Mails para a minha Irmã

"Era uma vez um jovem vigoroso, com a alma espantada todos os dias com cada dia."


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De Negro Vestida – IX

Rotinas – IX

Onde quer que entre, quando Gininha entra nalgum lado, a vida entra consigo. Uma pastelaria, um pronto-a-vestir, um restaurante, uma farmácia ou um salão de cabeleireiro são inundados pela cor que sempre a acompanha, pelo perfume que transporta, pela pose que exibe e pela voz que anuncia a sua presença e a marca. O parágrafo que agora redigimos está mal começado. Usámos o verbo entrar, três vezes repetido na mesma frase, contrariando ensinamentos antigos de um professor primário de voz grave e mão pesada, porque entrando estava Gininha na Pastelaria Avenida, no entanto, o efeito que esta pujante manifestação de vida causa faz-se sentir, a bem dizer, sempre que passa e passar deveria ter sido o verbo. E, ao fazê-lo, os homens levantam os olhos dos jornais de esplanada, viram a cabeça para trás contrariando o sentido da caminhada que levam, dão toques de cotovelo, abrem janelas de automóveis e contemplam a pose e a pompa, o espectáculo de luz e cor, a energia de vida que é ver Gininha passando, estando ou entrando numa pastelaria como agora faz. Tem um espírito independente e livre, tem uma atitude ousada e um comportamento vistoso e, ao contrário do que temos visto neste mundo em que viemos passar uma vida, Gininha não é assim porque coloque uma qualquer máscara ou accione um qualquer mecanismo de defesa. É assim genuinamente sendo assim. Extrovertida nas palavras, no olhar, no vestir e, claro, no andar com que se transporta pelas ruas.

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O Romance “De Negro Vestida” foi publicado, capítulo a capítulo, neste blogue, entre 26 de janeiro de 2010 e 22 de abril de 2011.

Agora que conhecerá outros voos, nomeadamente, a publicação em livro, deixamos aqui um excerto de cada capítulo e convidamos todos os amigos e leitores a adquirirem o livro.

Obrigado pela vossa dedicação.

Setembro de 2013

João Paulo Videira

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Diz-me Tu

Os teus olhos dizem mais
Que as palavras, que os silêncios, que os sinais
Os teus olhos e esta luz
Que os acende quem os entende
Diz-me tu

Diz-me tu
Se a solidão faz o amor ver melhor na escuridão

Quem me diz
Onde estão
Os teus braços e os meus passos para onde vão

Diz-me tu
Para onde vão
E as memórias e as cinzas frias da paixão

Diz-me tu
Se a solidão
Faz o amor ver melhor na escuridão

Quem me diz
Onde estão
Os teus braços e os meus passos para onde vão

Quem me diz
Onde estão
Os teus braços e os meus passos para onde vão

Diz-me tu
Para onde vão
E as memórias e as cinzas frias da paixão

Paulo Gonzo