Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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Este Blogue vai de Férias

Caros amigos, este blogue vai de férias!

Com a facilidade de meios que hoje existe, seria fácil fazer a manutenção durante as próximas três semanas, acontece que eu também preciso ir de férias, desligar computadores, telemóveis, conversar, dormir, passear, e ler. Ler pelo prazer puro e simples de ler.

Foi um ano intenso. Mails para a minha Irmã evoluiu e afirmou-se, para além dos mails, através da ficção. Como sabem, adoro escrever. Escrevo só porque sim, mas é muito melhor com a vossa companhia, com o vosso incentivo, conselho, crítica. Não somos muitos mas somos assíduos e estamos a crescer. Quando começámos éramos cerca de 20 por dia. Hoje, somos cerca de oitenta e muitas vezes superamos as cem leituras por dia. É motivante.

“De Negro Vestida” terá uma evolução interessante. Está prestes a mudar o rumo da narrativa e, quando tal acontecer, a recuperar uma escrita mais pessoalizada. Aquela que fez com que tantos de vós ficassem leitores do blogue.

E haverá, durante o próximo ano, para além da ficção, novos Mails para a minha Irmã! Está dito, está dito!

Desejo-vos umas boas férias e um bom descanso, sendo caso disso. Não sendo, desejo-vos um bom trabalho.

Até daqui a uns dias.

João Paulo


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De Negro Vestida – XXXII

 

Despertar – VI

Maria de Lurdes regressou à sua mesa no passo mais firme que conseguiu. Ainda não sabe mas o encontro com António Pedro não terminou. Assim que chegar junto das colegas fará um ricochete, um caprichoso arco de bumerangue e regressará à promissora conversa com um sorriso nos lábios.
Que estás aqui a fazer Lurdinhas? Pareceu-nos que a conversa estava agradável ali com o jeitoso do fato azul. E estava, mas seria incapaz de deixar-vos. Afinal de contas este jantar é uma simpatia vossa em minha homenagem. Olha, Lurdinhas, em primeiro lugar, este jantar era para veres gente. Agora que viste, não faz sentido estares aqui. Em segundo lugar, nem compreendemos como é que trocas o jeitoso por nós. Nenhuma de nós hesitaria em fazer a troca ao contrário…

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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Momento Feliz – 2

Afinal, o tipo das imperiais também lá estava. Foi preciso a Elsa ter levado a máquina e ter-se lembrado de enviar a foto. Tudo isto depois de termos incomodado um simpático transeunte: “Olhe, facha vôr, importa-se de tirar aqui uma foto?!”

E plim. Já está.


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Momento Feliz

Em cima da esq. p/ a dir.: David, Maria João, Maria José, Cristina, António, Teresa, Isabel, Clara, Belinha e Fátima
Em Baixo da esq. p/ a dir.: Elsa, Dulce, Cristina, Céu, Teresa e Helena.

Quinze educadores, um professor do 1º CEB, um professor do Secundário. Dezasseis formandos e um formador. Três homens e catorze mulheres!

Tardes de Julho em trabalho, em partilha, em cooperação, com dificuldades e com vitórias, com computadores mais “absorventes” que outros mas todos com a mesma energia e a mesma cumplicidade. A de sermos professores e educadores.

Trabalhámos a sério, hesitámos, superámos e no fim fomos ao Canelas aos morfes. Fica a foto de grupo. Com os nomes de todos!!! Só lá falta o “stôr” mas esse tipo ainda devia estar nas imperiais!!!

Um abraço e um obrigado a todos.

João Paulo


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Contos da Casa

Há pouco dias conheci uma educadora de infância, de seu nome Cristina Becho, que transpirava naturalidade e genuinidade. Pareceu-me daquelas pessoas que já não tem idade nem paciência para máscaras, fingimentos ou fretes. Tem uma coragem descarada na forma como encara a vida e o que esta tem para dar-lhe. Na circunstância em que a conheci, numa acção de formação, pareceu-me pessoa de palavras francas e pouco demoradas no apresentar do que pensa ou sente. E, mesmo à portinha da alma, vi-lhe meninos conversadeiros no olhar. Ou me enganava muito, ou aquela pessoa era de boas e longas conversas. Não me enganei.

Soube, pouco depois, que publicara um livro chamado Contos da Casa através da Chiado Editora. Como estava a vendê-los, vicissitudes dos autores do Séc. XXI, decidi comprar-lhe um. E aconteceu-me, então, algo que não me acontecia há muito tempo. Eu sou um leitor demorado, que volta atrás, relê, quer compreender bem e se compraz no deleite da leitura. Por isso mesmo, qualquer livro me leva semanas a terminar. Já não me lembro quando li um livro de um fôlego só. E foi isso que me aconteceu com Contos da Casa. Comecei num conto ao acaso lá para as páginas do meio, “A Louca”, terminei-o. Vim ao início e num fôlego de uma noite e uma madrugada consecutivas li o livro.

Tem uma profundidade no sentir, uma sensibilidade sensorialista, uma vida em voragem vertiginosa de personagens, cenários e situações, tem verdade e é genuíno como genuína me parecera a mulher que o escreveu. A sua escrita não se perde em rendilhados, é fluida, assim como quem vive e ler os contos de Cristina Becho é viver a vida com ela, pela mão dela. E, ao jeito dos contadores de histórias portugueses, tem seus mistérios e suas excentricidades. Tudo na medida certa. Quando terminei tive pena que tivesse acabado. Apetecia-me ficar por ali a viver um bocadinho mais com aquelas personagens, naqueles locais.
Obrigado, Cristina.

João Paulo


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Consequências de não pregamento e visões que não têm nada a ver com Las Vegas

Torres altas erguem-se em Londres Vitoriana que ardeu por três loucos que não a conseguiam ver a fritar em óleo às mãos do bandido da máscara e dos seus capitães, o doente e o cobarde. Pois se é verdade que as cores ácidas brilharam com a intensidade do meteoro de Jack London também é verdade que o bandido da máscara dançou. Dançou como um verdadeiro Deus dos lobos até o seu mestre, o magrinho rápido dos óculos ficar a bater palmas como um louco digno de conspirações e cantores engordurados e velhos. Ele era doente e sabia-o.

“Vírgulas e tentações” disse o Vaidoso que morreu algemado às mãos das suas indecisões e da sua retórica excelente magnífica soberba mais do que qualquer palhaço ou juiz. Mas o Vaidoso sabia, como o louco magrinho rápido dos óculos sabia, e como eu sei, e como sabia o Bonito e o Sátiro, que as torres tinham de arder, tinham de arder e cair até os Vilões das Montanhas do Quadrado decidirem que um lavatório de mármore é de facto algo por que morrer e matar, mais do que pelas galinhas e do que pela senhora Quicas que lá andava a fazer o melhor que podia ainda que o menino mimado e o operário não entendessem que esta senhora era imortal. Esta senhora viveu entre todos os lavatórios de mármore e todas as torres em chamas, e esta senhora viu os juízes sorrirem e os palhaços cantarem e os músicos ficarem invejosos às mãos do dono do macaco que tocava realejo.

Morte das velhas e pulgas saltitantes e desbotados doentes e magros que lêem nas suas águas furtadas estórias de juízes maus e palhaços bons. Este foi o ponto de interrogação que causou o mundo a ver o mundo às cores e não ter em conta que a velha não morre e não morre e não morre por mais que o bandido da máscara mate a sua filha e os pobres que só querem fritar em óleo porque julgam que os vai fazer mais modernos. Malditas pulgas, filhas da puta das pulgas, filhas da mãe, e eu sou uma delas.

A lição que se pode tirar desta história é que as sarjetas são a equação que rege tentações e assassinos quer estejam em desequilíbrio ou no topo do rochedo que está virado para o Mar dos Astronautas, enquanto todos os soldados do mundo sobem aos céus até os Deuses dizerem ” Não queremos mais, estamos fartos, agora vai-me buscar um copo de leite.” Sofrem invejosos como juízes e virtuosos como o sumo da maçã que ditou o futuro do mundo.

Eu tal como o Deus Dançante também pedi um copo de leite enquanto os nós dos meus dedos reluziam com sangue azul, mas eu aprendi a ver-me como o engordurado que juntava as mãos e dizia que não sabia o que fazer.

Ele via-me como algo muito belo que definha enquanto toda a beleza do mundo se esvai perante os seus olhos e todos os loucos reclamam o que é por direito seu e todos os Vilões das Montanhas do Quadrado se apercebem que são os Bebés do espaço e que todos os rolos em que se espalharão as motas do mundo os terão como protagonistas.

Eles sim são os protagonistas e não as pulgas construtoras dos seus tronos, e por mais que berrem nos seus leitos de azul como num sonho de cacos de vidros e uma casa em ruínas que eu tive, eu sei, assim como o Deus bebedor de leite sabe, e o magrinho rápido dos óculos sabia e o poeta loiro que dormia com a assassina receava e o Vaidoso morreu sem saber, que o novo centro de cidade terá às suas cavalitas os seus corações enquanto todos nós ficamos deitados ao pé da máscara amarela e do vaso de Júlio Verne, e todas essas iguarias que um dia apimentaram o meu prato de mármore.

Mas vós não tendes de deixar de pregar o que vos é devido pois o único dever da Londres Vitoriana que tendes de cumprir é de facto pintar o cabelo de roxo e lavar os dentes de galinhas, e gritar sobre as pontes que a doença do magrinho rápido dos óculos é na verdade a camisola que todos devemos vestir, e que as chamas fazem bem ao colesterol, e que duas pulgas amigas e roxas são mais dignas do que bigodes curtinhos e casacas azuis.

Eu cá gosto de casacas azuis e lavatórios de mármore, só os destruí com o martelo que veio das Montanhas do Quadrado e das pulgas porque estava a bocejar tal como o Vaidoso bocejava. Não me justifica mas também o juiz está com a senhora Quicas logo não sobrou ninguém para me julgar e de qualquer das formas, os cactos crescem sem que ninguém os regue.

Cumpri o vosso dever. Eu não o farei.

Iago Videira


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Surpresa

Ontem prometi postar uma surpresa.
A dita surpresa consta do próximo post.
Eu já desconfiava que podia acontecer, mas não imaginei que iria gostar tanto.

O próximo post contém um texto. Olhem só quem o assina…

Boas leituras.

João Paulo


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Como vai "De Negro Vestida"?

Perguntam-me pelo romance, se desisti… Nada disso, vai bem. Tenho escrito. Só não tenho tempo para passar os textos. Mas em breve aí estarão mais capítulos!

Também tenho uma surpresa para postar. Aguardem-me!

Um abraço,

João Paulo


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Coisas Poderosas

Pois, isto de escolher música tem destas coisas. Quando escolhi as bandas, recebi logo alguns mails a relembrar-me de bandas que eu tinha “esquecido”, em particular os Queen. Não houve esquecimentos. Houve opções. De resto, voltaremos aos Queen.

Hoje, quis deixar-vos aquilo que considero algumas das canções mais PODEROSAS de sempre. São baladas rock que passaram a fazer parte da nossa memória colectiva, são canções que foram trauteadas por muita gente que não gosta de rock. Devolvem-nos alguma força, alguma memória ancestral de poder.

São irrepetíveis…

Boas músicas…

(Guns n Roses – November Rain)

(Metallica – Nothing Else Matters)

(Scorpions – Wind of Change)

(Goo Goo Dolls – Iris)


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Frases para Reflectir – 4 –

A vida traz-nos coisas inesperadas. Esta tarde estava dando uma acção de formação e, num momento que costumo promover de debate, eis que a conversa ganha asas, vira reflexão séria, aberta e profunda e tudo aquilo sai dos parâmetros da normalidade e assume contornos de tarde inesquecível, tertúlia de saberes e vida!

Foram muitas as frases e os pensamentos que registei. Hoje, deixo aqui uma bem pequenina e tão grande, a dar tanto que pensar:

“Os pais é que são os pais!”