom-gosto, mega-boa-gente, mega-lindíssimos fados, mega-amizade e mega-escola. Para esta extraordinária figura, a minha singela palavra de homenagem e reconhecimento. Caro amigo, tem as competências de CP todas reconhecidas. E faça lá a reflexão que não custa assim tanto.
E depois, houve uma mega-revelação. Por entre fadistas experimentados que encantam há muitos anos, emergiu uma professora contratada de informática que já tínhamos ouvido cantar rock e ligeira e sabíamos ter um grande vozeirão. O que não sabíamos é que era uma fadista de primeira água. Nem ela sabia! Houve quem dissesse “Se te pões com brincadeiras ainda acabas por ser fadista” e houve uma voz de um seu colega da canção, com muitos anos de fado, que gritou bem alto: “AH boca de incêndio!”.
Pois é Liliana, leva o fado a sério porque ontem foste a nossa estrelinha luminosa de encantar a noite. Muitos Parabéns!
Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto

À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis)

Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz

À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis)

À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte!


Deixe um comentário

De Negro Vestida – XXX

 

Despertar – IV

As pessoas, mormente as mulheres, não estão bem arranjadas e pronto. Estão bem ou mal arranjadas consoante a situação ou evento para que se arranjam. Tanto é isto verdade que aparecer um homem de fato e gravata para um trabalho pesado ou para a prática de desporto, por melhor e mais bonito que seja o fato, forçoso será concluir que ia o homem mal arranjado. O mesmo se aplica à escolha da indumentária feminina. Pois que sendo os vestidos de noite lindíssimos, quando o são, sempre ficam inapropriados se usados em eventos diurnos. Logo à partida, contrariam a sua própria designação, seu fim e propósito e indo com ele de dia, vai a mulher que o levar mal arranjada. Saber arranjar-se é, antes de mais, procurar a harmonia entre a nossa presença e o evento em que estaremos presentes. Depois, se a esta harmonia conseguirmos juntar pormenores de bom gosto, tanto melhor.

————————————————–

O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

————————————————–


3 comentários

Sentes que um tempo acabou – 2

Ontem, ao colocar aqui um post sobre a Balada do ano em que fui finalista, gerei um reencontro com a Célia Mafalda como se pode ver pelos comentários ao dito e um despertar de saudades e vontades esquecidas de reviver alguns daqueles dias e daquelas pessoas que, naturalmente, marcaram umas das fases mais interessantes da minha vida.

Depois questionei-me “E será que no Youtube se encontra algo daquela época, por exemplo, de um cortejo da Queima das Fitas desse tempo? Sim, do tempo em que os concertos não eram megalómanos. Bastava a Pitagórica, a Estudantina e uns ranchos folclóricos e o pessoal divertia-se à brava.”

E não é que esta coisa da Internet tem surpresas. Encontrei dois filmes de 1988, há 22 anos portanto. Nesse ano estava no segundo ano da faculdade e os amigos que quiserem reviver alguns dos momentos que passámos juntos, avançam até aos 8m e 15s do filme. Estão lá o Andrade, a Fernanda, a Marta, A Florbela, A Hélia, a Rosário e eu mesmo vermelho que nem três cervejas!… pelo menos.

No segundo filme que encontrei, mesmo nos últimos segundos, há um rápido mas fabuloso EFE-ERRE-Á em cima de um carro alegórico de Letras. É o carro onde ia a Célia Mafalda e todo o pessoal do 3º ano. Reconheço a Paula (que casou comigo 4 meses depois desse cortejo e até hoje continua a aturar-me!), o Ramalheira, o João Paulo Matos, a Lena, A Isilda, a Susana e eles reconhecerão outros mais.

Aqui ficam, pois, a oficiar a saudade, a juventude, a irreverência e, fundamentalmente, a memória.