Caros leitores,
como sabem, este blogue é, fundamentalmente, um blogue de publicação de escritos provavelmente literários. Não é um blogue sobre Educação. Ainda assim, de quando em vez, não me coíbo de deixar aqui uma ou outra reflexão sobre alguns temas relacionados com a dita. Deve ser defeito de profissão. De professor, a profissão, não o defeito. Esse é meu. E hoje apeteceu-me fazê-lo mais como quem reage perplexo do que propriamente como quem comenta reflectidamente. E admito que haja bondade na medida sobre a qual vou pasmar já a seguir. E se a houver agradeço que algum leitor mais informado ma esclareça. Ora então vamos lá a pasmar: é mesmo verdade que um aluno que chumbe no oitavo ano pode passar para o décimo? É que nem a realização de exames pelo meio nem a sua comprovada veterania etária me convencem da bondade da coisa. Deixem-me aqui escrever um pensamento para quem quer que seja que o venha a ler: a realização de exames não substitui o processo de aprendizagem!!! Irra que é mouco! Já quanto à idade, eu percebo o constrangimento de ter jovens muito mais velhos do que outros nas turmas e também percebo que não é por muito insistir que se obtêm resultados mas, nesses casos, talvez o indicado fosse deixar o jovem viver, contactar com o mundo do trabalho, adquirir experiência e perspectiva e proporcionar-lhe uma oportunidade quando já tivesse mais estrutura para a aproveitar. Sei lá. Isto sou eu a pensar alto. Assim de repente soou-me àqueles prémios de carreira que se dão nas noites dos globos não sei de quê! Uma coisa do tipo. Não conseguiste? Passa a frente que isto é uma perda de tempo! Mais, falta ainda saber que tipo de exames seriam esses… Se forem como aqueles de aferição…
Bem, já destilei. Agora fico à espera de comentários. Ou não!
[Sobre este assunto leia também isto, isto e isto. Já agora, fica mais informado do que com os meus arrazoados. Este blogue chega a ser uma instituição de serviço público sens fins lucrativos!]
E, se lhe apetecer, ouça isto:
Desenho ilusões com palavras. Sinto com palavras. Expresso com palavras. Escrevo. Sempre. O resto, ou é amor, ou é a vida a consumir-me!
Há tão poucas coisas que valem a pena um momento de vida. Há tão poucas coisas por que morrer. Algumas pessoas. Outras tantas paixões. Umas quantas ilusões. E a escrita. Sempre as palavras...
jpvideira
https://mailsparaaminhairma.wordpress.com
08/06/2010 às 15:32
Portugal precisa de melhorar as estatísticas na área do ensino? O Ministério da Educação vai tomando algumas medidas. A saber:
Para concluir o 8º ano transitam (entenda-se despacham-se) alunos com 5 e 6 negativas e anuncia-se que passar todos os alunos do 9º ano é objectivo do governo.
Para concluir o 12º ano oferece-se uma nova(s) oportunidades(s) e faz-se 3 anos de escolaridade em 6 messes.
Para entrar para a faculdade faz-se exames fáceis ás disciplinas difíceis.
Agora a minha sugestão, apesar de já não ser inédito: Para terminar licenciaturas, os alunos com dificuldade em línguas fazem exames em casa e enviam-no por fax para a Faculdade (pode ser ao fim de semana)!!
Grande abraço
Paulo Henriques
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07/06/2010 às 01:40
cheguei agora ao blogue!
utilizaste o melhor termo “pasmar”!
que irá acontecer a seguir?!
O ME está apresentar uma “riqueza” e “pertinência” de finalidades, que mesmo avisados nos surpreende!
Desrespeita-se a Escola, a Actividade Educativa, o Docente, a Aula, desrespeita-se o sujeito a quem se apresenta uma “verdadeira” oportunidade, ou verdadeira falta de significado.
Desrespeita-se os outros, os alunos que vão às aulas, que dentro do que lhes significa vão estudadando, que cumprem horário dando-lhe parte da sua vida, aqueles que procuram-se equilibrar entre os programas educativos que vão surgindo. Parece-me possivel que deles venham também consequências…revolta, desvalorização.
Conseguiremos nós não desaprender a nossa capacidade de pasmar?
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06/06/2010 às 15:25
Ai senhores, será que ainda podemos ir mais ao fundo?
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05/06/2010 às 11:37
Mas a bondade da medida é evidente. Logo, logo se poderão começar a encerrar escolas com mais de 20 alunos que poderão ser aproveitadas para realizar noites de globos :).
I
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05/06/2010 às 11:05
Caro João Paulo Videira
Certo. Não fui claro. Claro que é ironia. A insanidade é do ME.
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05/06/2010 às 09:48
“Tá quaise!”, Antónia, “Tá quaise!”
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05/06/2010 às 04:07
Olá J.P.
Se a memória não me falha no meu tempo isto(educação) não era nada assim :).
Como a minha mãe dizia:”no fim dos tempos havemos de ver de tudo”.
Um destes dias nem escolas existem, só gabinetes para “despachar” certificados de habilitações.
Beijoka *
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05/06/2010 às 02:00
Caro anónimo,
espreite lá ironia do texto… essa expressão, “bondade da medida”, é utilizada para designar fracassos… ao jeito de eufemismo… certo?
Bem-vindo. João Paulo Videira
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05/06/2010 às 00:19
Bondade da medida?
Será que é impressão minha ou isto é a completa subversão do processo ensino/aprendizagem?
Ensandeceram de vez?
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